Premissa: entre nascer e morrer, há o conviver.
Queiramos ou não somos conspiradores. Respiramos juntos todos os benefícios e malefícios que é feita a Natureza. Solicitamos ao mundo um lugar onde possamos nos sentir seguros e confortáveis, e logo recebemos um presente: o Outro! Parceiro em nossa jornada em busca de um lugar ao sol.
Essa parceria exige compreensão, carinho, doação, ajuda e um profundo desapego de tudo o que aprendemos a TER. Essa parceria se constitui por SOLIDARIEDADE. Não é preciso esquecer quem somos, mas é preciso entender quem são TODOS os outros partícipes de um mundo tão controverso. É preciso ter a percepção de que a presença de outros seres TÃO vivos nos obrigará a ter uma permanente atitude de COMPLEMENTARIDADE, nunca de SUBSTITUIÇÃO.
Será tudo isso uma utopia? Não sabemos... mas se for, para que lutamos, vivemos, amamos, admiramos, queremos? A resposta estará na qualidade de nossa humanidade diante de qualquer um que nos peça, que sofra, que desentenda, que se desequilibre, que chore. Imperfeitos, somos personagens em carência diante de diferentes situações do cotidiano, e, em conseqüência, precisamos urgente aprender a MULTIPLICAR, nunca a DIVIDIR! Alguns chamarão esse movimento de COOPERAÇÃO; aqui, eu chamarei de SOLIDARIEDADE, complemento de nossos objetivos pessoais e coletivos por COMPROMETIMENTO, e este deve ser intencional, justo e base do princípio do respeito mútuo.
Sofremos muito com uma tradição individualista que corrompeu este e outros GESTOS DE AMOR ao próximo porque sua dinâmica acontece pela aceitação de clichês, esteriótipos, expressões do senso comum etc. Isso é mais fácil! Isso é mais confortável! Embotamos nossas percepções e sentidos sobre e com o Outro por desentendermos sua realidade. Fomos condicionados e, por lógica, nos tornamos condicionadores de nós mesmos! Fomos limitados e limitantes! Estamos cegos e surdos às imagens e aos gritos dos necessitados e carentes, pela rotina da vida. Estamos esvaziados de ética, animalizados e vendo a felicidade “rolar ladeira abaixo”, por pura falta de tato, de abraço, de compaixão e de HUMILDADE.
Gestos de amor são gestos de parceria, de estímulo, de autoconhecimento e de ajuda mútua, sem a intenção de destruir as individualidades. Logo a necessidade maior é, pela SOLIDARIEDADE, reconhecer o potencial humano, sem frustrações, imposições, cobranças, exigências, mágoas e/ou tristezas de maneira a conquistarmos mais adeptos a este movimento e a resgatar mais pessoas à cena de uma realidade bem menos ultrajante. Não precisamos das correspondências e nem das “mentiras sinceras”, precisamos de pequenas revelações do mistério que é o Outro e suas necessidades para ampliarmos e amplificarmos nossas ações de ajuda. Assim permaneceremos aprendendo e ensinando ilimitadamente “tudo o que houver [de bom] nessa vida”.
Então, solidarizar-se é ampliar a constituição do “eu” no sentido de um “nós” forte, robusto e impermeável, e libertar a ambos de todo entrave social e pessoal através do entendimento, da proximidade e, muitas vezes, da COMPAIXÃO. A relação solidária suspende autocensuras e autojustificações e nos torna seres antenados com o processo de crescimento e conquista do mundo DO outro COM o outro, sem expectativas fúteis de resultados concretos e/ou de um fim. Precisamos do processo e dos procedimentos de carinho, alegria e... silêncio. Só um pouquinho, vez por outra...
Todo gesto de SOLIDARIEDADE age como desmistificação das certezas absolutas e como promessa de diluição dos variados sofrimentos próprios e alheios. É a partilha, o respeito (sem temor ou pura obediência), a atenção integral a alguém, a ação em conjunto, daí emergirão, naturalmente, valores essenciais como amor, paz, liberdade, harmonia, equilíbrio, ética e respeito. Não há bondade nisso! Há a vontade de incluir o máximo de pessoas possíveis num movimento evolutivo generalizado em que a individualidade de ambas as partes seja o foco, a premissa mais importante. Base de tudo isso? RECIPROCIDADE!
Os horizontes dos caminhos tornam-se mais belos e mais desejáveis quando, autenticamente, compartilhamos e participamos dos passos a serem dados pelos excluídos em busca do mistério que é viver a vida com DIGNIDADE. E isso não é uma qualidade que se tem ou não se tem, mas uma qualidade que se aprende e se ensina partindo das mais variadas condições sociais ou pessoais.
Profa. Claudia Nunes
Tutora Pedagogia / IAVM
Mestranda em Educação / UNIRIO
O mundo é desconhecido e estou desbravando a mim mesma para aceitar o mundo como ele é. Como professora (Estado), Tutora em cursos de EAD, Revisora de Material Didático e MESTRE em Educação (UNIRIO), estou seguindo a vida fazendo o que gosto, como gosto e com quem gosto muito. Escrevo e publico textos para me esvaziar de mim e poder aceitar o Outro como vier. De resto meu vicio é o mundo virtual, ainda que eu nao seja dissimulada. Mutante? Isso! Eu gosto de ser mutante!
Assinar:
Postagens (Atom)
Nada nunca é igual
Nada nunca é igual Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...
-
Cuidados paliativos. Cada vez que eu ouço isso lembro de minha mãe. Luta por qualidade de vida e não por saúde não é fácil para os filhos...
-
Um pouco desse livro FANTÁSTICO. É apenas a INTRODUÇÃO. Há o livro em PDF, mas tenham o livro físico. Muito importante. Bo noite! DAMÁSIO, A...