sábado, 29 de dezembro de 2007

DASPU E DASLU

"Mulheres boas vão para o céu,
mulheres más vão para qualquer lugar"

Desde a primeira vez que escutei o ditado acima, senti que estava diante de uma verdade absoluta. Nunca um ditado foi tão perfeito para mim e para representar os dias de hoje, principalmente, pela discussão entre as marcas Daslu e Daspu. Tenho acompanhado a polêmica pela mídia e, curiosa, fui, sexta-feira, dia 13/01/2006, à Praça Tiradentes, ver o desfile da marca Daspu. Quem não foi, perdeu, foi fantástico! E, pelo que observei, a discussão vai muito além de uma semelhança fonética ou uma diferença consonantal. Atenção: posso ser considerada “fora do mundo”, mas antes das notícias sobre a marca Daspu, eu nunca tinha ouvido falar em Daslu. E quando isso aconteceu, Daslu era a empresa acusada de sonegar milhões em impostos brasileiros.

O espetáculo das CPIs trouxe à tona o que o populacho já sabia: as classes economicamente abastadas baseiam seus status em sujeiras em baixo de seus tapetes persas. Essas sujeiras estão fortemente encavernadas e envolvidas pelos invólucros da Lei. Não faço apologia da anarquia no sentido perjorativo, apenas verifico que os pareceres, leituras, análises e usos que se faz da Lei representam a relatividade de tudo. A Lei é para todos, mas depende de quem lê e da leitura que se quer. Uma idéia: como os livros de História, a Lei é construída pelos vencedores. Logo, a questão não está na Lei, está em nossa gramática histórica!

Mas o caso aqui não é esse. A discussão legal é legal e coerente. É preciso ter cuidados reais (legais?) com as patenteações inescrupulosas. Mas pergunto: será que o legislativo federal mandou uma notificação à Alemanha por patentear a rapadura? Duvido! Mas, é bom fuçar o que não se diz no discurso veiculado sobre o assunto. É bom imprimir intertextualidade às informações midiáticas. Nossas inteligências múltiplas servem para isso também. E isso eu chamo de contextualização por articulação. Estou apenas pensando e gostaria de qualquer interlocução.

Do luxo ao lixo, é cultural nossa tentativa de não haver misturas entre as classes. Mesmo se a intenção for incluir ou integrar, a verdade é que preconceito é F. Esse é o grau da minha indignação! Fora dos livros teóricos ou de certa prepotência pessoal, temer as diferenças, mesmo de estilos de vida, é nossa ferramenta de defesa, e aí, de alguma maneira, excluímos mesmo! Fazendo uma pontuação bem objetiva: nossas novelas não estão longe da verdade da sociedade brasileira quando criam núcleos familiares em que, antes da vitória do amor entre ricos e pobres, todas as diferenças são expostas e até se mata pela manutenção, em separado, de ambos os “níveis”. Ainda assim, não podemos deixar de perceber que é possível apontar, aqui e ali, hoje, aspectos que incidem em certa diluição da força do preconceito, principalmente, pelo empreendimento de múltiplas discussões, sobre diferentes temas, em âmbito comunitário. Mas a lentidão desse processo é clara!

Do lixo ao luxo, há marketing para todas as exposições e ele é valoroso por se estruturar a partir do conceito capitalista de consumo. Nesses dias em que acontece o evento de moda fashion no Rio, os olhares estão atentos a dois pólos: o evento em si (resumido em Gisele) e a marca Daspu (projetado por Gabriela). A questão da sonegação da Daslu é pizza esquecida na geladeira da legislação pública. Entre Daslu e Daspu, e suas consoantes, há a imagem do dinheiro separando o modus operandi de suas clientes, sendo assim, ambas as marcas são apenas produtos para consumo em “zonas” diferenciadas. Os filósofos da ética ficariam arrasados com isso tudo. E a ênfase no suposto “erro”, “ultraje”, “abuso”, “sujeira” da Daspu me faz redimensionar os chamados valores e conceitos tão decantados pela Educação Brasileira. Estou jogando “m. no ventilador”? Tudo bem...

Daspu foi para o mundo porque é de todos, em seu sentido mais abrangente. Sua estratégia, além de envolver luta contra o estereótipo e pela cidadania, visa novas formas de exposição. É a alternatividade criando moda. É a tentativa de nova inserção no mercado de trabalho, de acordo com a idéia multimídia da sociedade da informação. Não há sujeira. Nem mesmo há prostitutas. Há mulheres, “profissionais do mundo”, se adequando aos novos tempos, pensando em sua qualidade financeira e bem-estar pessoal, lutando por outros espaços de trabalho e de visibilidade, além daqueles determinados pela normalidade, e se organizando em ONGs ou nas tradicionais cooperativas, insistindo em serem ativas e funcionais como qualquer um de nós. E a moda, nesse sentido, é terreno profundamente aberto, eclético, alternativo e democrático. Elas deram um show na Praça Tiradentes!

A polêmica sugere uma luta pela preservação de uma fonte lucrativa de um ponto (a Daslu) e aí a argumentação insiste na palavra constrangimento; e, na outra ponta (a Daspu), uma luta pelo privilégio simples de servir de inspiração para alguém, e aí, ao surgir com moda (linhas batalha, básica, ativismo e folia), bloco carnavalesco (Prazeres da Vida), loja (a ser aberta em Copacabana), jornal (Beijo da Rua) e site (http://www.daspu.com.br/), a Daspu implementa a vontade de provocar discussão, exposição e entendimento mais real “do que pode ou não ser mais considerado ético na sociedade”, diz Gabriela Silva Leite, ex-estudante de sociologia da USP, trabalhadora da Boca do Lixo (SP), fundadora da Rede Brasileira de Prostituição e uma das criadoras da polêmica grife.

O insight da marca Daspu é uma resposta bem-humorada e criativa ao momento escandaloso das revelações sobre os meandros da política brasileira, pois esta última, nas ruas, é lida pelo famoso “já sabia”, expressão advinda dos gramados futebolísticos. E a moda Daspu investe noutro tipo de ostentação: é a ostentação de princípios. Princípios também ensinados nas escolas. Princípios sobre ser útil com trabalho honesto, sempre! Todo mundo dá o que tem ou o que pode, dentro de limites muito individuais! Ou não? Outro ditado: “meu dever acaba onde começam os direitos do outro”.

Pelo jeito, os templos do sagrado (Daslu) e do profano (Daspu) estão se tocando na dimensão ética e esse atrito joga faíscas para todos os lados. Os incômodos e desconfortos são profusos. Seu trocadilho mantém a Sociologia e a Antropologia ativas em suas construções conceituais sobre o indivíduo e este em comunidade. E todos surfam pela palavra imagem. Mas de que imagens falam? No caso da Daslu, a imagem é de manutenção de status (mulheres “boas”...), e isso me lembra Aurélia, no livro “Senhora”, de José de Alencar; e no caso da Daspu, a imagem é de estilo de vida (mulheres “más”...), aqui a lembrança é de nossa consagrada Capitu, personagem do livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Ah, aqui, o livro “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, também serve de perspectiva.

Tão ousadas quanto Helio Oiticica e seus parangolés, Caetano Veloso e o Tropicalismo, Hippies em Woodstock, funkeiros e a incidência dos piercings, a moda da Daspu entende que a melhor forma de diluir o estereótipo é torna-lo bonito, visível, francamente de bom gosto e acessível a todos, inclusive ao mundo! Não mais apontável, nem manuseável, mas, seguindo a gíria atual, a moda da Daspu “já é” simplesmente por tentar se mostrar com seriedade e por propor mudanças nos comportamentos e no ideário social.

Enfim, o problema do Brasil é a concentração de tudo por poucos apesar de todos e isso é fruto de um profundo egoísmo histórico. Ainda pensamos muito em dividir, quando a ação deveria ser de promover a multiplicação da consciência brasileira, a partir de reflexões sobre seus pontos de fuga. Não dá mais para escapar da “multimidianização” de todos os aspectos da realidade, mesmo àqueles postos à margem, por pré-julgamentos.

Há gosto para todos os gostos!
Viva Beth Lago! Viva a Daspu!

Profa. Claudia Nunes
Especialista em Tecnologia Educacional / IAVM
Mestranda em Educação / UNIRIO

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Amigos Internacionais - TOULOUSE












Impressionante, todo ano estou dando um grande até logo a amigos muito queridos. E nao consigo me acostumar. Fiquei feliz demais por Amsterda, pelo Canadá e agora Toulose. Sou torcida mesmo!! Mas quando eu nao ficarei com um certo gosto egoísta sobre esses eventos? Acho que nunca! Leonina, sou profundamente orgulhosa dos amigos que faço e esse orgulho alcança os limites da possessividade sempre! Como no caso de Amsterda e Canada, estou lendo sobre Toulose. Nossa, que cidade!!! Que visual!!! La Ville Rouge é linda e parece saída dos livros romanticos de Jane Austen. Uma sensação de natureza acompanhando a vida do lugar. Mesmo tentando dominar uma tristeza que cresce (segundo Arnaldo Antunes "tristeza é uma forma de egoísmo"), torço que a vida recompense a amizade com conquistas importantes de meus amigos após um período tão longo longe, embora nunca distante.

Um pouco de história das imagens:
Chegamos a Toulouse, uma cidade que fica às margens do intempestivo rio Garrone. Era nesse ponto do rio que os peregrinos, que se dirigiam a Santiago de Compostela, conseguiam cruzá-lo. Isto fez de Toulouse uma cidade muito importante naqueles tempos. Hoje é a quarta maior cidade da França, de onde saiu o Concorde.

A cidade é conhecida como "La Ville Rose" devido às construções erguidas com tijolos feitos com o barro vermelho da região.

Paralelo ao rio Garrone, no ano de 1666, foi construído um canal que permitia a ligação entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, denominada de Canal du Midi. Atualmente ele faz parte do charme da cidade e ainda é navegável.

De lá, fomos para Avignon, que foi a sede do Papado Cristão por um século (1309 - 1411), durante o qual 10 papas se instalaram no imponente Palais des Papes e costumavam dar as bênçãos nessa janela imensa, onde nós aparecemos num pontinho branco.

ENFIM, menos um amigo no meu niver de 2008.

Abraços
Claudia Nunes

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

INTERNETÊS: um mundo maravilhoso

Sociedade da Informação. Velocidade. Conexões. Hipertexto. Interface. Acessibilidade. Há profusas palavras para definir o nosso tempo e todas trazidas pela informatização dos lares. Essa nomenclatura faz referência a um novo tempo: um tempo orgânico, poroso e sempre em movimento. Em conseqüência, há também uma geração de jovens (de 17 a 30 anos) acontecendo nesse tempo e espaço, e sendo moldada pelas características dessa informatização. Essa geração está orientada dentro de estratégias em cujos objetivos se estruturam as maneiras como utilizarão os diferentes recursos e ferramentas de seu tempo. Informação rápida. Informática. Internet. Eis o brinquedo preferido.

Ludicidade é a sedução da atualidade e a característica que melhor identifica a geração atual e seus jeitos de aprender. A Internet, então, “já é”. Logo, agora, entenda-se: “é nós”! É hora de aceitar suas reinvenções de tempo, espaço e lugar em todos os setores, sem medo, ou melhor, sem preconceito. E um dos setores logo alcançados por essas mudanças é o código lingüístico, seu uso no dia-a-dia e na internet.

Sem dúvida, a Internet é o Portal do Paraíso para as ações de ler e escrever dos jovens de hoje. Tendo acesso ou não ao computador, esses jovens crescem em meios plenamente informatizados. No caso dos internautas, o território da Internet é invadido quando seus nós são linkados e lidos profusamente. Para cada imersão é preciso leitura. Cada conectividade, em busca de informação, também é uma busca por comunicação. Logo, cada mergulho nos múltiplos links inscreve-se pelo desejo de se comunicar. Iniciar e começar esse mergulho são decisões individuais. E em cena SEMPRE está em uso nosso código lingüístico: a língua portuguesa.

Se superarmos o medo (preconceito), nosso código lingüístico não vai “vazar”, nem desaparecer. É preciso “segurar a onda” e entender que a comunicação é vida. Com gírias, abreviações, sumiços de vogais e consoantes, o que seja, nada disso dificulta aprendizado nenhum! Não há um inimigo, há fogo amigo solicitando entendimento. A aprendizagem contida no código “internético” não segrega, ela agrega o internauta e suas diferentes contribuições à língua materna em ambientes diferentes como fórum, chats, criação de sites, salas de bate-papo. Os internautas lêem e escrevem mais que a média, logo a “ficha tem que cair” e devemos reconsiderar e reorganizar nossos procedimentos também pedagógicos, pois estamos diante de novos espaços de formulação e produção do pensamento, em comunidade, na rede.

Existem dois filósofos da linguagem que ratificam essa nossa opinião: Bakhtin e Vygotsky. Ambos, falecidos antes da Era da Informação, acreditam na vida da linguagem pelas interações verbais. O primeiro diz que a linguagem existe à medida que é viva, que está na interação verbal, o que demonstra a importância do diálogo entre as muitas vozes que constroem a linguagem e o pensamento. Para Bakhtin, a consciência individual é social, justamente porque agrega as vozes dos outros. O segundo acredita que só há pensamento porque há linguagem. Mesmo em outros suportes, é a linguagem que leva às pessoas a interagir. Para Vygotsky, a consciência é um contato social consigo mesmo. E assim, nos diferentes contatos, vão se formando as subjetividades.

As “vozes” de nossos jovens, primeiro, foram seduzidas pelos emails, depois vieram os chats, a construção de sites, os fotoblogs e blogs. E para tudo isso a linguagem, a língua, a escrita e a leitura são importantes e precisam ser claras, identitárias e mantidas, dentro dos ambientes, através do conhecimento dos comandos de acesso, e tudo em função de uma permanente troca de informação. A ação de interação acontece através do domínio daqueles elementos. E por tentativa e erro, aprendem os movimentos dos links e criam rotinas de busca para se manterem “na crista da onda” das relações internéticas.

Primeiros comandos: copiar e colar. Mas para tal houve busca de conteúdo. Uma busca que vai além do computador e para ele se volta. E isso atrai outros suportes como livros, jornais, amigos, revistas etc. Esses dão mais consistência aos conteúdos, aprendizados ou simples informações. É forte e imprescindível a integração entre suportes impressos e digitais. Material recolhido (pesquisado), é hora de montar seus sites, emails, blogs etc. O desenvolvimento da aprendizagem tem encaminhamentos personalizados. Aqui é preciso repensar a questão da autoria pela multiplicidade de material em exposição na Internet. Primordiais são as escolhas, não o produto final (se houver).

Jovens querem comunicar, mas principalmente aparecer, se mostrar, estar presente na tela. Depois reúnem, por afinidade, pessoas em torno de diferentes temas. Acontece a formação de “tribos” (comunidades). E comunidades em constante colaboração. O básico é participar. Jovens acessam pessoas todo o tempo, porém através de intermediações diferentes, na atualidade. Talvez haja perda das relações face-a-face, mas não das relações em geral. Nos suportes digitais, há uma interação simbólica, virtual, mas que é também, segundo Pierre Levy, real já que o que se dá sempre são interações procedentes de ações humanas: existir, ler e escrever são as ações que dão vida ao suporte e ao internauta. E o código, único, precisa ser conhecido e reconhecido na/em rede.

Os temas escolhidos entornam os temas relacionados com os interesses dos adolescentes, como bandas de música, time de futebol, cinema, filmes, baladas e os “ficantes”[1]. Para cada tema há complementos, discordâncias e opiniões. Esse é o prazer que a escola ainda não dá conta, já que, na Internet, ler e escrever (e suas formas) são decisões do aluno e do seu nível de curiosidade. Além dos assuntos afins, há conversas sobre as notícias lidas (ou vistas) nas mídias. A base dessas trocas é a profunda vontade de continuar lendo, escrevendo e, principalmente, sendo visto. São as chamadas conexões hipertextuais. De link em link, de texto em texto, de nó a nó, o caminho de busca cria um design múltiplo e em espiral. O texto final (site, email, blog) nunca está montado, está sendo. Opinião ou informação é resultante do diálogo entre vários autores. Perpassam por aqui temas como “inteligência coletiva”, “autoria coletiva”. E relembrando: tudo está exposto, todos podem acessar e ler.

A nova linguagem “já é”. Eles não gostam dos livros da escola, não gostam da forma como a escola pede para escrever e para ler. Mas são leitores e escritores, sim. Engana-se quem pensa que adolescentes só procuram intensamente a internet SÓ para baixar MP3 ou para acessar e se divertir com múltiplos jogos. Eles TAMBÉM querem a comunicação e interação. Se o fazem com excesso e mudam o comportamento, talvez seja preciso uma leitura do que família e escola não estão fazendo. “Forçar a barra” na linha tradicional do incentivo à leitura, hoje, é pura perda de tempo.

O “internetês” estabelece uma linguagem e uma literatura em criação e problematizadas dentro de diversas ferramentas a partir das tantas informações que o internauta recolhe em diferentes situações do dia-a-dia. Na escola, linguagem e literatura estão engessadas por uma didática cuja estrutura, pensada por uma equipe pedagógica, sem diagnóstico ou compartilhamento, representa, não o movimento de sedução do aluno aos conteúdos escolares por contextualização e questionamento, mas um medo do fim do professor, da sala de aula e da escola em si. As cabeças estão fechadas. Ninguém reflete sobre Morin!

Alegação para os medos: comprometimento da “boa” escrita ou do aprendizado da língua portuguesa e da literatura brasileira. Cabeças de educadores e pais ou “mal-formados” ou “mal-informados” pensam assim. Há um grande desconhecimento ou falta de curiosidade desses setores pelos processos da Informática e, como algumas décadas atrás, com a TV, criam o mito de que a Informática está criando um franco desgoverno em suas intenções (dos educadores e dos pais) de “formar bons cidadãos”. Logo, trabalham com a palavra ERRO e a vilã seria a Internet.

É interessante como toda geração investe brutalmente contra a fala estilosa da geração mais jovem. É como se ela também não tivesse alimentado o nosso código lingüístico com falas criativas e instrumentos flexíveis ou facilitadores da aprendizagem. Alguém ainda fala o “Vossa mercê” do séc. XIX? Não... Estamos entre o “você” (séc. XX) e o “vc” (séc. XXI). E o que dizer do “cadê”? E da palavra “fidalgo”? A maturidade traz o esquecimento das tantas rebeldias verbais e não-verbais de uma geração.

O internauta sabe ler e escrever, e usa muito bem o código para isso. Essas ações o mantém dentro de um padrão, pois, na Internet, o primordial não é a escrita, mas a conversa escrita, expressão resultante da articulação entre saberes. E mais, com as novas ferramentas de conversação como o Skipe e o Parla, leitura e escrita (oralidade e escrita) foram amplamente misturadas. O único que, talvez, desapareça seja o teclado, pela reinvenção da comunicação. E essa reinvenção nunca precisou da permissão da escola para acontecer. Abreviações, palavras sem acento, emoticons, símbolos do teclado, investem numa comunicação que também descobre o estado de ânimo dos interlocutores. Mas o preconceito continua.

“Internetês” é uma linguagem falada (escrita) na Internet, mas não é da Internet. Representa a transformação da língua portuguesa, acrescenta novas maneiras de se comunicar usando diferentes signos lingüísticos ligados a diferentes gerações e seus diferentes “falares” e, segundo Bakthin, o básico [e fantástico] é que “cada época tem seus códigos próprios de escrita e de linguagem e que os grupos culturais vão criando os seus códigos”.

Cada geração tem código próprio. E o “internetês” é o código da pós-modernidade. Tem lugar e hora de uso, e os jovens sabem disso. O problema é o excesso de hábito ou a rotina de acesso. Ou melhor, todo o problema das pessoas é o excesso de qualquer coisa! Excessos influem e até substituem comportamentos, temperamentos e visões de mundo, porque o bom e o ruim existem em tudo. Aí deveria concentrar-se o papel transformador da escola. Antes de condenar, deveria chamar a atenção do aluno para o descobrimento de novos gêneros discursivos, novos modos de interpretação e novos estilos de pesquisa e estudo. Tudo isso no intuito de criar novos e interessantes ambientes de adequação para o uso do código lingüístico.

Internet NÃO É educativa! Assim como a TV e todas as mídias, ela não tem essa premissa ou característica. Porém tudo pode vir a ser educativo, dependendo da forma como é introduzido ao aluno ou utilizado em sala de aula. Logo, ao educador cabe entender o panorama em que o aluno está imerso, suas maneiras de aprender, objetos de preferência para aprender e convergir (e mediar) esse conhecimento para fazê-lo (ao aluno) permanecer aprendendo, com prazer. Essa é uma atitude que provoca mudanças, mais confiança e cidadãos autônomos diante da realidade. Essa é nossa leitura. Essa é nossa escrita, no e para o mundo. Esse é nosso melhor código, nada binário, de acesso!

Profa. Claudia Nunes
Especialista em Tecnologia Educacional / IAVM
Mestranda em Educação / UNIRIO

[1] Ficante – é de domínio público que “ficar” é diferente de “namorar”.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

POR QUE ESCREVER?


A escrita é uma subversão da realidade. As fissuras existentes entre as palavras tão bem encadeadas levantam questionamentos sobre os seus sentidos e os sentidos da mensagem. Entre uma palavra e outra, o leitor cria significados muito pessoais. Ou seja, a cada leitura de três palavras, acontece uma interpretação de acordo com o repertório intelectual de cada um. Semelhante às respirações mais profundas, continuamos passando o nosso olhar pelo papel e lendo, ininterruptamente, até porque o suporte livro ainda concentra todo o encantamento da vida diária. Se somos escritores ou não, a verdade é que, ao escrever, embutimos, nas palavras e em suas ligações semânticas, significados ponto a ponto, como se quiséssemos, antes de tudo, nos entender.

Toda a nossa literatura é um poço fundo de “quereres” guerreiros, estéticas múltiplas e possibilidades românticas e, segundo o poeta Tristan Tzara, em carta a Breton, “se escrevemos, é apenas por refúgio de todo ‘ponto de vista’. Não escrevo por profissão”. Eu também não! Alguns escrevem por fraqueza, outros para abreviar o tempo, outros ainda por pura exposição e outros ainda mais, por desejar a eternidade. A ação de escrever deduz uma sedução e um estranhamento sobre a realidade ou quanto à própria existência. Logo, “Por que escrever?”, segundo diferentes autores, é uma questão tão complexa quanto perguntar “qual é o sentido da vida?”. Ambas não são perguntas a que respondemos à queima-roupa. Ambas não são perguntas as quais precisamos responder. Apenas as vivemos. É o nosso processo de vida.

Se por obrigação (por exemplo, a monografia) ou por vontade, de qualquer jeito, escrever amplia as percepções, age por confrontação quanto ao já sabido (senso comum) e suscita aprimoramento do próprio ato de escrever. É a ficcionalidade causando deslumbramento sobre a observação cotidiana. Alguns escritores aceitam o pedido do destino e se esvaem em letras naturalmente. É uma questão do gosto. Outros criam propostas de escritas, como forma de relacionamento com a realidade. É uma questão profissional (acadêmica?). Em voz alta ou no silêncio do quarto, os “escritores” aceitam a magia da inspiração e do talento, e espalham seus imaginários em meio às nossas tantas formas simbólicas (letras). A escrita, assim tem sua utilidade efetivada na socialização e na paixão.

Também é possível escrever por divertimento, por alegria, até exaurir-se na criação de um traçado, às vezes, insólito, de tantas vidas e aventuras. Aceitar a aposta de escrever, depois que a memória for atingida por algo desconhecido (superior?), é passar o tempo escavando suas questões em profundidade até clarear as idéias, até entender-se. De qualquer jeito criam-se encontros com novelos em busca de desvendamento. Lya Luft, então, diz “escrevo para seduzir meus leitores que sejam cúmplices na inquietação fundamental, na busca de entender o mundo – e jamais o entenderemos.” O tempo todo, então, o escritor objetiva, em seu planejamento, “uma releitura dos valores familiares e sociais” de cada tempo, na intenção de esclarecer o próprio tempo. Para essa autora e tantos outros mais, a literatura “pode e deve ser lida como uma denúncia da hipocrisia, da superficialidade, da indiferença, da negligência e da mentira nas relações humanas, amorosas e familiares”. Em verdade, escrever é ratificar a idéia de que existimos.

Não há, enfim, uma razão para escrever. Como tudo o que fazemos, é fundamental o acontecimento, qualquer evento cotidiano que nos incomode em qualquer nível ou aspecto. Este evento desequilibrante gera o impulso, ou seja, uma vontade de “falar”, de entender e de exposição, via explicação, do que nos aconteceu. Sartre, nesta hora, nos ajuda, dizendo: “o problema não é o que fizeram conosco, o problema é o que fazemos de nós com o que fizeram conosco.” Este impulso não tem natureza identificável, mas nos espanta, nos tira do prumo e, dependendo da formação, cria uma das mais tradicionais formas de esvaziamento de si: a escrita e, por conseqüência, o texto. Sabemos que muitos se exprimem de diferentes maneiras como, por exemplo, pelo desenho, pela pintura, pela música, todas linguagens cuja mensagem investe numa provocação à uma mudança externa. Mas acordamos com Alexei Bueno: o prazer lúdico de combinar palavras e fazer arte, “livra-nos do egoísmo, praga suprema da espécie e forma geral de estupidez.”

Quando for escrever sua monografia, lembre-se: o cotidiano é seu melhor laboratório de idéias. Observe-o com atenção. E se pergunte: o que me incomoda? Que ponto pode ser revisto? Que atitudes podem ser melhoradas? Que conceitos precisam ser repensados? Anote. Rascunhe. Converse. Ainda que o tempo seja curto e suas atividades semanais sejam muitas, aprecie o seu entorno fazendo silêncio de si mesmo. O resultado será uma escrita compromissada, coerente e de acordo com o seu movimento na vida. E aí, mesmo em meio ao desenvolvimento de uma escrita em nossos cursos de pós-graduação e aceitando ou não diferentes estilos de orientação, você vai estar feliz sempre! Força!

Profa. Claudia Nunes
Tutora do curso de Pedagogia a distância
Mestranda em Educação / UNIRIO

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Diabo veste... TUDO!!!



À Profa. Emilia Parentoni

Eu vi o filme “O Diabo veste Prada”. Fiquei impressionada. História base: Andy Sachs é uma assistente de Miranda Priestly, editora de moda da conceituada revista Runway Magazine. Ela é um verdadeiro demônio por suas atitudes prepotentes, arrogantes, frias, na relação com seus funcionários e parceiros de trabalho. O ambiente do enredo é a MODA. Interessante é que a moda é apenas o apêndice escolhido pela autora de livro homônimo e mantido pelo roteirista e diretor, para chamar a atenção ao livro e filme. Mas muitos espectadores saem do cinema acreditando que o filme fala do mundo da moda e quão cruel pode ser tanto o ambiente em si como a conquista de um espaço nesse nicho profissional. Nada disso! A moda é a alegoria para se apresentar as hipócritas (mas reais) ações humanas quando a intenção é a conquista do sucesso, no caso, a qualquer preço.

O filme fala de tudo, menos de moda. É impressionante como, a cada cena, muitas das simbologias analisadas como características dos comportamentos humanos, no século XXI, ficam ampliadas e esclarecidas. Vemos fugacidade nas relações, banalidade dos valores, crueldade nas ações, perda da identidade, crenças nas representações, indiferenças quanto ao outro, falta de emoção, individualismo exacerbado etc., tudo naturalizado. Debord tinha razão, a “sociedade [é] do espetáculo” e, mais, a sociedade é da espetacularização de tudo e de todos, pelo que Andy Wahol chamou de “cinco minutos de fama”. No filme, o ambiente do efêmero é a moda, como poderia ser a cultura, o escritório, a religião, as artes, a família etc. Em todos esses espaços, na vertiginosa sociedade da informação e da imagem atual, a maturação do conhecimento (Maturana) à composição de um ser íntegro e integral diante da dinâmica das situações cotidianas é uma utopia, senão apenas um fazer filosófico.

Miranda é a verdade do indivíduo atual. Miranda é o ser sem disfarces, sem teorias, sem dramas existenciais e que, para se tornar o que é, aceitou perder sua pessoalidade. Ela é humana, nunca pessoal. Mesmo as cenas de fragilidades muito femininas (perda do parceiro), não há a perda do direcionamento construído no intuito de se tornar inatingível, há a lógica de mercado e este diz que: “para poder ganhar é preciso saber perder” até o que for mais querido. O único diálogo “franco” entre ela e Andy reflete isso: “o que posso fazer por você, Miranda?” pergunta Andy. “O seu trabalho!” responde Miranda. Ao esquecerem seus lugares e investirem também nas relações pessoais no processo de conquista, as pessoas se perdem, embotam suas ações com uma série de pré-juízos que não lhes pertencem e atravancam todo o investimento com obstáculos incoerentes.

Cada um que faça o seu! Cada um que “corra na frente do seu prejuízo”! E conquiste seu desejo “de qualquer jeito” e com todas as armas! Miranda não chora por um amor perdido (seria incoerente até para a construção da personagem), ela chora por ter que enfrentar uma seara em que não entendeu as estratégias, não previu os atalhos tortuosos e em que não dominou todas as expectativas. Miranda descobre que existe um ambiente sempre imprevisível até para ela: o amor. Mas essa descoberta não a anula ou destrói. Orgulha-se de seu poder de superação e reinveste na personagem criada pela mídia: a própria Miranda; e, como Fênix, ressurge das cinzas para “dizer ao mundo” que ela é possível sim e... ainda!

Não é um filme com insights surpreendentes. Há até uma certa pobreza na construção do roteiro e nos destaques de cenas. Mas nada apaga a linguagem não-verbal de Meryl Streep em que consegue cristalizar a melhor pior chefe de todos os tempos. Durante todo o filme, não há olhares fixos entre coadjuvantes e personagem principal, a não ser quando é preciso recompor tanto o seu lugar (Miranda) quanto o lugar do outro, diante dela mesma. É a cena do sorriso de Andy diante de cintos iguais. É a cena em que Andy presencia uma discussão do casal em casa. É a cena em que Miranda anuncia seu segundo divórcio. Percebam: encarar o outro é restabelecer o lugar de cada um, pessoal e profissionalmente.

O personagem Miranda é humano puro e os espectadores saem do cinema comentando, analisando e gostando mais dela do que da pobre assistente injustiçada. Durante o filme espera-se mais por cada gesto da chefe (a aparição de Meryl Streep) do que pelo início da superação da assistente. Mais uma vez, o suposto vilão é atraente, sedutor e fascinante. É tudo o que qualquer mente, com a desculpa da praticidade, deseja ser quando busca “um lugar ao sol”. Se nos aliviarmos da carga dos pré-julgamentos, Miranda torna-se a grande educadora de vida para Andy e para qualquer um que queira qualquer experiência de sucesso (valorização), pois esta não vem com resmungos, sensações de pena, reclamações ou criação de afinidades inócuas; ela acontece pelo brio, pelas escolhas, pela solidez de princípios, pelos posicionamentos, pelos enfrentamentos. E Miranda ensina tudo isso... a todos nós! Miranda é o direcionamento para a certeza de que TODOS OS DIAS serão dias de sol, caso tenhamos foco. Há um ditado para isso: “de limões, façamos limonadas!”

Basicamente, Andy tem (e isso é dito várias vezes no filme), uma oportunidade pela qual um milhão de jovens mulheres em Nova York chegariam a matar para conseguir. Mas rapidamente ela descobre que além de TER é preciso saber MANTER esse emprego e toda sua vida pessoal (amigos e namorado). Sobreviver a Miranda é impossível. Ninguém sobrevive ao Outro. Todos sobrevivemos a nós mesmos! Não há nada de incoerente no que diz ou fala (Miranda) em todo o filme. Apenas ela escolhe armas (atitudes) que incomodam ao espectador e que a defendam contra um perigo maior: o afeto. Para isso Miranda ocupa todas as horas de seus funcionários ou pelo temor ou pelas exigências. Não há tempo para fofocas de bastidores. E só se mantém nesse lugar quem faz a escolha de perder parte de sua humanidade. Essa é a proposta do Diabo! Esse é o pacto!

Miranda é a mediadora entre (aproveitando Glauber Rocha) “Deus e o Diabo na terra do Sol” (Paris é a cidade Luz). Ela é o ídolo cuja vida (lugar) os fãs querem conquistar. Andy, a pobre menina sonhadora, aceita o trato por um tempo (perde até o nome, agora é uma Emily), absorve todos os aprendizados das relações humanas que geram e incrementam o ambiente da moda, e se modifica por adaptação ao meio.

Mas, alguns dirão, Andy abandona tudo isso em busca dos seus sonhos. Ledo engano! E Miranda está certa de novo! Não há moral nessa história! Andy é igual a Miranda mesmo! No final, só o foco muda! E Miranda percebe isso quando passa a chamá-la, não mais por Emily, nem pelo apelido comum Andy, mas de Andréa, seu real nome. Não há mais espaços para as duas juntas e Miranda sabe disso. Antes de qualquer coisa, assim como fez ao dar o lugar de seu estilista a outra profissional, ela, por manipulação, abre caminho para que Andy faça sua única escolha: a própria vida. Miranda admira Andy e por isso não a quer mais tão perto.

O filme é cheio de possibilidades de leitura em diferentes campos do saber e por isso merece ser visto e revisto, principalmente para quem passa o tempo reclamando dos insucessos e não percebe que, num mundo de aparência, pelo menos, se aparentemente queremos SER, seremos o que quisermos.

Assistam também ao filme “O Advogado do Diabo”!

Profa. Claudia Nunes
Especialista em Tecnologia Educacional / IAVM
Mestranda em Educação/UNIRIO



A edição especial nº 12 de Mente&Cérebro é uma viagem pelos reinos da percepção, com incursões nos mecanismos de apreensão sensorial, alguns dos quais nos fornecem insights sobre doenças como Alzheimer e aids, e excursões em territórios do futuro, que combinam biologia com engenharia e devem nos trazer, nas próximas décadas, soluções para velhos problemas, como a cegueira, a surdez e a dor do membro-fantasma. O poder da música sobre o funcionamento cerebral, a sinestesia − estranho fenômeno de contaminação sensorial − e a relação entre olfato e atração sexual completam esta edição.

Emocione-se: Feliz 2007

Não vou escrever nada linear. Não vou usar a velha equação da boa escrita: introdução, desenvolvimento e conclusão. Vou escrever impressões... É fim de ano! Fim de ano é início de emoções. E emoções são as informações da pele. A dinâmica dos problemas é colocada em algumas gavetas da mente e do escritório e passamos a viver eventos emocionais. O que sobra é um tempo de ESPERANÇA. As afetividades "estão" nossas melhores doações. Não há mais um mundo privado. Calçadas cheias de idéias, presentes, alegrias, projetos e solidariedade. Restaurantes cheios de novas ilusões positivas... em grupo. Há um voluntarismo trazendo novas práticas de sociabilidade. A sensação é de amizade coletiva. Em cada esquina, muito senso de humor, espontaneidade, apoio mútuo e... paciência. No mundo atual, esse momento diferente assusta, mas constrói sorrisos. Novembro e Dezembro, meses em que nosso baú de "perdidos" é revisto e em que resolvemos experimentar o "bem estar". Não há privilégios de contextos para que abraços aconteçam com prazer. É um tempo incrível! Eu me sinto realizando um ritual humano de manutenção do meu estado de pessoa onde não há ações desconfiadas ou interesseiras, há um revigoramento das nossas conexões através de links emocionais como carinho, deleite, cortesia e respeito. Sabemos que há uma simbologia natalina cuja mensagem comunica novas interpretações quanto às maneiras de se movimentar na cotidianidade. Sabemos que essa simbologia natalina, em muitos aspectos, não condiz com o nosso tropicalismo cultural. Mas sabemos também que é a partir de certa exposição e vulnerabilidade que revivemos a "alegria da pureza das crianças". As cenas que vemos são cenas multicoloridas. O vigor das cores nos retira de nosso eixo monótono e cria novas seduções e impulsos em função do prazer do Outro. Meus avós diziam: "o melhor da festa é antes da festa..." Todo o sistema nervoso é atravessado por estímulos vigorosos de AMOR. Não deixemos de pensar também que esse tempo é de consumo. Mas por que firmar um contrato com a desesperança ou com a indiferença para sempre? Os eventos desse período são toques em nossa inocência para que nossas performances, com as pessoas e no ano seguinte, sejam meios de acesso à conquista dos nossos desejos e de sabedoria. Se vivemos por simulacros e em representações, o fazemos, nesse período, sem grande polidez, mas com muita intimidade. Adoro os comportamentos de Dezembro! As sensibilidades estão plenas em função do Outro. Os limites da individualidade são respeitados de forma diferente. Como pessoas mortas que se tornam grandes heróis, o clima não aceita ressentimentos, ofensas ou rancores. As diferenças de visão de mundo parecem "coisa" de gente imatura. Tudo parece que pode ser conversado, encarado e/ou resolvido. Em meio a ceia de Natal e a passagem do Ano, negociemos com o divino e desejemos realmente um grande 2008 para todos.

Profa Claudia Nunes
Tutora de Graduação a distancia em Pedagogia do Instituto A Vez do Mestre
Mestranda em Educação da UNIRIO

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...