quarta-feira, 22 de abril de 2020

Em isolamento, muitas decisões


Segundo Osho (2009), a mente é tagarela. E em isolamento, essa tagarelice é dolorida. É uma luta. É uma desarmonia mental. É uma loucura. Mas é preciso vive-lo e sobreviver. Dentro de cada cubo familiar (a casa), a solidão é quase palpável. Todo dia a mesma coisa: “o que fazer para que o dia passe outra vez?” Tenso. A mente é inimiga nessas horas e, se nos distraímos, ela nos faz encarar lembranças e pensamentos estranhos e ruins. “Será que é assim que começam as ações de pânico, ou ansiosas ou até suicidas?” Se não quisermos entrar em nossos submundos e encarar nossas inseguranças e medos, a mente precisa ser alimentada de novos sentidos e novas informações. É uma decisão diária. É sentir a dor e agir para reconduzir os pensamentos a outros movimentos de bem estar e satisfação. Em isolamento, há algumas distrações e muitas atitudes. Os sistemas de recompensa precisam ser atingidos por rodovias de neuroquímicas muito mais positivas para sustentar o contínuo enclausuramento. Ou como diria certa neurocientista, em isolamento, estamos na seara das funções executivas. Antes de embarcar em um barco furado que nos faça afogar em nossos próprios medos, arrume uma prancha, um jeito, uma estratégia e sobreviva. Em isolamento, o tempo é intransigente e passa do jeito dele. Logo, em seu ínterim, temos que sobreviver! E sobreviver a nós mesmos. E a mente espera por isso. É uma experiencia incomum, mas necessária. Em isolamento, todos os registros gravados em nossa memória, como incidentes, conflitos, falas raivosas, perdas amorosas, podem ressurgir e causar palpitações, choros, irritações, ansiedade e pânico; e estamos sozinhos ou enclausurados com pessoas que, em muitos casos, realmente não nos conhecem. É preciso cuidado, nunca ignorância. Não se ignore! O isolamento pode ser a grande oportunidade de mudar o tempo mental e o mundo em geral. Diante de uma vassoura, um pano, um balde, uma lavagem de roupa, a mente fica sem controle dos trajetos dos pensamentos e a energia vibratória interna pode ser tóxica. É a hora de fazer alguma coisa e mudar essa relação. Diante de emoções tóxicas, nós precisamos de estratégias de positividade. De novo, é uma decisão. Ficar bem é uma decisão. Não nos façamos de vítimas à toa! Vítimas não existem! Na distração mental e encontro com nosso submundo interno, é hora de colocar uma música e dançar. Hora de conversar consigo mesmo e romper os cárceres mentais. Hora de brincar com a vassoura e rodopiar como porta-estandarte. Hora de fazer o que mais gosta: escrever ou ler ou pintar. Hora de experimentar sonhos e desejos. E tudo isso é uma questão de treinamento. E treino é repetição. E repetição é controle da saúde mental e da vida funcional. Não devemos ignorar as emoções tóxicas, nós devemos aproveitar para arejar, limpar ou mesmo jogar fora o que não for útil. Em isolamento, nós estamos com a grande oportunidade de vivenciar nossa capacidade de viver com tudo o que nos aconteceu e tentar organizar a mente para viver o que o futuro nos apresentar. Quando nos defrontamos com nossos gatilhos mentais, nós precisamos de regulação emocional intensa. Não é (se) ignorar, lembre-se, é vivenciar e decidir o que fazer para melhorar ou escapar da própria loucura. Dia a dia, é preciso recriar novas rotinas com menos esconderijos e comportamentos mais flexíveis. Treino é memória de trabalho. Regulação emocional volta-se ao controle inibitório. E enfim, a rotina de superação envolve a flexibilidade cognitiva. Pensar o isolamento é pensar um momento para o treinamento de múltiplas aprendizagens. E uma delas é a aprendizagem pessoal. Aproveite! Fique bem!

Profª Ms. Claudia Nunes (23.04.20)

CAIXA DE PANDORA e isolamento social


Quando lemos o mito da Caixa de Pandora, nós observamos palavras como curiosidade e esperança. Há um mote focado no feminino, mas é preciso compreender que o ser humano não tem limites. De forma negativa ou positiva, os humanos querem sempre saber mais. Humanos são inconformistas e, a partir de certas insatisfações ou incômodos, criam outras realidades ou mudam o ritmo do seu cotidiano. Por curiosidade, humanos libertam todos os tipos de sentimentos ruins, mas também acreditam que, de uma hora a outra, estes serão desculpados, entendidos, esquecidos, sanados. É a tal esperança. Em isolamento social, o cérebro humano é a caixa de pandora e sua casa. Humanos oferecem suas invenções (fogo de prometeu), apesar dos limites éticos e estéticos, na intenção de sobreviver, de ajudar, de mudar o mundo. Em evolução, nós somos idiotas e gênios simultaneamente. Somos potencialidades e possibilidades também. A questão são os estímulos recebidos e as associações celulares feitas. Quando reconhecemos que há células relacionadas ao pensar, sonhar, imaginar, poesia, pintura, matemática, biologia, filosofia etc.; reconhecemos também a existência das diferentes inteligências desenvolvidas pelas influências que recebemos. E estas inteligências, às vezes, reabrem a caixa de Pandora (o cérebro) e soltam vírus insanos: palavras ruins, gestos insanos, humilhações preconceituosas, disputas sem consideração até vírus biológicos mesmo. Tudo por interesse. Nunca por necessidade. Nós saímos do mito de Narciso (vaidade) e entramos no mito de Prometeu (castigo e vingança). Hoje, nós estamos em um labirinto cujo Minotauro (o vírus) está fora de casa, em busca de uma saída que nos deixe voltar a respirar livremente e juntos. Será que queremos o Minotauro de volta ao labirinto porque é confortável ou destruir labirinto e Minotauro para viver em paz e harmonia? Dentro da caixa, só temos mesmo a esperança. E estas requerem recriação de novas associações na memória que nos faça sobreviver a vivência em um mundo virulento. Em isolamento, a caixa de Pandora também é nossa casa. O vírus tem sua vingança assim como Zeus, deus do Olimpo. Vamos pensar: a casa é um ambiente familiar que ignoramos no cotidiano produtivo. É o ambiente para o qual voltamos apenas para dormir, nos sentir seguros e confortáveis. Mas é uma casa desconhecida. Diante do isolamento, a casa nos surpreende. É o lugar do maior monstro que existe: NÓS mesmos. Quantas coisas escondemos! Em isolamento e para prevenção da sanidade, a ideia é abrir a caixa de Pandora e liberar espaço. Armários, gavetas, roupas, papeis, objetos, tudo é remexido. Passamos o tempo, eliminando a sensação da passagem do tempo, resgatando lembranças e eliminando inutilidades. Tudo está no ar, no cérebro e no lixo. Tudo está livre. Mas a caixa da caixa mantém a esperança. Dentro de casa, o cérebro mantém a esperança. Ao inverso, dentro do cérebro, memórias se reencontram, são renovadas e a casa fica limpa e cheia de energia. A caixa de pandora é múltipla, esconde os mesmos sentimentos e, por curiosidade ou necessidade, quando aberta, determina um salto evolutivo, outra maneira de sentir, nova oportunidade de SE pensar, com a esperança. Nós temos diferentes sentidos à caixa de pandora e em todos a ideia é AUTOCONHECIMENTO para uma perspectiva positiva. Segundo Osho (2007), tudo o que nós temos é criado pela necessidade. Nesse tempo e hora, devemos abrir a caixa de Pandora (cérebro e casa) e agir como o mito da Fênix: ressurgir das cinzas para construir um mundo melhor junto à esperança. O cérebro, a mente e o corpo agradecerão. Eu creio...

Profª Ms. Claudia Nunes (23.04.20)

“E Se? Que mundo você escolhe?



“Simulamos cenários incansavelmente, uma das principais ocupações do cérebro inteligente: a simulação de futuros possíveis”(EAGLEMAN e BRANDT, 2020, p. 35). E, em isolamento, nós sentamos e simulamos o melhor da vida: é o tal “E SE?”. É uma preparação com muitas alternativas, sempre de sucesso. É o uso saudável das funções cognitivas como sensação, percepção e atenção, sempre de forma positiva. Ao criar cenários de ações e emoções felizes, nós adquirimos conhecimento sobre nós mesmos e outras pessoas em determinadas situações. Nós criamos memória! “É um exercício imaginativo” (p. 36). Em isolamento, sobrevivemos pelas tantas especulações que fazemos e estas fortalecemrotinas cognitivas e ajustam emoções indisciplinadas. É a tal da esperança. Em isolamento, nós mantemos a esperança em um mundo em cujo futuro possamos nos tocar e respirar sem senões. É uma hipótese confortável para continuar indo e vindo sem preocupação com as mãos. É uma energia que nos move a continuar vivos individual e coletivamente, apesar da permanência das tantas bactérias e vírus que nós mesmos desenvolvemos e/ou proliferamos. É um grande disfarce à possibilidade real da morte. É um ensaio de segurança que intensifica nosso desejo de “vida eterna”. Em isolamento, somos heróis porquenão temos a morte como mote. Somos inabaláveis e corajosos porque atuamos para o futuro. Somos criatividade inventiva que cria mundos fora do isolamento, nos envolvemos em emoções saudáveis e reelaboramos nossos dias seguintes com novos encantamentos, experiências e sensibilidades. Quando o mundo voltar a convergir entre o dentro e o fora de casa, nós teremos que nos assombrar com outra dimensão de realidade e ainda assim permanecer perguntando: “E SE?”. Lembra da trilogia Matrix? Pois é, nunca esqueça, é uma grande possibilidade. Pílula vermelha ou azul? Responda! É simples... Mas só depois do isolamento...

Profª Ms. Claudia Nunes (20.04.20)

Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de janeiro: Intrínseca, 2020.

domingo, 19 de abril de 2020

Ensino a distância, um recurso útil para a docência presencial



Quando pensamos na opção urgente de ensino a distância, para o Ensino Médio, nós, professores, temos duas linhas convergentes como opção: aproveitamos o conhecimento a partir de experiencias anteriores e (quando o medo passar) realizamos um salto qualitativo, no escuro mesmo, e exploramos o ambiente virtual ainda não testado.
Em nossos discursos pré-isolamento, nós reconhecemos a importância das tecnologias no dia a dia e reclamamos de seu uso excessivo pelos aprendentes, mas nunca realmente sentimos o medo e o prazer que seu uso oferece.
Em um momento de urgência, a incerteza é o poder e a opção de superação para a sobrevivência profissional. O ambiente de aprendizado escolar é outro; o conhecimento docente é o mesmo; mas o traquejo entre os recursos, inclusive, virtuais é diferente. Há reclamações fruto do receio e da insegurança. Só que estamos diante da palavra URGENCIA, logoo ambiente virtual é uma opção real e precisamos aproveitá-lo.
É um tempo em que docentes e discentes estão em dúvida e ansioso pela novidade de ensinar e aprender sem a relação presencial. E os pedidos são os mesmos: incentivo à proatividade; uso de múltiplos recursos e estratégias inovadoras. Pensem: “As regras do mundo raramente permanecem as mesmas por muito tempo e é por isso que os animais precisam pegar o que aprenderam e alterar isso com tentativas de novas descobertas” (EAGLEMANe BRANDT, 2020, p. 30).
Nós, professores, nos tornamos então exploradores de oportunidade ao mesmo tempo que nos modificamos como profissionais. Exploração e atualização acontecendo na relação docente e discente, apesar da distância, afinal “no reino animal, o conhecimento adquirido a duras penas é contrabalançado por novas buscas” (2020, p. 30). E o cérebro humano chega“ao meio-termo entre aproveitamento e exploração que equilibra flexibilidade e rigor” (2020, p. 30).
Professores, previsibilidade não faz parte da evolução humana, nós evoluímos aos saltos; logo também não faz parte de nossa qualificação profissional. Nosso conhecimento serve para empreendermos criatividade às práticas pedagógicas, mesmo em ambiente virtual. Pare, pense, reveja e, a partir da logística de cada plataforma virtual de ensino, crie uma dinâmica confortável para você e adequada ao seu aprendentes.
Este tempo virótico e de isolamento vai passar e ai, com certeza, não voltaremos ao cotidiano normal de pensamento e atuação; nós voltaremos modificados pela experiencia do ensino a distância e com a oportunidade de utilizar estes novos recursos às nossas práticas e tipos de avaliação, mesmo em espaços presenciais.
Pense nisso!

ProfªMSc Claudia Nunes (17.04.20)

Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de janeiro: Intrínseca, 2020.


Agora, Brasil, ‘Inês é morta!’


Em tempos de informações irrelevantes
Muito difícil manter a visão lúcida sobre a vida.
Há debates cruciais; há questões raciais; há crenças imortais.
Mas nós... nós não somos mesmo tão imortais.
Por isso, Brasil, avante!

É urgente trabalhar para transformar.
É urgente ficar em casa para se amar.
A história não poupa ninguém.
O futuro da humanidade não se paga em vintém
Por isso, Brasil, por favor, levante-se!

Nas águas de março
Nós estávamos ocupados demais,
Cheios de responsabilidades demais,
Umbilicais demais;
Perdidos em vaidades de menos
E em orgulhos, cheios de venenos.
Nunca pensáramos na força doente dos ventos.
Então, que história nós temos hoje?
Em suma, nenhuma.
Por isso, Brasil,agora, relembre!

De repente, não mais que de repente,
Precisamos de clareza, mais do que alimentos.
Precisamos de firmeza, mais do que roupa.
Precisamos de leveza, mais do que lá fora.
Precisamos de gentileza, mais do que ir embora.
Precisamos de gente e saúde pelo mundo afora.
Nesse de repente em de repente,
Os dias e os corações estão bem doentes.
Por isso, Brasil, não se lamente!

Nunca fomos deuses ou astronautas.
Nunca fomos descobridores dos sete mares.
Nesse tempo de vida, nós só tivemos o dom de iludir
Para enlouquecer sem poder ir e vir.
Não entendemos que é o amor, o nosso melhor elixir.
Somos o aqui e agora de nossas próprias ações.
Somos ilusões, chavões e grandes sermões.
Somos inversões de valores e vírus aterrador, sem senões.
Ninguém escapa do que seja global,
Quando a morte se refugia em todo local.
E se você pensar em fazer o mal,
Lembre-se que o mundo é seu quintal.
Lá existe de tudo:
Refugiados, famintos, descrentes e nunca elogiados.
Todos com dores e certezas profundas,
Regados pelo que é fatal!
Por isso, Brasil, enfrente!

Temos uma realidade em tramas e traumas
Sofremos no privado o que fizemos em público.
E não há sabedoria ou fonte de sobrevivência em nossas almas.
Somos maus selvagens com pitadas de lucidez.
Então, pense com rapidez:
O que está acontecendo no mundo hoje?
O que fizemos do mundo ontem?
Que mundo nós teremos amanha?
Não há resposta sem angústia e medo,
Não há decisão sem ansiedade e treino.
Há distorções rudes de corpo coletivo insano e doente.
Por isso, Brasil, sustente-se!

Incendiamos o mundo com um elemento invisível;
Fizemos experiências com o desconhecido;
Rompemos os liames da ética e do pudor de forma inflexível
E agora, temos a dor em rede sem destinações diretas
Como nunca deveria ter acontecido.
Nossa vida diária foi interrompida,
Gestos afetivossão suprimidos,
Vidas em torrente de emoções sem ponto final.
Não somos mais tão destemidos.
Somos arenas de vazios sensórios.
Somos ameaça e perigo urgente.
Somos seres sem explicações irrisórias.
Somos a loucura daqueles sem abrigos e indecentes.
E depois de tantas e loucas maldades,
Somos solitários, estranhos, envoltos em boçalidades.

Agora realmente, depois do ‘leite derramado: ‘Inês é morta!’
Por isso, Brasil, reinvente-se!
Sua situação é urgente!

ProfªMSc Claudia Nunes (17.04.20)



Queremos a ‘coisa seguinte’


Somos propensos à inovação. Música, bandas, cabelos, profissões, seitas, religiões, arquitetura, linguagens, filosofias, propagandas, ensino, estes e outros elementos, vez por outra, são atingidos pela inventividade humana e surpreendem setores da sociedade. “Não se trata de encontrar a coisa perfeita, mas a coisa seguinte” (EAGLEMAN e BRANDT, 2020, p.23).
Humanos necessitam de variações de sensações e percepções para elaborarem novos modus operandi às neuroconexões e desempenhos futuros. Quando se pensa na ideia urgente de ensino a distância, para o Ensino Médio, pensa-se na exigência autoritária de inovação pessoal rapidamente. É uma urgência de saúde pública.
A formação docente torna-se uma base frágil para sustentar os professores na onda desta outra metodologia. De frente a pergunta: eles estão preparados? Ou melhor, eles se prepararam? Um dos mantras mais repetidos nos últimos 10 ou 15 anos, na Educação, é que o professor deve ser manter em atualização constante, daí outra expressão muito usada: formação continuada.
No tempo atual, há outra geração, outras linguagens e outras profissões exigem outras abordagens que mantenham as aprendizagens. Mas “não há uma resposta certa sobre como fazer isso: o que importa é a mudança” (2020, p. 25). Mudança na urgência que desequilibra, apavora e desgasta; mas também reinventa a força maior humana: a sobrevivência.
Apesar das diferentes faltas e falhas, humanos precisam sobreviver e sobreviver é se adaptar. Diante da perspectiva do ensino a distância, para o Ensino Médio, o cérebro humano se representa em algumas fases:
ð 1. Medo e negação como distração e resposta básica;
ð 2. Estranheza, tentativa, erro e acerto, como princípio do entendimento;
ð 3. Dúvida e experimentação básica como possibilidade de continuar trabalhando;
ð e, por último, 4. Adaptação e criatividade como proposta de manutenção das aprendizagens.

“Quanto mais conhecida for alguma coisa, menos energia neural gastar-se-á com ela” (2020, p. 27). Nós nos adaptamos, criamos zonas de conforto e nos movimentamos pelo ambiente virtual com criatividade. Do medo à curiosidade chegando à criatividade, humanos se adaptam pela urgência, pela aceitação e pela repetição. Essa é a ordem da organização, desorganização e reorganização mental.
Na repetição, os humanos se tornam mais confiantes em suas previsões e mais eficientes em suas ações. Lógico que nem todos se adaptam. Mas a surpresa da desadaptação é o pomo da discórdia emocional e da renovação profissional e, nele, ou por prazer, ou pela necessidade, surgem os inovadores, os desafiadores, os motivadores, enfim, os professores do século XXI.
Professores utilizando o ensino a distância como outro espaço de encontros e aprendizagens é uma grande surpresa, ainda que a adaptação seja inerente. Seus cérebro se esforçam “para incorporar novos fatos a seu modelo de mundo” (2020, p. 27). É a busca pela novidade ou, ao menos, pela superação do medo para sobrevivência profissional.
Hoje, por causa do isolamento social, a urgência de saúdepública e a sala de aula precisando de outra dinâmica, os professores estão fora dos seus ‘pilotos automáticos’ e se mantendo despertos à própria experiência ou ao tempo da própria experiência para ultrapassar receios e realizar o melhor trabalho possível.
Professores vivem a surpresa do que Bauman chama de “tempo líquido”; vivem um confronto entre prazer e desprazer em seus sistemas de recompensa; e vivem neuroconexões envolvendo neurotransmissores em convergência intensa e acelerada. É tempo de escapar à previsão do cérebro, aceitar o autoconhecimento e inovar dentro das próprias possibilidades. “A inovação é um requisito. Os seres humanos precisam de novidade” (2020, p. 29).
Professor equilibre suas emoções e crenças, inebrie-se e aceite este novo looping em sua vida. É hora da revisão do conhecimento profissional e das práticas pedagógicas, através de uma plataforma virtual, e catapultar os estilos de aprendizagem com inovações, em ritmo gradativo e confortável para você e seus aprendentes.

Profª MSc Claudia Nunes (17.04.20)

Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de janeiro: Intrínseca, 2020.


Houston, temos um problema!


Em tempos de isolamento social e de processos de aprendizagem mantidos pelo ensino a distância, por uma questão de urgência de saúde pública, manter as rotinas cognitivas tanto do professor, quanto do aluno, é um jogo de xadrez cujo xeque-mate não existe. Por questões de saúde pública, houve um rompimento do molde de ensino presencial, nas escolas públicas, para o surgimento de uma novidade: o ensino a distância no Ensino Médio.
Professores e aprendentes estão com seu software cognitivo rodando de forma diferente e em outra velocidade, pois seus dados sensoriais sobre o tempo e a profissão estão sendo afetados por informações de outro tom, volume e consistência. Informações que precisam ser continuadas e gerenciadas a distância. Neste aspecto, abre-se também a possibilidade de os professores estimularem outras versões de si mesmos como profissionais de ensino. É outra sala de aula, em outro ambiente e a distância.
Segundo Eagleman e Brandt (2020), o software mental, reconfigurado e reposicionado, dá origem ao amanhã. Ou seja, os professores estão em expectativa, se repensando e inaugurando um novo tempo educacional, apesar dos diferentes medos.
Em tempos de isolamento, nós, professores estamos ‘sofrendo’ “ajustes evolutivos nos algoritmos que rodam no cérebro humano” (2020, p.15), o que nos permite criar versões alternativas do que seja sala de aula. Base desse movimento: mais disponibilidade e quebra de padrões, o que nos leva à “inventividade irreprimível da espécie” e da formação docente para o futuro. E “só uma coisa nos permite enfrentar essas mudanças cada vez mais aceleradas: a flexibilidade cognitiva (p.16). Ou seja, “se queremos um futuro brilhante para nossos filhos, precisamos recalibrar nossas prioridades” (p. 16). E a opção, mesmo de forma atabalhoada, do ensino à distância, como possibilidade de manutenção das aprendizagens dos adolescentes, torna-se um meio para que repensemos padrões de ensino, de expectativa, de prioridade, de disponibilidade, de conhecimento e da formação.
Estamos em xeque-mate educacional. Quando olhamos de esguelha por outras portas cognitivas, aprendidas na formação profissional, nós nos deparamos certas ilusões pedagógicas, principalmente quanto ao ensino do aprendente ideal; mas hoje, reconhecendo a presença útil de outras metodologias de ensino, nós nos deparamos com outros manuais de vida e também com nossas fragilidades relacionadas às rotinas de comportamentos emocionais e cognitivos. Há realmente algo além dos conteúdos.
Esse xeque-mate, cuja senha é a urgência, nos leva a efetivar o entendimento de um tempo com outras habilidades prementes de estímulos variados, cheio de recursos possíveis para além do que aprendemos na formação, cujos contextos interferem nos processos de aprendizagem e que, ainda assim, exigem, as vezes de forma inconsciente, formação continuada de professores e aprendentes.
Neste ponto, duas habilidades são ilustrativas: a curiosidade e a criatividade. Ao imergirmos no mundo do ensino a distância, depois de passado o medo e a negação sobre o ambiente e nossas possíveis performances, estas habilidades devem ser o foco das alternativas pedagógicas de qualidade. São habilidades que também interagem com objetos, família, comunidade, sociedades, histórias, pensamentos etc.
Hoje é tempo de uma arqueologia do saber, em ambientes híbridos, muito pós-modernos e surrealistas, para se dar continuidade aos aprendizados.
Aproveitem professores! Não sabemos mesmo “como será o amanhã”, mas todas as descobertas de agora repercutirão como oportunidades de percebermos (e agimos) a educação e o ensino a distância, dentro de outros parâmetros, respeitando, principalmente, e com real efeito, como o aprendente aprende.

Profª MSc Claudia Nunes (16.04.20)

Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de janeiro: Intrínseca, 2020.


Eugenia e Epigenética


Em tempos passados, com Francis Galton, primo de Darwin, nos apresentou a EUGENIA, teoria que prega o aperfeiçoamento da raça humana por meio de seleção genética. Ou seja, a partir de cruzamentos entre exemplares da espécie com características desejáveis, teríamos descendentes cada vez ‘melhores’. E uma dessas características seria a inteligência. Pais com genética ‘boa’ teriam filhos ‘bons’. Mas, por exemplo, para pais com transtornos mentais era preciso impedi-los de ter filhos. Alguns textos chamaram essas crianças de ‘azaradas’. E os cientistas temiam certas leituras genocidas. Por décadas, a ciência se desviou da investigação mais profunda sobre as bases da inteligência justamente “com medo de que suas pesquisas apontassem origens genéticas para as habilidades mentais e servissem de base para matança e preconceito”.
A linha de pensamento atual investe na ideia de que “a inteligência é PARCIALMENTE hereditária”. Como? A partir de estudos sobre gêmeos, filhos adotivos e DNA, nos últimos 50 anos. A base humana é a genética. A partir da concepção, a genética + hereditariedade representam os humanos como espécie ‘que pensa’, mas não os definem como sujeitos sociais. Por isso, a palavra parcialmente é fundamental.
A genética (hereditariedade) se transforma a partir de diferentes influências pós-nascimento. Áreas do cérebro ligadas à memória e à linguagem estão em constante modificação pelos estímulos recebidos e formas de associação neuronal. Essas modificações criam edições, descartes e interpretações às informações com que o córtex pré-frontal humano as evocará. É a hora do pensamento (raciocínio lógico) e da atitude (funções executivas).
Só que todo o movimento de transformação cujo resultado seja qualidade nas relações e cognições tem seu início na mais tenra idade. E sabemos que, em nossa sociedade, crianças de 0 a 7 anos, pelo menos, estão passando por emoções tóxicas em demasia e grande falta de estímulos adequados, em seus ambientes de imersão social, educacional e familiar.
A genética pode apresentar disfunções por causa do desconhecimento ou irresponsabilidade dos pais, no processo de gestação; mas a influência dos meios ambientes, pós-nascimento, gera problemas bem maiores às inteligências, tendo em vista o tempo de imersão, a repetição dos desencontros emocionais e a condição de saúde ou financeira.
Após o nascimento, os muitos estímulos recebidos revestem a bainha de mielina de neurônios mais consistentes ao gerenciamento e transmissão dos impulsos nervoso. Há um reforço e um esforço eletroquímico a vários conjuntos de neurônios, relacionada às áreas já mencionadas, por associações, as vezes imprevistas, criando inteligências mais focadas, atentas, equilibradas, empáticas e resilientes às experiências de vida, no processo de crescimento e de desenvolvimento cognitivo.
Ainda assim, nossa realidade é outra. Da repentina sensação ao acontecimento das funções executivas, as influências do meio ambiente causam grande confusão ao trânsito de informações nos neurônios e prejudicam as inteligências. Uma confusão que desenvolve autonomias e identidades que, às vezes, fogem às regras sociais. O acontecimento das neuroconexões, quando se relacionam à atenção, carinho ou positividade, tem a precisão de “alimentar” as inteligências com mais curiosidade e criatividade. É a inteligência como aspecto que envolve um conjunto de genes e que dá a capacidade de pensar e resolver problemas de forma criativa. E quando tal movimento tem a insistência de se relacionar com emoções e vivências não tão atentas, carinhosas e positivas, o que se estabelece são organismos humanos confusos, desorganizados, irritadiços, desatentos, pouco focados e diferentes em cada geração.
A inteligência então não é imutável. Muitas crianças não tem o destino mental de seus pais. Ainda assim são organismos cujos genes representam as tendências mentais paternas. Há pontos de contato com seus pais. Elas não são eles e, por isso, não merecem estigmatizações. E estes pontos de contato modificar-se-ão pelos tipos e intensidades das interações ao longo do seu desenvolvimento.
Da eugenia chegamos à epigenética (algo que está acima da genética), uma camada adicional de complexidade biológica que influencia o DNA; um conjunto de especializações possíveis; um sistema que controla a ativação e o desligamento de genes; um processo muito permeável a influências externas, como fatores de estresse, calor, frio, fome etc. Por isso devemos respeitar suas genéticas, mas também oportunizar interações diversas a essas crianças e assim promover associações criativas e comportamentos de agilidade emocional adequada às suas necessidades e às necessidades da sociedade.
Da Eugenia radical e preconceituosa à Epigenética, ponto de construção do equilíbrio e da inteligência emocional, nós, humanos, continuamos mantendo nossa melhor força: nossa sobrevivência como sujeitos sociais.

Profª MSc. Claudia Nunes (16.04.20)

Referencias:
LISBOA, Silvia. A Inteligência dos Bebês. Dossiê Superinteressante especial – Guia Definitivo da Inteligência. [Material em PDF].


Aula de escrita, por mim e Stephen King



Enfim estou lendo Stephen King como na adolescência. Ele é muito inteligente. Momento de terror na real e na ficção. Penso que estou em espelhamento total e não me incomodo. Deixo rolar. Há um monstro, em nossa cidade (It, a coisa), libertando vários monstros internos de mim e do mundo. E, em isolamento, não há jeito: ou nos assumimos, ou entramos em uma neurose das boas. O ‘fora’ não é mais um esconderijo perfeito. O livro A Peste de Camus é a realidade; mas Carrie, a estranha, é nosso alerta; O Iluminado, nosso medo; e Um sonho de liberdade, nossa esperança. Incrível! Enfim estou lendo Stephen King como na adolescência para entender o poder da (minha) escrita. Por isso me tornei professora de Literatura. Stephen King, Agatha Christie, Malba Tahan, Irving Wallace, Machado de Assis e Clarice Lispector assumiram minha mente e me colocaram uma duvida: como escreviam bem? Ou, como escrever daquele jeito? Ou mesmo, como é bom escrever enredos com múltiplos personagens? Enfim, como eles conseguiam? Em tempos de isolamento social, a escrita me salva de emoções intensas e, às vezes, estarrecedoras. É labuta. É todo dia. É vertiginoso. Como King afirma “a vida não é um suporte à arte. É exatamente o contrário”. Escrever me diverte, me fortalece, me distancia, me faz pensar melhor, me deságua, me assusta. Hoje, navegando pela Internet, eu me deparei com vários conselhos de King para que possamos entender (e praticar) a arte da escrita. Alguns conselhos são possíveis para os esforçados; para outros é necessário talento real quanto à dinâmica da escrita. Li todos os 33 conselhos, pensei em mim, no meu momento, e, adaptados, resolvi reescrevê-los:

ð  Toda história ou texto é do mundo, logo escreva para quem quiser ler.
ð  Não há necessidade de silêncio absoluto: ele pode ser inspirador. Aproveite!
ð  Não tenha medo do brainstorm, mas de sua exposição sem revisão.
ð  Defina-se entre dois ou três gêneros literários e escreva.
ð  Vez por outra, escolha alguém para ler e comentar.
ð  Não seja orgulhoso, há textos bons e outros nem tanto.
ð  Diante de um insight ou de uma vivência, escreva (anote).
ð  No mundo há muitos personagens, busque e escreva.
ð  Em revisão, elimine excessos de subordinadas e advérbios.
ð  Saiba bem o que seja coesão e coerência na construção de cada parágrafo.
ð  Equilibre o uso de descrição e dissertação: um será naturalista e barroco demais; outro, muito psicológico e filosófico.
ð  Sempre há o que rever porque sempre somos diferentes em cada dia. Respeite seu leitor e atualize a história sempre que possível.
ð  Ande sempre com um caderno de notas porque a realidade é fonte inesgotável de narrativas / de enredos. Seja um arqueólogo.
ð  Revisões são boas para cortar os excessos e dar velocidade ao texto ou aos personagens: dê ritmo.
ð  Assuma seu texto, elimine a voz passiva: ‘a reunião é às sete horas’; e não, ‘a reunião acontecerá às sete horas’.
ð  Entenda a nem sempre a linguagem da narrativa precisa ser engessada: aproveita a linguagem poética.
ð  Aprenda que a história é sua enquanto você escreve; na revisão,a história será modificada para viver no mundo;
ð  Sabia que para criar um ‘pano de fundo’, você precisa de muita leitura para redefinir o processo de escrita enquanto ela acontece.
ð  Leia sempre e em qualquer lugar: você quer ser escritor.
ð  Quando o leitor está atento à história, há um ritmo vertiginoso na trama narrativa, logo perceba que a história afetaria seu público.
ð  Dialogue com outros escritores. Pesquise várias histórias. Olha o ‘pano de fundo’ ai + contexto.
ð  a situação vem primeiro. Os personagens, sempre rasos e sem características, no início, vêm depois. Faça rascunho da psicologia e relação entre personagens.
ð  Experimentar não travar sua inspiração; mas trabalhe muito entorno dela depois.
ð  Inspire-se; nunca imite: seu texto se tornará pálido; será sem sentimento e autoria.
ð  O parágrafo de uma única frase lembra mais a fala que a escrita, e isso é bom. Escrever é seduzir. Deixa fluir.
ð  A primeira versão de um livro – mesmo um livro longo – não deve demorar mais de três meses para ser escrita, que é a duração de uma estação do ano; portanto, tire um tempo real para escrever.
ð  Em cada versão do seu livro, você perceberá uma diferença. Não se preocupe, aceite. É sempre mais fácil frustrar os desejos de outra pessoa do que os seus próprios.
ð  Quando a história surgir em sua mente, aceite e escreva. É labuta sim; mas nunca algo pragmático. A boa ficção sempre começa com a história e progride até chegar ao tema.

Profª MSc Claudia Nunes (07.04.20)


Um mundo de frustração



Não há aprendizagem sem frustração.
Sem controle ou sonhos,
É a frustração, nosso ganha-pão.
Não vou cometer erros sem atenção,
Afinal estou em frustração.
Num mundo isolado, o que emerge é a divisão
Mas quando isolar é infinito, frustração é evolução.
Estou com a respiração em suspenso;
Estou com a esperança em litígio;
Estou com o amor em fruição.
Mas não perco a vontade de fazer um sermão.
Sabe o que é isso? Frustração.
Frustrar é otimismo, aprendizado, desejo, união
E, na onda do tempo, sou também uma doce solidão.
Espelho, espelho meu, existe alguém mais imensidão que eu?
Nunca! Jamais! Em tempo nenhum!
Diante do espelho, sou contrária, invertida, avesso do avesso.
Sou impossível, sou aventura, sou motivo de discussão.
Que bom viver um tempo em que os ventos do norte
Deram-me o lado bom da frustração.

Profª MSc. Claudia Nunes (01.04.20)


Eu não sei, mas sou capaz!



Todo dia é um dia de vida.
Não penso na morte apesar de sabê-la parceira.
Todo dia eu não sei o que fazer.
Só sei que preciso reviver
E me mostrar guerreira.
Todo dia só posso pensar nos perdidos
Mas quero os achados
De tempos bem menos comedidos.
Todo dia meu corpo requer cuidados.
Só não sei como movimentá-lo,
Sem um verdadeiro jogo de dados.
Todo dia é tempo de ser feliz.
Só não sei envolver este momento
Com a liberdade necessária a minha raiz.
Todo dia o mundo não aceita barganhas.
Por isso não sei viver meu estado de graça
Sem pequenas façanhas
Ou agir no peito e na raça.
Todo dia eu sei que o tempo é sinistro,
Aceito que estou solitária,
Mas não sei o que fazer sem deixar um registro
Ou sem parecer uma otária.
Então, todo dia é dia de apenas ser eu,
Lugar seguro com pontos iguais a camafeu.
Todo dia só quero paz,
Porque sinceramente, sempre fui muito capaz.
Nunca duvide!
Um a zero para mim, rapaz!


Profª MSc Claudia Nunes (01.04.20)

HUMILDADE


Não tenho tempo para os abusos do mundo.
Aceito meus talentos, mesmo os do submundo.
Protejo-me em lados obscuros e, às vezes, imundos
Por isso sou livre, leve, solta, um mar sem fundo.
Onde estão as aventuras?
Como encontrar desafios?
Mesmo em isolamento nada é mais nauseabundo
Do que viver num poço sem fundo
De emoções em plano vagabundo.
Então que dor é essa que me incomoda?
É a dor de um mundo monstro
Que me carrega de lições sem nota
E verdades que me fazem chacota.
Acreditem:
Liberdade ‘a vera’ é caminho sem fim
Em que só me resta o ‘enfim’ em mim.


Profª MSc. Claudia Nunes (01.04.20)


Não Esquenta!



Tem horas que o medo é amor sem calor
Alívio das pressões e muito dissabor
É necessidade dos destemidos
E clamor dos mais famintos.

Quero viver uma vida criativa
Sem tantas verdades
Ou falsas iniciativas.
Quero o caminho dos corajosos
E dos amantes mais fogosos.
Quero coragem para causar
E viver a pele mais calma
Que eu puder despertar.
Não quero caminho errado
Quero o amigo mais amável
E a emoção menos louvável.
Quero a sobrevivência básica,
Evolução de um corpo,
Espaço das brincadeiras reais
E da alegria mais clássica.
É a minha Natureza,
Minha leveza,
Minha orgulhosa realeza.
Quero me proteger dos perigos fatais
Sem dúvidas letais
Ou genes imortais.

Sei que o mundo não tem rascunho.
Ele me inunda de energias sem um fundo
E me enlouquece como um dia infecundo,
Mas sinceramente, ele não tem rascunho
E isso é prazeroso, como sacudir um punho.

Sou despertar. Sou proteção
Sou ilusão sem qualquer encenação,
Por isso não alimento alheia opinião.

Hoje, à noite, quero flertar com a morte mais sangrenta
Para viver os dias de pura tormenta
E aprender a dizer, muito atenta e pirracenta:
- Querida, não esquentaaaa!

Profª MSc. Claudia Nunes (31.03.20)

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...