Como estou em
isolamento social, aceito minha brainstorm
com ansiedade e liberdade. Sou humana, sou complexa, sou leonina. Em
isolamento, o que mais devo fazer? Eu e meus pensamentos. Eu, casa, livros,
CDs, DVDs, papéis/cadernos, canetas/lápis e pensamentos em profusão, todos
juntos na esperança de não ME perder. Sendo assim, por que me ignorar? Sou a
protagonista! Sentada, no sofá, perto da janela, fecho os olhos e o fluxo de
pensamentos segue seu ritmo:
“Ponto final: sobrevida. Momento de almas
e suas energias mais enfraquecidas. Hora de ajuda. Hora de múltiplas emoções e
pequenas superações, mesmo distancia. Hora do reencontro: eu comigo mesma.
Ponto final: medo. Hora das telas com imagens sentimentais, empáticas,
solidárias, resilientes, porque não há outra opção. No fundo do poço precisa
haver um colchão com molas fortes. Ponto
final: emoção. Hora da arte do gesto, das cores, do corpo, do diálogo, da
informação, dos sons, das letras, da organização, do pé no chão, do perdão, da
gratidão e da paciência. Ponto final:
saúde mental. Estamos vivendo a diferença, a solidão, o medo, a tentação e
a ilusão. Não há grandeza ou riqueza que se sustentem. Perdemos a liberdade de
ir e vir. Hora da privação, da privacidade, da individualidade, da autonomia,
da responsabilidade e do cuidado. Ponto
final: controle e limitação. Em casa, eu me vejo como uma ostra com uma
pérola maravilhosa, porém dolorosamente escondida. Sou ou estou escondida? Não
sei... Só sei que a selvageria humana está estancada para que se viva com menos
excessos, consumos, conflitos e ignorâncias. Ponto final: Natureza. É uma luta. Estamos ameaçados. Percebemos o
sentido da extinção. Repensamos nossa louca paixão tecnológica e umbilical. Ponto final: hostilidade. Não podemos
fugir. Não existe o fora. Nosso planeta exige respeito e foi bastante paciente.
E, enfim, nós caímos em nossa própria armadilha. Ponto final: soberba e orgulho. Nem sabemos o que criamos, logo não
sabemos como nos proteger AINDA... Eis a tônica do momento: a esperança está no
AINDA... Pandora nos deixou a possibilidade do AINDA... No ‘ainda’ está nossa
NOVA sobrevivência. Ponto final: ainda
sobreviver. É a essência para nossa salvação: esperança de ainda
sobreviver. Estamos, de novo, em revolução para a próxima evolução. É um salto
no escuro em que muitos sucumbirão, mas é um salto na esperança de ainda
sobreviver, agora, a nós mesmos. Em isolamento, palavras como despertar e
engajar são primordiais para, senão interromper, pelo menos, minimizar os
estragos que fizemos a nossa casa. Ponto
final: planeta vivo. Hora da degeneração para regeneração. Não podemos nos
acomodar. Hora de insights e criatividades. Hora de morte, desespero, vida.
Hora da energia psicomotora mais positiva. Hora de descascar rotinas e
certezas. Hora do vislumbre e do olhar de esguelha em outro patamar. Hora (re)inverter
o tempo e experimentar novos jeitos de conviver para ainda sobreviver. Ponto final: nova era à humanidade.
Assim espero!
Amém! Axé! Kaô kabecilê! Saravá! Salaam! Namastê! Oxalá!”
Profª
MSc Claudia Nunes (04.04.20)
Nenhum comentário:
Postar um comentário