Somos propensos
à inovação. Música, bandas, cabelos, profissões, seitas, religiões,
arquitetura, linguagens, filosofias, propagandas, ensino, estes e outros
elementos, vez por outra, são atingidos pela inventividade humana e surpreendem
setores da sociedade. “Não se trata de
encontrar a coisa perfeita, mas a coisa seguinte” (EAGLEMAN e BRANDT, 2020,
p.23).
Humanos
necessitam de variações de sensações e percepções para elaborarem novos modus operandi às neuroconexões e
desempenhos futuros. Quando se pensa na ideia urgente de ensino a distância,
para o Ensino Médio, pensa-se na exigência autoritária de inovação pessoal
rapidamente. É uma urgência de saúde pública.
A formação
docente torna-se uma base frágil para sustentar os professores na onda desta
outra metodologia. De frente a pergunta: eles estão preparados? Ou melhor, eles
se prepararam? Um dos mantras mais repetidos nos últimos 10 ou 15 anos, na
Educação, é que o professor deve ser manter em atualização constante, daí outra
expressão muito usada: formação
continuada.
No tempo atual, há
outra geração, outras linguagens e outras profissões exigem outras abordagens
que mantenham as aprendizagens. Mas “não
há uma resposta certa sobre como fazer isso: o que importa é a mudança” (2020,
p. 25). Mudança na urgência que desequilibra, apavora e desgasta; mas também
reinventa a força maior humana: a sobrevivência.
Apesar das
diferentes faltas e falhas, humanos precisam sobreviver e sobreviver é se
adaptar. Diante da perspectiva do ensino a distância, para o Ensino Médio, o
cérebro humano se representa em algumas fases:
ð
1.
Medo e negação como distração e resposta básica;
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2.
Estranheza, tentativa, erro e acerto, como princípio do entendimento;
ð
3.
Dúvida e experimentação básica como possibilidade de continuar trabalhando;
ð
e,
por último, 4. Adaptação e criatividade como proposta de manutenção das
aprendizagens.
“Quanto mais conhecida for alguma coisa, menos
energia neural gastar-se-á com ela” (2020, p. 27). Nós nos adaptamos,
criamos zonas de conforto e nos movimentamos pelo ambiente virtual com
criatividade. Do medo à curiosidade chegando à criatividade, humanos se adaptam
pela urgência, pela aceitação e pela repetição. Essa é a ordem da organização,
desorganização e reorganização mental.
Na repetição, os
humanos se tornam mais confiantes em suas previsões e mais eficientes em suas
ações. Lógico que nem todos se adaptam. Mas a surpresa da desadaptação é o pomo
da discórdia emocional e da renovação profissional e, nele, ou por prazer, ou
pela necessidade, surgem os inovadores, os desafiadores, os motivadores, enfim,
os professores do século XXI.
Professores
utilizando o ensino a distância como outro espaço de encontros e aprendizagens
é uma grande surpresa, ainda que a adaptação seja inerente. Seus cérebro se
esforçam “para incorporar novos fatos a seu modelo de mundo” (2020, p. 27). É a
busca pela novidade ou, ao menos, pela superação do medo para sobrevivência
profissional.
Hoje, por causa
do isolamento social, a urgência de saúdepública e a sala de aula precisando de
outra dinâmica, os professores estão fora dos seus ‘pilotos automáticos’ e se
mantendo despertos à própria experiência ou ao tempo da própria experiência
para ultrapassar receios e realizar o melhor trabalho possível.
Professores
vivem a surpresa do que Bauman chama de “tempo líquido”; vivem um confronto
entre prazer e desprazer em seus sistemas de recompensa; e vivem neuroconexões
envolvendo neurotransmissores em convergência intensa e acelerada. É tempo de
escapar à previsão do cérebro, aceitar o autoconhecimento e inovar dentro das
próprias possibilidades. “A inovação é um
requisito. Os seres humanos precisam de novidade” (2020, p. 29).
Professor
equilibre suas emoções e crenças, inebrie-se e aceite este novo looping em sua
vida. É hora da revisão do conhecimento profissional e das práticas
pedagógicas, através de uma plataforma virtual, e catapultar os estilos de aprendizagem
com inovações, em ritmo gradativo e confortável para você e seus aprendentes.
Profª
MSc Claudia Nunes (17.04.20)
Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como
o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de
janeiro: Intrínseca, 2020.
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