“Simulamos
cenários incansavelmente, uma das principais ocupações do cérebro inteligente:
a simulação de futuros possíveis”(EAGLEMAN e BRANDT, 2020, p. 35). E, em
isolamento, nós sentamos e simulamos o melhor da vida: é o tal “E SE?”. É uma
preparação com muitas alternativas, sempre de sucesso. É o uso saudável das
funções cognitivas como sensação, percepção e atenção, sempre de forma positiva.
Ao criar cenários de ações e emoções felizes, nós adquirimos conhecimento sobre
nós mesmos e outras pessoas em determinadas situações. Nós criamos memória! “É um exercício imaginativo” (p. 36). Em
isolamento, sobrevivemos pelas tantas especulações que fazemos e estas fortalecemrotinas
cognitivas e ajustam emoções indisciplinadas. É a tal da esperança. Em
isolamento, nós mantemos a esperança em um mundo em cujo futuro possamos nos
tocar e respirar sem senões. É uma hipótese confortável para continuar indo e
vindo sem preocupação com as mãos. É uma energia que nos move a continuar vivos
individual e coletivamente, apesar da permanência das tantas bactérias e vírus
que nós mesmos desenvolvemos e/ou proliferamos. É um grande disfarce à
possibilidade real da morte. É um ensaio de segurança que intensifica nosso
desejo de “vida eterna”. Em isolamento, somos heróis porquenão temos a morte
como mote. Somos inabaláveis e corajosos porque atuamos para o futuro. Somos
criatividade inventiva que cria mundos fora do isolamento, nos envolvemos em
emoções saudáveis e reelaboramos nossos dias seguintes com novos encantamentos,
experiências e sensibilidades. Quando o mundo voltar a convergir entre o dentro
e o fora de casa, nós teremos que nos assombrar com outra dimensão de realidade
e ainda assim permanecer perguntando: “E SE?”. Lembra da trilogia Matrix? Pois
é, nunca esqueça, é uma grande possibilidade. Pílula vermelha ou azul? Responda!
É simples... Mas só depois do isolamento...
Profª
Ms. Claudia Nunes (20.04.20)
Referência:
EAGLEMAN, David e BRANDT, Anthony. Como
o cérebro cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo. Rio de
janeiro: Intrínseca, 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário