sexta-feira, 3 de abril de 2020

Pensando em atenção seletiva e adolescentes...


Vamos entender o seguinte: ter ATENÇÃO é se distrair de outros estímulos. No século atual, isso é uma ação de saúde mental. E para se descartar conscientemente tantos estímulos que nos atravessam, é preciso atitude através da seguinte linha de ação: curiosidade, observação, escolha (seletividade), adaptação. O mundo é barulhento demais. Nossos interesses precisam ignorar muitas informações / estímulos para criar um esquema de atenção, ou mais focado, ou mais concentrado. Segundo Brandão (2014), “isto é possível porque a atividade mental humana organizada possui alto grau de direção e seletividade”. Pensando em adolescentes, em processo de aprendizagem, no ensino médio, entendo que suas respostas aos conteúdos apresentados, fora de suas zonas de prazer ou sentidos e pertencimento, são muito difíceis e lentas. Muitos estímulos, sem a devida reflexão, em vida inteira geral, geram recortes trágicos do que efetivamente é necessário às suas vidas cotidianas sociais. Na relação com os conteúdos escolares, ou muitos dos seus interesses e gostos estão fora da questão escolar; ou os mesmos não se apresentam porque os próprios adolescentes ao sabem o eu fazer com eles. Para aprendizagem, é fundamental “conjugar nossos recursos para o processamento cognitivo das informações que realmente interessam e ignorar as demais” (BRANDÃO, 2014). Diante da vida cheia de senões dos adolescentes, por exemplo, de comunidades turbulentas, os comportamentos possíveis são aqueles relacionados à sobrevivência, logo todas as escolhas, mesmo em período escolar, relacionam-se a objetivos imediatos, aqueles essenciais para concretizar ações em que se sobreviva a um dia em sociedade. Nossos adolescentes tem ATENÇÃO SELETIVA linkada às suas memórias e canais sensoriais articuladas com seus meios ambientes de interação. E isso tem sido um grande problema porque não percebemos flexibilidade cognitiva nestes mesmos processos atencionais. Há um apartamento entre o que se espera da escola e o que a vida os apresenta. A seletividade vigora na compensação dos seus desejos e formas de socialização; e não na percepção das diferenças emocionais e cognitivas passíveis de interação para futuras organizações afetivas, sociais e profissionais de qualidade. “Os processos que determinam a atenção envolvem atividades cooperativas na formação reticular, sistema límbico e estruturas corticais e subcorticais associadas à função sensorial e motora” (BRANDÃO, 2014). Hoje eu percebi que houve um prejuízo nesses processos pela falta justamente de ESTÍMULOS às transformações neuronais que os habilitariam a estar no mundo sem receio de alijamentos preconceituosos ou julgamentos ignorantes de suas capacidades. Eles parecem ostras cheias de pérolas impedidas de se abrir pela falta de atenção às suas potencialidades e aptidões. Pena! Agora é experimentar outros recursos para promover o pensamento críticos e a liberdade de expressão, sem dedos apontados aos seus deslizes e medos. Vamos à 2020!

Profª. MSc. Claudia Nunes (02.03.20)

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