Vamos entender o
seguinte: ter ATENÇÃO é se distrair de outros estímulos. No século atual, isso
é uma ação de saúde mental. E para se descartar conscientemente tantos
estímulos que nos atravessam, é preciso atitude através da seguinte linha de
ação: curiosidade, observação, escolha (seletividade), adaptação. O mundo é
barulhento demais. Nossos interesses precisam ignorar muitas informações /
estímulos para criar um esquema de atenção, ou mais focado, ou mais
concentrado. Segundo Brandão (2014), “isto é possível porque a atividade mental
humana organizada possui alto grau de direção e seletividade”. Pensando em
adolescentes, em processo de aprendizagem, no ensino médio, entendo que suas
respostas aos conteúdos apresentados, fora de suas zonas de prazer ou sentidos
e pertencimento, são muito difíceis e lentas. Muitos estímulos, sem a devida
reflexão, em vida inteira geral, geram recortes trágicos do que efetivamente é
necessário às suas vidas cotidianas sociais. Na relação com os conteúdos
escolares, ou muitos dos seus interesses e gostos estão fora da questão escolar;
ou os mesmos não se apresentam porque os próprios adolescentes ao sabem o eu
fazer com eles. Para aprendizagem, é fundamental “conjugar nossos recursos para
o processamento cognitivo das informações que realmente interessam e ignorar as
demais” (BRANDÃO, 2014). Diante da vida cheia de senões dos adolescentes, por
exemplo, de comunidades turbulentas, os comportamentos possíveis são aqueles
relacionados à sobrevivência, logo todas as escolhas, mesmo em período escolar,
relacionam-se a objetivos imediatos, aqueles essenciais para concretizar ações
em que se sobreviva a um dia em sociedade. Nossos adolescentes tem ATENÇÃO
SELETIVA linkada às suas memórias e canais sensoriais articuladas com seus
meios ambientes de interação. E isso tem sido um grande problema porque não
percebemos flexibilidade cognitiva nestes mesmos processos atencionais. Há um
apartamento entre o que se espera da escola e o que a vida os apresenta. A
seletividade vigora na compensação dos seus desejos e formas de socialização; e
não na percepção das diferenças emocionais e cognitivas passíveis de interação
para futuras organizações afetivas, sociais e profissionais de qualidade. “Os
processos que determinam a atenção envolvem atividades cooperativas na formação
reticular, sistema límbico e estruturas corticais e subcorticais associadas à
função sensorial e motora” (BRANDÃO, 2014). Hoje eu percebi que houve um
prejuízo nesses processos pela falta justamente de ESTÍMULOS às transformações
neuronais que os habilitariam a estar no mundo sem receio de alijamentos
preconceituosos ou julgamentos ignorantes de suas capacidades. Eles parecem
ostras cheias de pérolas impedidas de se abrir pela falta de atenção às suas
potencialidades e aptidões. Pena! Agora é experimentar outros recursos para
promover o pensamento críticos e a liberdade de expressão, sem dedos apontados
aos seus deslizes e medos. Vamos à 2020!
Profª.
MSc. Claudia Nunes (02.03.20)
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