Vamos fazer
guerra a distancia? Vamos nos proteger dos Coronas, cujo comportamento em
grupo, vem causando tensão e morte no mundo todo? Vamos reaprender, por
isolamento social, o que significa ser ‘ser humano’ social? Talvez... Mas uma
certeza: por causa de nossa racionalidade orgulhosa criamos os Coronas e estes
sofreram mutação perigosa.
Apesar dos
avisos, nós relaxamos e a Terra foi invadida pelos Coronas que precisam de
hospedeiros humanos para sobreviver e se multiplicar, em muitos casos, matando
os mais velhos já fragilizados ou com comorbidades respiratórias. Os Coronas
serão inteligentes? Não sei...
Depois da peste
negra, os humanos voltam a travar batalhas com vírus e bactérias perigosas,
nascidos de experiências com animais em laboratório. O que aconteceu? Todo
animal quer liberdade e liberdade se alcança quando alguém se distrai. E um dos
Coronas ignorou sua essência (como o conto do escorpião e o sapo), saltou na
cadeia genética, entrou em mutação e surgiu como um novo Corona.
O que fazer? De
pronto isolamento social quase total. Passo seguinte: tentar diminuir a
letalidade dos mais velhos, algo que protege sempre a nossa história. Passo
final: a redenção e o aparecimento de um mundo novo em que os mais jovens (os
sobreviventes) são treinados para viver neste mundo, mas agora sob a égide de
tornarem-se preparados para um novo ataque. Ou seja, a humanidade evolui diante
de seus defeitos, fracassos, medos e sustos.
Nós estamos no
primeiro passo. Momento em que a base emocional é o estranhamento, a
insatisfação, a dúvida. A velocidade do tempo foi travada. Os vínculos são
testados. O olhar torna-se introspectivo. E o toque é proibido. O humano
precisa aprender a saber o que fazer com tudo o que lhe aconteceu e DENTRO DE
CASA. O humano precisa manter a saúde mental geral sem saber a data de retorno
ao sol. É a terceira guerra sem armas! É uma guerra biológica que esfacela a
dimensão de realidade humana. Parte da Matrix está esfarelada e o humano
precisa se focar em remontar todo o quebra-cabeça da sua rotina aceitando que,
agora, a partir dos Corona, a rotina anterior não existe mais. Certeza: é
possível viver de outra maneira e em outra velocidade.
Neste aspecto, a
criatividade impera. Com medo de perder quaisquer rotinas ou realidades, o
humano amplia sua participação em ambiente virtual, não mais para exposição
orgulhosa de si mesmo e suas competências; mas por entender que, para que
exista um mundo de vínculos, motivações, afetos e aprendizagens, após a derrota
dos Corona, TODOS precisam se manter em movimento. Sim! Movimento de
sobrevivência ao que lhes aconteceu. Um movimento que realinhe a tríade:
SELEÇÃO, ADAPTAÇÃO e SOBREVIVÊNCIA. Todos precisam se manter em movimento
sensório, atencional, mnemônico, lingüístico, estratégico e executivo, agora em
ambiente virtual, como se pronunciassem um mantra energético. E nesse
realinhamento, para manter o cérebro aprendendo e saudável, surpreendentemente,
precisamos do OUTRO como precisamos sempre de nosso sistema de recompensa
(prazer).
Um mundo depois
da invasão dos Corona precisa de novos humanos e estes devem estar preparados
para terem uma resposta mais rápida a quaisquer outros tipos de batalha. E como
fazê-lo em isolamento social? Perdendo a soberba pessoal e a necessidade
financeira para oferecer pintura, literatura, história, meditação/oração,
positividade, jogos, cinema, música, ginástica, dança, jornalismo, marketing
etc. A que nos referimos? Para preparar a geração futura para batalhas
parecidas ou surpreendentes, nós precisamos de CONEXÃO ABERTA ou, melhor, de
ACESSO LIVRE às informações e a todas as manifestações artísticas.
Nem precisa ler
Zun Tsu ou Maquiavel, a presença dos Corona já nos mostra que essa literatura
foi lida exageradamente por nós. Nós temos o jogo ‘WAR’ e vivemos jogos de
guerra cada vez mais difíceis, logo tanto os humanos agora, quanto os mais
jovens depois precisarão pensar a vida como a arte da guerra (mundial, mesmo
sem armas, como a que vivemos hoje) ou da guerrilha (político-social, como
vivemos, em cada país, estados, municípios, condados e bairros do mundo todo).
Como no jogo, três fases são imprescindíveis:
ð
Escola de
guerra:
todos precisam se integrar e conquistar os colegas (momento do nosso isolamento
social) com mais escuta, flexibilidade cognitiva, ações motivacionais,
manutenção das aprendizagens, mesmo em ambiente virtual;
ð
Escola de guerra
avançada:
apesar dos mais jovens ainda terem problemas para obedecer ordens, todos
precisamos rever nossos conceitos sobre viver a realidade e agir com mais
cautela e atenção com outros humanos, nossa higiene, nossa mente, nossas
atitudes. Aqui as ciências humanas serão fundamentais para o pensamento
estratégico e construção de lideranças;
ð
Estado maior: estabelecimento
de sujeitos-comandantes mais humanos, focados, empreendedores, responsáveis,
solidários, empático, éticos, tecnológicos etc. Ou seja, aqui, a questão de uma
educação e saúde de qualidade é fundamental para composição de sujeitos com
densidade emocional e cognitiva adequada que amalgamem mais
sujeitos-comandantes.
No tempo do
agora, o humano renova ou revive seu instinto de sobrevivência. Mesmo em
isolamento social, o ambiente virtual mantém (e aumenta) a identificação e
vínculos dos mais jovens e o aprendizado dos mais antigos. Tanto no livro ‘Jogo
do Exterminador’ quanto no filme ‘Ender Game’, o futuro são as crianças que,
mesmo diferentes, seguem aprendendo a se controlar (pais mais em casa) e, por
isso não esquecerão que vínculos sociais, mesmo em guerra, são fascinantes e a
base uma sociedade de qualidade!
Eis a melhor
arma humana!
Referencias
Profª MSc.
Claudia Nunes (26.03.20)
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