Quando lemos o mito da Caixa de Pandora,
nós observamos palavras como curiosidade e esperança. Há um mote focado no
feminino, mas é preciso compreender que o ser humano não tem limites. De forma
negativa ou positiva, os humanos querem sempre saber mais. Humanos são
inconformistas e, a partir de certas insatisfações ou incômodos, criam outras
realidades ou mudam o ritmo do seu cotidiano. Por curiosidade, humanos libertam
todos os tipos de sentimentos ruins, mas também acreditam que, de uma hora a
outra, estes serão desculpados, entendidos, esquecidos, sanados. É a tal
esperança. Em isolamento social, o cérebro humano é a caixa de pandora e sua
casa. Humanos oferecem suas invenções (fogo de prometeu), apesar dos limites
éticos e estéticos, na intenção de sobreviver, de ajudar, de mudar o mundo. Em
evolução, nós somos idiotas e gênios simultaneamente. Somos potencialidades e
possibilidades também. A questão são os estímulos recebidos e as associações
celulares feitas. Quando reconhecemos que há células relacionadas ao pensar,
sonhar, imaginar, poesia, pintura, matemática, biologia, filosofia etc.;
reconhecemos também a existência das diferentes inteligências desenvolvidas
pelas influências que recebemos. E estas inteligências, às vezes, reabrem a
caixa de Pandora (o cérebro) e soltam vírus insanos: palavras ruins, gestos
insanos, humilhações preconceituosas, disputas sem consideração até vírus
biológicos mesmo. Tudo por interesse. Nunca por necessidade. Nós saímos do mito
de Narciso (vaidade) e entramos no mito de Prometeu (castigo e vingança). Hoje,
nós estamos em um labirinto cujo Minotauro (o vírus) está fora de casa, em
busca de uma saída que nos deixe voltar a respirar livremente e juntos. Será que queremos o Minotauro de volta ao
labirinto porque é confortável ou destruir labirinto e Minotauro para viver em
paz e harmonia? Dentro da caixa, só temos mesmo a esperança. E estas
requerem recriação de novas associações na memória que nos faça sobreviver a
vivência em um mundo virulento. Em isolamento, a caixa de Pandora também é
nossa casa. O vírus tem sua vingança assim como Zeus, deus do Olimpo. Vamos
pensar: a casa é um ambiente familiar que ignoramos no cotidiano produtivo. É o
ambiente para o qual voltamos apenas para dormir, nos sentir seguros e
confortáveis. Mas é uma casa desconhecida. Diante do isolamento, a casa nos
surpreende. É o lugar do maior monstro que existe: NÓS mesmos. Quantas coisas
escondemos! Em isolamento e para prevenção da sanidade, a ideia é abrir a caixa
de Pandora e liberar espaço. Armários, gavetas, roupas, papeis, objetos, tudo é
remexido. Passamos o tempo, eliminando a sensação da passagem do tempo,
resgatando lembranças e eliminando inutilidades. Tudo está no ar, no cérebro e
no lixo. Tudo está livre. Mas a caixa da caixa mantém a esperança. Dentro de
casa, o cérebro mantém a esperança. Ao inverso, dentro do cérebro, memórias se
reencontram, são renovadas e a casa fica limpa e cheia de energia. A caixa de
pandora é múltipla, esconde os mesmos sentimentos e, por curiosidade ou
necessidade, quando aberta, determina um salto evolutivo, outra maneira de
sentir, nova oportunidade de SE pensar, com a esperança. Nós temos diferentes
sentidos à caixa de pandora e em todos a ideia é AUTOCONHECIMENTO para uma
perspectiva positiva. Segundo Osho (2007), tudo o que nós temos é criado pela
necessidade. Nesse tempo e hora, devemos abrir a caixa de Pandora (cérebro e
casa) e agir como o mito da Fênix: ressurgir das cinzas para construir um mundo
melhor junto à esperança. O cérebro, a mente e o corpo agradecerão. Eu creio...
Profª
Ms. Claudia Nunes (23.04.20)
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