sexta-feira, 3 de abril de 2020

JOGOS Pedagogicos de Atuações Docentes



Vamos pensar em desenvolvimento humano. Vários autores envolvidos na pedagogia já escreveram sobre isso. Comportamento, interação, desafio, relação e motivação, aspectos importantes para pensar um desenvolvimento humano de qualidade, além das tantas influências que este encéfalo e corpo recebem. Todo desenvolvimento começa com um JOGO. Um jogo de inter-relações diferentes, emocionais e complexas que vão integrando e adaptando estímulos e informações na perspectiva de estabelecer pensamento. No processo de crescimento, desenvolvimento e maturação humanos, as informações fornecem os estímulos necessários para potencializar e transformar as genéticas humanas, e promover inserções sociais múltiplas. E o jogo torna-se recurso que projeta estas e outras formas comportamentais interessantes. Sem conhecer jogos, lidar com o cotidiano será muito difícil. No período de 0 a 3 anos, por exemplo, há a fundação de ações de manipulação dos objetos cuja sensação, percepção e atenção reverbarão no cérebro e no corpo pela vida inteira. Quais ferramentas nós, adultos, oferecemos às crianças? Por quanto tempo estas ferramentas interagem com estas crianças? Eis as perguntas que devemos responder enquanto as crianças se desenvolvem. Questão da tonicidade, do esquema corporal, da relação com o outro, do enfrentamento das situações, do pensamento crítica e criativo, da perspectiva e ambigüidade, do controle inibitório, das formas de atenção, inovam visões de mundo e incorporam maior refinamento do corpo. De acordo com o jogo, os itens anteriores são observados e trabalhados, mesmo se disfuncionais. A ação de jogar oferece a possibilidade de as crianças compreenderem os objetos / as figuras com agilidade. É uma excelente forma de experimentação de todos os sentidos. É uma forma de criar destreza nas relações concretas ou abstratas. É uma preparação / estímulo para a vivência das faixas etárias subseqüentes com menos obstáculos emocionais e cognitivos. A partir dessa percepção, muito relacionada ao tato e o paladar, potencializam-se ações de representação e de simbolização; depois o mundo se encarrega de projetar sentidos com visão e audição com mais produtividade. No meu caso, o jogo causa INTERPRETAÇÕES de texto mais arrojadas e criativas. No jogo, meus adolescentes expõem suas habilidades e aumentam seus níveis de integração, além da freqüência de verbalizações. Quando confortáveis ou positivos, os adolescentes falam muito e o jogo torna-se a mola mestra para este ‘meu’ conhecimento. Incrível o que eu, a professora, posso saber sobre a experiência de vida deles, quando as interpretações solicitadas podem ser feitas de forma oral ou escrita, em grupo e de forma lúdica. É o jogo do pensamento reflexivo dentro de um jogo visto como ‘apenas’ lúdico. Pensamento reflexivo, dentro de uma metodologia ativa e responsável, estimulando muitas inteligências. Base do processo: produção de texto (relatório), a partir do jogo ‘Queimado’, em que eu trabalhei temas como homofobia, preconceito e assédio moral. Em diferentes momentos, situações, relacionadas aos temas, surgiam e todos deveriam dar significado e solucioná-las rapidamente. Em muitos momentos, exigia-se respeito à diferença, proteção ao outro, incentivos à experimentação (coragem), argumentações diante das perdas e compreensão sobre mudanças de papéis, em meio ao jogo. Adolescentes em adrenalina, tendo que pensar sobre suas vidas na coletividade e solucionar problemas em equipe. Outros aspectos foram testados: ambigüidade; autorregulação; obediência às regras; lideranças; determinação; e iniciativas. A emoção do jogo criou outras maneiras de comunicação, de reflexão e de aquisição do conhecimento; por outro lado, no jogo, houve o combate direto da desmotivação por mediação do sistema de recompensa (prazer). No Ensino Médio, regular, noite, de uma escola pública, o JOGO é o mediador das necessidades e potencialidades dos aprendentes em desenvolvimento, com efetividade, porque entende que estes aprendentes tem identidades e muitas necessidades, além daquelas que participam / participarão do momento escolar.

Profª MSc Claudia Nunes (09.03.20)

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