Isolamento
social, tema do momento no mundo. Humanos limitados e convivendo com seus pares
de um jeito bem diferente. Emoções à flor da pele e uma dor interna pulsando.
Nós não sabemos o que fazer dentro de casa. Nós estamos muito incomodados. Não
sabemos reconstituir outros movimentos, fechados em um cubo ou quadrado
construído por nós mesmos. Casa é campo de proteção e segurança, mas hoje é
lugar da desconfiança e das loucuras reprimidas. É uma adaptação muito difícil.
Somos humanos vibrando em dor com uma intensidade que não tem controle. O
isolamento não é uma opção, é saúde; e funciona junto ao medo de morrer. A
morte não sem ponto visível a que se apontar. Mamutes, tubarões, altura,
escuro, dentre outras opções de medo, tem ponto de contato real ou imaginário.
E para eles, nós temos opções: lutar, fugir ou paralisar. Mas o que fazer
diante de um vírus? Um vírus sem vacina? Um vírus sem vacina no século XXI, tão
tecnológico? A mente vibra medo e o corpo torna-se campo de pouso. Ordens: não
abraçar, não falar, não aproximar! Então, como nos relacionar? Não há respostas
óbvias ou certeiras. Existe apenas o tempo, a dor e a esperança. E é o primeiro
o dono da nossa saúde mental. Com o tempo passando, nossa mente torna-se campo
de batalha das inseguranças, das crenças e das possibilidades. Com o tempo
passando, para o bem ou para o mal, internamente forma-se uma base psíquica
para sobrevivência: imaginação e criatividade. Ainda assim, o recheio desse
bolo é o medo. Como fugir de si mesmo diante do medo obscuro de morrer
repentinamente e com falta de ar? Com vírus ou sem vírus, de novo, esta
pergunta atravessa a história humana a partir de uma situação insólita e
sinistra: o isolamento social. É exigida a autorregulação e a mudança de
perspectiva. E algumas sugestões são possíveis: faça pequenas limpezas dia a
dia; aceite viver suas lembranças mais intensas; observe suas sensações e
sentimentos; entenda as diferenças de seu corpo; aja com mais naturalidade;
brinque consigo mesmo; arrume gavetas e armários; separe e leia livros deixados
de lado pela falta de tempo; jogue as pernas para cima e faça uma maratona de
filme e séries; reencontre o sentido da palavra família; dentre outras coisas.
Mas, se nada der certo, em momentos de ansiedade ou tristeza, aprenda a relaxar
/ meditar. A dor é real, mas não a queremos por tempo indeterminado; logo,
transforme-a em experiência de investigação plena sobre si mesmo: crenças,
verdades, pensamentos e sentimentos. Desempacote sua carga emocional com
interesse real até encontrar serenidade. À medida que você sustentar o foco em
si mesmo, sua consciência adquirirá nova configuração.
Experimente! Somos sobreviventes!
Profª MSc. Claudia Nunes
(01.04.20)
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