Um vírus. Uma doença. Uma ruptura.
Múltiplas criatividades, principalmente, nas formas de ensino e de
aprendizagem. Hoje realmente as práticas de ensino tradicionais não são
possíveis. De novo, em cena, a metodologia EAD como ambiente que gera
continuidade às aprendizagens. Como diz Gabriel (2018, p. 07), “tecnologia e humanidade andam de mãos dadas
desde o início da nossa história. O ser humano é uma tecnoespécie: criamos
tecnologias e somos transformados por elas, em um ciclo continuo que se tem
retroalimentado durante todo o processo evolutivo da humanidade”
Por razões de exceção mundial, a
visibilidade / a presença não é uma opção para desenvolver aprendizagens. Mesmo
em isolamento social temporário, o ensino deve continuar acontecendo... de
longe. Logo, o ensino a distancia é uma opção de serviço diante da ruptura de
status quo social que reprimiu o movimento econômico / financeiro do país. O
ensino a distancia tornou-se a reconquista, uma possibilidade, um terreno
fértil a manutenção de muitos capitais de giro ‘girando’. Pelo menos na área da
educação, os empregos são mantidos e aprendentes aprendendo.
É reconhecido que toda nova tecnologia
apresenta efeitos colaterais importantes: “são
desconsiderados em razão do deslumbramento sedutor que as novas possibilitadas
promovem; ou causam medo, resistência e rejeição por trazerem o vislumbre de um
futuro desconhecido” (GABRIEL, 2018, p.10). Só que pensando em um tempo de
exceção, esses efeitos colaterais são apenas riscos naturais e, por isso, deixados de lado. É tempo de mudar a percepção,
a atenção e as formas de aprender. É tempo de estimular fascinação, empolgação
e motivação. É tempo de recuperar estilos de aprendizagem, em ambientes
diversos. É tempo de neuroconexão e hiperconexão para viver o futuro agora.
Diante de um vírus e de um isolamento
compulsório, MUDAR é a única opção para se sobreviver trabalhando, empregando,
estudando e aprendendo. A idéia é manter um esquema dinâmico de
ensino-aprendizagem. É preciso atualizar as dinâmicas da sala de aula a
distancia, sem euforias ou alienações. Em tempo de exceção, “é preciso abrir as comportas da curiosidade
como caminho razoável para enxergar com limpidez crítica a evolução humana” (GABRIEL,
2018, p.xix), principalmente, a tecnológica, e assim estimular novos padrões de
desempenho cognitivo.
Uma dúvida: será que essa reconquista do
ensino a distancia vai evaporar esquemas de ensino anteriores depois que tudo
passar? Não sabemos! Mas algo precisava ser feito. E nós reconhecemos que o
ensino a distancia é eficiente e eficaz para o momento, afinal a Internet e seus ambientes são nosso quinto
poder. (GABRIEL, 2018, p.19).
Não se trata, por exemplo, de se tirar o
professor da equação ensino-aprendizagem ou de se eliminar a metodologia
presencial. A questão é remodelar maneiras de ensinar com outros recursos
isolados ou não; a distância ou não. E a oportunidade está justamente no ‘ou
não’. É justamente no ‘ou não’ que se opotuniza o fluxo de informação, num
ambiente formatado em abas (mapa do tesouro), cujo conhecimento é o tesouro.
Toda ruptura, de um jeito ou de outro,
permite que o ensino-aprendizagem possa ser personalizado, de acordo com o que
o público-alvo precisa. Não à toa, Gardner nos apresentou as múltiplas
inteligências para que pensemos na existência de múltiplas formas de aprendizado.
E Gabriel (2018) nos apresenta o social
learning, processo de mudança social no qual as pessoas aprendem umas com
as outras maneiras que podem beneficiar sistemas socioecológicos maiores. Há
mudanças nos processos de aquisição de conteúdo/informação; como também
catalisa processos de aprendizagem entre pares, fora dos ambientes formais de
educação.
Em ambiente virtual, o material oferecido,
a presença do professor e a atenção do aprendente integram-se de forma
qualitativa, em um tempo muito individual, amplificando práticas de ensino e
oferecendo mais qualidades às aprendizagens. Qual é o desafio maior? Realmente motivar os aprendentes a
aprender, além de incentivar os professores a transformar suas formas de
ensinar. É um esforço com muitas razões que precisa de muita atenção,
sensibilidade e cuidado. Todos devem estar imbuídos da idéia de que há uma
tarefa a cumprir. Fundamento:
ENGAJAMENTO sensível e, por conseguinte, ELIMINAÇÃO da distancia.
Profª MSc. Claudia Nunes
(01.04.20)
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