sexta-feira, 3 de abril de 2020

RUPTURA Renovação do ensino-aprendizagem



Um vírus. Uma doença. Uma ruptura. Múltiplas criatividades, principalmente, nas formas de ensino e de aprendizagem. Hoje realmente as práticas de ensino tradicionais não são possíveis. De novo, em cena, a metodologia EAD como ambiente que gera continuidade às aprendizagens. Como diz Gabriel (2018, p. 07), “tecnologia e humanidade andam de mãos dadas desde o início da nossa história. O ser humano é uma tecnoespécie: criamos tecnologias e somos transformados por elas, em um ciclo continuo que se tem retroalimentado durante todo o processo evolutivo da humanidade”
Por razões de exceção mundial, a visibilidade / a presença não é uma opção para desenvolver aprendizagens. Mesmo em isolamento social temporário, o ensino deve continuar acontecendo... de longe. Logo, o ensino a distancia é uma opção de serviço diante da ruptura de status quo social que reprimiu o movimento econômico / financeiro do país. O ensino a distancia tornou-se a reconquista, uma possibilidade, um terreno fértil a manutenção de muitos capitais de giro ‘girando’. Pelo menos na área da educação, os empregos são mantidos e aprendentes aprendendo.
É reconhecido que toda nova tecnologia apresenta efeitos colaterais importantes: “são desconsiderados em razão do deslumbramento sedutor que as novas possibilitadas promovem; ou causam medo, resistência e rejeição por trazerem o vislumbre de um futuro desconhecido” (GABRIEL, 2018, p.10). Só que pensando em um tempo de exceção, esses efeitos colaterais são apenas riscos naturais e, por isso, deixados de lado. É tempo de mudar a percepção, a atenção e as formas de aprender. É tempo de estimular fascinação, empolgação e motivação. É tempo de recuperar estilos de aprendizagem, em ambientes diversos. É tempo de neuroconexão e hiperconexão para viver o futuro agora.
Diante de um vírus e de um isolamento compulsório, MUDAR é a única opção para se sobreviver trabalhando, empregando, estudando e aprendendo. A idéia é manter um esquema dinâmico de ensino-aprendizagem. É preciso atualizar as dinâmicas da sala de aula a distancia, sem euforias ou alienações. Em tempo de exceção, “é preciso abrir as comportas da curiosidade como caminho razoável para enxergar com limpidez crítica a evolução humana” (GABRIEL, 2018, p.xix), principalmente, a tecnológica, e assim estimular novos padrões de desempenho cognitivo.
Uma dúvida: será que essa reconquista do ensino a distancia vai evaporar esquemas de ensino anteriores depois que tudo passar? Não sabemos! Mas algo precisava ser feito. E nós reconhecemos que o ensino a distancia é eficiente e eficaz para o momento, afinal a Internet e seus ambientes são nosso quinto poder. (GABRIEL, 2018, p.19).
Não se trata, por exemplo, de se tirar o professor da equação ensino-aprendizagem ou de se eliminar a metodologia presencial. A questão é remodelar maneiras de ensinar com outros recursos isolados ou não; a distância ou não. E a oportunidade está justamente no ‘ou não’. É justamente no ‘ou não’ que se opotuniza o fluxo de informação, num ambiente formatado em abas (mapa do tesouro), cujo conhecimento é o tesouro.
Toda ruptura, de um jeito ou de outro, permite que o ensino-aprendizagem possa ser personalizado, de acordo com o que o público-alvo precisa. Não à toa, Gardner nos apresentou as múltiplas inteligências para que pensemos na existência de múltiplas formas de aprendizado. E Gabriel (2018) nos apresenta o social learning, processo de mudança social no qual as pessoas aprendem umas com as outras maneiras que podem beneficiar sistemas socioecológicos maiores. Há mudanças nos processos de aquisição de conteúdo/informação; como também catalisa processos de aprendizagem entre pares, fora dos ambientes formais de educação.
Em ambiente virtual, o material oferecido, a presença do professor e a atenção do aprendente integram-se de forma qualitativa, em um tempo muito individual, amplificando práticas de ensino e oferecendo mais qualidades às aprendizagens. Qual é o desafio maior? Realmente motivar os aprendentes a aprender, além de incentivar os professores a transformar suas formas de ensinar. É um esforço com muitas razões que precisa de muita atenção, sensibilidade e cuidado. Todos devem estar imbuídos da idéia de que há uma tarefa a cumprir. Fundamento: ENGAJAMENTO sensível e, por conseguinte, ELIMINAÇÃO da distancia.

Profª MSc. Claudia Nunes (01.04.20)

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