A Inteligência é Inata ou Adquirida?
“Se a hereditariedade define os limites da
inteligência, o meio determina a abrangência desses limites.”
- Esta é a conclusão de Erik Turkheimer,
professor de psicologia da universidade de Virginia, mundialmente reconhecido
por suas pesquisas sobre a inteligência de gêmeos. Os primeiros estudos,
conduzidos nos anos 90, mostraram que os resultados de QI obtidos por gêmeos
verdadeiros, do mesmo genótipo, eram mais similares do que os dos gêmeos com
DNA diferente. Isso confirmou a origem genética da inteligência.
Foi então que Erik Turkheimer pesquisou
dados de 60 mil crianças, acompanhadas desde o seu nascimento até os oito anos
de idade, grande parte de minorias étnicas e de famílias pobres. O QI deles foi
medido aos sete anos. O resultado foi que, se o QI de gêmeos com pais abastados
pode ser atribuído à genética, entre as famílias mais pobres, o quociente de
gêmeos idênticos variava tanto como se fossem falsos gêmeos. Conclusão de
Turkheimer: “Em um meio difícil, o potencial genético das crianças não tem
oportunidade de se expressar plenamente. As famílias abonadas, por sua vez,
podem dar o estímulo mental necessário aos genes para que construam o circuito
cerebral da inteligência.” Isto significa que o dinheiro faz um bom lar? Não,
responde o autor. “Mas é um fator importante que permite aos pais dedicar tempo
e energia, e dispor de meios para estimular as crianças mentalmente.”
De acordo com a noção da inteligência
herdada, outros estudos mostraram que o QI de crianças adotadas está mais
próximo ao dos pais biológicos. No entanto, mais uma vez os pesquisadores,
dentre os quais Michel Duyme, da Universidade de Montpellier, na França,
revelaram parcialidade. As famílias pobres raras vezes estão em condições de
adotar, assim, as investigações se concentraram apenas em famílias adotivas
abastadas. Duyme tem compilado os dados de milhares de adoções na França e
novamente o meio desempenhou o seu papel perturbador. As crianças de famílias
abastadas passadas para famílias igualmente abonadas apresentaram um QI de
119,6 em média, mas quando eram adotadas por famílias modestas, o QI médio caiu
12 pontos. E vice-versa.
As crianças de famílias modestas acolhidas
por uma família das mesmas condições apresentaram um QI de 92,4, enquanto que
aquelas colocadas em uma família abastada o QI obtido se elevou para 103,6.
(Autor: Elena Sendere Hervé Ratel, Sciences et Avenir).
Página Face: NeuroSchola
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