Os líderes mais inovadores incentivam a inovação, o
pensamento criativo e a capacidade de resolver problemas.
Gestão de pessoas: muito difícil, se não houver
autoconhecimento das próprias emoções. Gestão de pessoas para construir um
ambiente intelectual participativo, colaborativo, cooperativo e solidário:
muito difícil quando não se têm a noção equilibrada dos estímulos a que
sentidos e sensações entrarão em contato todos os dias. Gestão de pessoas:
exigência de um cérebro ‘aberto’ às constantes adaptações e transformações de
si e dos outros. É um diálogo entre sinais elétricos enviados a determinadas
áreas cerebrais para que se mantenha organizada uma subjetividade, uma equipe
ou um ambiente de trabalho. E se assim é, por que há ambientes de trabalho tóxicos?
O cérebro entra em contato com o ambiente por meio
dos órgãos dos sentidos, mas estes são estabelecidos a partir das vivências de
cada um. A ênfase em um deles é uma questão de aprendizado e de convivência
cotidiana em meio ao desenvolvimento biopsicossocial de cada um. Nesta
perspectiva, falamos da evolução das amígdalas cerebrais (emoções), do hipocampo
(memória) e do córtex pré-frontal (raciocínio).
A convivência então entre pessoas ‘alimentará’ as
rotas das sensações cujos “órgãos dos
sentidos detectam estímulos, convertem a informação em sinais elétricos e os
transmitem para as zonas do cérebro especializadas em processar tipos
específicos de informação sensorial e transformá-los em sensações” (MORAES,
2009). Logo, num mundo perfeito, quando controlamos o córtex pré-frontal
esquerdo do investimento dos impulsos acionados pelas amígdalas cerebrais,
controlamos o estresse e podemos encontrar o equilíbrio emocional no trabalho.
Hoje, além do conhecimento, é imprescindível pensar
e agir com inteligência na gestão de pessoas no trabalho. É preciso fazer
funcionar o cérebro consciente, ainda que memória e imaginação estejam sempre
em alerta quanto ao desconhecido ou às diferenças de posturas ou expressões das
emoções. Logo, ao gerirmos pessoas no trabalho, devemos desencadear a
experiência de realidade no intuito de estabelecer as melhores performances e
relações profissionais. Mas como? Com uma linguagem ética (verbal ou não) diante
dos comportamentos dos outros, em situações diferentes, principalmente as mais
conflituosas.
Um bom gestor, antes de tudo, deve ser um bom
observador dos seus ‘gestados’; deve se propôr a alcançar o sucesso de si e do
grupo experimentando deixar de lado, por algum tempo, quem se é para entender
quem se tem ao lado, e desta forma, efetivar uma mudança de realidade no
ambiente de trabalho.
Um bom gestor é o responsável por gerir e gerenciar
o sistema de recompensa de uma equipe em quase todas as situações. Por
conseguinte, no mundo exterior, ele é o responsável pela estimulação da área
tegmentar ventral e a conseqüente liberação de dopamina através do núcleo accumbens
até o córtex pré-frontal. Ele é responsável por estimular seus ‘gestados’ a terem
prazer em trabalhar principalmente em equipe.
Sendo assim, boas relações se constroem com a experiência
da expressão e do diálogo entre as emoções, as linguagens e os pensamentos
sobre si mesmo e sobre o que se quer do outro, num espaço importante de
convivência na busca de diferentes tipos de superação pessoal e profissional. E
isso não se faz sem entender previamente a necessidade de autogestão emocional.
Ou seja, “competências como gerenciamento
de emoções, motivação concentrada para atingir metas, adaptabilidade e
iniciativa são baseadas na autogestão emocional” (GOLEMAN, 2012, p.37).
O ambiente em que passamos boa parte do nosso tempo
(o trabalho) demanda, além um cérebro social, um cérebro emocional focado no
desejo da ação criativa prazerosa. E como desejo entende-se “como impulso complexo que reflete
fortemente preferências pessoais; e possui dois componentes: gostar e querer; o
primeiro refere-se à obtenção de prazer, e o segundo associa-se à necessidade
real de alguma coisa” (MORAES, 2009, p.136).
Não há separações nas ações de gostar e querer
(ambas emoções da aprendizagem e da boa convivência), afinal a corticalização
das informações até o conhecimento, é também a emoção de conhecer diante do processo
de aprendizagem mais significativa. Se não houver esse equilíbrio tão talâmico,
há o que Goleman (2012) chama de ‘sequestro da amígdala’ cuja reação excessiva
pode nos levar ao arrependimento, ainda que as conseqüências sejam drásticas e irrevogáveis.
Mas quais seriam os gatilhos da amígdala no local
de trabalho? Segundo Goleman (2012, p.41), seriam cinco gatilhos, a saber:
“- condescendência e falta
de respeito;
- ser tratado injustamente;
- sentir-se desconsiderado;
- sentir que não se é
escutado e que não lhe prestam a atenção;
- ficar submetido a metas
irrealistas”.
No contexto do trabalho, “emoções podem parecer sentimentos conscientes, mas são movimentos
internos, ou seja, são respostas psicológicas aos estímulos, destinadas a nos
afastar do perigo e nos aproximar da recompensa” (MORAES, 2009). É preciso
treinar o cérebro para entender as diversidades e se manter inserido neste
ambiente com mais recompensas do que perigos (ansiedades, preocupações, medos
ou irritações). É emoção pura. É um processo intenso de adaptação às situações
e de transformação interna elaborada pelo sistema límbico (um conglomerado de estruturas situado abaixo do córtex pré-frontal) em
busca de organização, esclarecimentos e, principalmente, respeito às
individualidades em meio a tanta complexidade de vida.
Porém, um gestor assim está no campo do imaginário.
Logo resta os ‘gestados’ surpreender alguns gestores ‘tóxicos’ ignorando o uso
de algumas frases (idéias) apresentadas pelo site Universia, a saber:
1. "Isso não é
justo";
2. "Isso não é
problema meu" ou "Não sou pago para isso";
3. "Eu acho
que...";
4. "Vou tentar";
5. "Eu
odeio...";
6. "Mas nós sempre
fizemos desse jeito";
7. "Isso é
impossível" ou "Não há nada que eu possa fazer";
8. "Você deveria
ter...";
9. "Talvez eu esteja
enganado, mas...";
10. "Você não
acha?";
11. “Não tenho tempo para
isso agora”.
É preciso ‘treinar’ o cérebro gestado sem níveis de
ansiedade e/ou eliminando determinadas zonas de conforto emocionais para que o
processo de recompensa e de convivência seja restaurado com força e seriedade.
Pense nisso!
Profa. Claudia Nunes
Referências:
GOLEMAN,
Daniel. O cérebro e a Inteligencia Emocional: novas perspectivas. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2012.
MORAES,
Alberto Parahyba Quartim de. O Livro do Cérebro 2: sentidos e emoções. São
Paulo, SP: Duetto, 2009.
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