quarta-feira, 6 de março de 2013

COMPETÊNCIAS docente no século XXI


Hoje devemos ter preocupação com os jovens do século XXI. São muitas exigências, muitas pressuposições, muitas sugestões, e nem sempre a geração mais jovem adquire habilidades para se sustentar dentro desse conjunto de necessidades. Ao se reconhecer que a sociedade está em crise, porque em processo de transição, deve-se reconhecer também que, no meio de tudo, está a geração jovem em processo de aprendizagem e de desenvolvimento biológico; e, pelo visto, uma geração com chances mínimas de se estabelecer bem no social e/ou no campo de trabalho.


No campo biopsicossocial, a tríade família, escola e trabalho apresentam conflitos, desrealizações, mudanças, necessidades, cada vez mais intensas e rápidas. Estas requerem decisões absurdamente objetivas e quase sempre a geração mais jovens ainda não tem ferramentas cognitivas e afetivas suficientes para observar, pensar e decidir com média coerência. Nada incomum, apenas a ratificação de que a geração jovem do século XXI, apesar das tantas tecnologias a que tem acesso, é mesmo uma geração jovem, ou seja, uma geração ainda necessitando de parcerias, seguranças, pontos de contato com as gerações anteriores. Um grande período em que esta geração jovem pode se instrumentalizar cognitivo-afetivamente para o mundo é o período escolar.
Durante quase 10 anos, esta geração jovem está imersa no ambiente escolar, em diferentes níveis e, em cada nível, é esperado que habilidades inatas e aprendidas no convívio social sejam trabalhadas e aprofundadas até o ponto do conhecimento efetivo e da construção de uma memória de procedimentos importante à vida integral. Surge então um questionamento: será que as novas tecnologias da Internet podem dar conta disso? Sinceramente, não há como responder por que estas ‘novas tecnologias’ necessitam também de pensamento, criação e aplicação contextualizada de novas metodologias relacionadas a desafios de aprendizado inovadores e não a práticas ainda fixadas no passado apenas transpostas, por exemplo, do quadro ao datashow. 
Esta questão é difícil por que as novas tecnologias, quando encaradas como parte do conjunto de recursos de aprendizagem, exigem conhecimento docente sobre suas dinâmicas de ação e construção. Ao introduzi-las em sala, o próprio docente deve ser capaz de responder determinadas questões ‘mecânicas’, como ‘professor, como mudar o perfil do blog?’, ‘professor, como faço para não receber todos os emails do nosso grupo online?’, ‘quero colocar só vídeos no nosso blog, como faço?’ etc. Será que os professores estão (já) competentes para lidar com essa outra gama de questões em sala de aula? É preciso pensar além do conteúdo e transformá-lo em dinâmicas interessantes e desafiantes no contexto escolar visando realmente o futuro de uma nação.
No século XXI, os docentes têm a necessidade de renovar seus procedimentos metodológicos, de acordo com o contexto em que trabalham. Não vale mais a idéia de que, diante do conteúdo, a aula está pronta e deve ser realizada linearmente como o planejado. Diante de uma geração jovem, completamente envolvida com a dinâmica da vida social, ainda que muitos não tenham tanto acesso às novas tecnologias, a complexidade cognitiva e emocional são os conceitos da hora e devem ser os principais objetivos na construção dos planejamentos e das relações entre professores e alunos.
Planejamentos de cursos, planos de aula, ações de proximidade, inclusão escolar, estratégias de aprendizagem, práticas de ensino, fazem parte de um pacote dinamizador tanto da escola quanto da sala de aula, quando pensados em termos globais, em termos de rede complexa de respeito às subjetividades e ao contexto escolar. Neste pacote, é possível pensar a aprendizagem em ligação com outros saberes que não apenas o do saber específico de uma área de saber. É possível pensar interdisciplinarmente. É possível desenvolver a formação integral dos sujeitos-aprendentes. É o momento idealizado, na formação docente, em que ensinantes e aprendentes se integram na perspectiva de compor emoções e cognições no ato de aprender fazendo. Daí está favorecido, o ‘pensar’ e o ‘realizar’ o conteúdo tendo sentido e significado, ou seja, sendo utilizado na vida de cada aprendente ou formando memórias para a vivência e convivência na/com a vida.

Porém que competências docentes são necessárias?

Segundo site PORVIR, um grupo de fundações pediu que o National Research Council (organização norte-americana que faz pesquisas sobre temas importantes da sociedade para ajudar governos a desenharem políticas públicas) reunisse especialistas para definir quais são essas competências. Durante um ano, um comitê formado por educadores, psicólogos e economistas fez pesquisas sobre o que se espera que os estudantes alcancem nos seus ciclos escolares, nos seus futuros trabalhos e em outros aspectos da vida. O resultado, publicado no fim de julho no livro digital “Educação para a Vida e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do Século 21” (download gratuito), tenta dar nomes aos bois e ajudar professores e gestores públicos a prepararem os estudantes para o século 21.
Apesar de ainda serem necessários alguns estudos para pavimentar esse caminho, os pesquisadores dão seis dicas de atuação em sala de aula para que professores possam preparar o aluno para o século 21 – que começou há 12 anos.
1)   Procure usar representações variadas, como diagramas, representações numéricas e matemáticas, simulações;
2)   Encoraje uma postura questionadora e proporcione momentos em que os alunos possam expor o que sabem;
3)   Incentive os alunos a participarem de desafios; neste processo, seja um facilitador, dê feedback e os faça compreender seus próprios processos de aprendizagem;
4)   Ensine dando exemplos, citando casos; use, por exemplo, modelos de passo a passo explicando cada etapa;
5)   Prime pela motivação dos alunos, escolhendo temas que se conectem com suas paixões; incentive-os a resolver problemas, preste atenção na evolução de seus conhecimentos, muito mais que em suas notas;
6)   Use avaliações formativas em que o aluno é monitorado continuamente.


Profa Claudia Nunes

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