segunda-feira, 11 de setembro de 2017

HABILIDADES DIFÍCEIS e IMPRESCINDÍVEIS



Martha Gabriel, em 2016, escreve um pequeno aretigo sobre ’10 habilidades difíceis de adquirir que valem para a vida toda’. Em tempos de habilidades socioemocionais, acredito que devemos pensar sobre isso com foco em nossos aprendentes, tão vulneráveis e sempre uma promessa de um mundo melhor.
            Segundo Gabriel (2016), estas habilidades difíceis serão melhores quanto mais demorarem a ser adquiridas. Ou seja, ‘não é só de currículo e experiência que vive um profissional’. Quando pensamos em aprendentes, podemos afirmar ‘não é só de currículo e conteúdo que se constrói aprendizagens de qualidade’. Há habilidades que, embora sejam simples, exigem esforço, perseverança e tempo. E esta é a linha em que um professor faz toda a diferença.
            Vamos pensar um pouco mais:
            Quando apresentamos o conceito de aprendizagem socioemocional referimo-nos ao processo de aquisição de habilidades socioemocionais, aquelas que nos tornam capazes de interagir e entender os outros; ter maior compreensão de nós mesmos; o que nos torna aptos a lidar com adversidades / frustrações.
            Mas tudo isso requer um período escolar em que sejam inseridas, através de projetos, dinâmicas e atividades coletivas, proativas e ativas, ferramentas ou movimentos cognitivos, emocionais e motores que tornem nossos aprendentes mais propensos a viver e a conviver em sociedade e, por conseguinte, alcançar seus objetivos com menos obstáculos e grandes momentos de superação. E a tríade-base não pode ser esquecida: perseverança, esforço e tempo. O tempero pode ter um pouco de sorte/oportunidade, mas sem a tríade-base, as dificuldades serão muitas.
            Segundo James Hecman, em entrevista ao Roda Viva, apesar da produção contínua de teorias educacionais e formas de avaliação, os aprendentes, principalmente adolescentes, tem capacidades intelectuais, mas não tem desenvolvido capacidades para:
ð  Lidar com frustrações;
ð  Trabalhar em equipe;
ð  Se organizar;
ð  Planejar o futuro;
ð  Lidar com as adversidades.

Não há tempo para pensamentos/teorias; os aprendentes exigem muito estudo, mas também uma práxis inovadora para se reconhecerem no novo mundo em transformação acelerada. A educação atual deve visar o mundo como espaço de experimentação das ferramentas oportunizadas no tempo escolar: são dois territórios em plena convergência. Então, segundo Gabriel (2016) quais seriam as habilidades mais difíceis e mais úteis de aprender?
ð  Controle do sono;
ð  Empatia;
ð  Gestão do tempo;
ð  Solicitação de ajuda;
ð  Consistência relacionada a atenção;
ð  Autoestima;
ð  Atenção aos outros;
ð  Foco em seus próprios assuntos;
ð  Presença real;
ð  Habilidade de falar em público.

E quando pensamos no processo de ensino e de aprendizagem (ensinantes e aprendentes), outras habilidades se apresentam. Vamos pensar e agir?
ð  Saber escutar / saber fazer silencio;
ð  Ter responsabilidades reais;
ð  Se exprimir com calma e clareza;
ð  Reconhecer a presença das diversidades;
ð  Ser organizado;
ð  Oferecer respeito para ter respeito;
ð  Usar a própria criatividade para o bem comum;
ð  Reconhecer os espaços e suas diferentes linguagens.

Em tudo, nós nos referimos a um jogo emocional particular e coletivo cujo tempo de desenvolvimento é longo e a participação dos professores fundamental. O cognitivo se qualifica quando reconhecemos desejos e sonhos, e os trabalhamos com recursos interessantes e humanos.
            É possível?

Profª Claudia Nunes

Referência:


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