O mundo é desconhecido e estou desbravando a mim mesma para aceitar o mundo como ele é. Como professora (Estado), Tutora em cursos de EAD, Revisora de Material Didático e MESTRE em Educação (UNIRIO), estou seguindo a vida fazendo o que gosto, como gosto e com quem gosto muito. Escrevo e publico textos para me esvaziar de mim e poder aceitar o Outro como vier. De resto meu vicio é o mundo virtual, ainda que eu nao seja dissimulada. Mutante? Isso! Eu gosto de ser mutante!
domingo, 27 de outubro de 2013
sábado, 19 de outubro de 2013
Um rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião
SAMBA DE ENREDO PORTELA 2014. AVANTE Portela!!!!!!!!
Autores: Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Waguinho, Edson Alves e J. Amaral
O canto do cais do valongo ÔOOOOO
Que veio de Angola, Benin e do Congo
Tem semba, capoeira e oração
O Rio sai da roda de jongo e vai desaguar
Na glória de São Sebastião
Que veio de Angola, Benin e do Congo
Tem semba, capoeira e oração
O Rio sai da roda de jongo e vai desaguar
Na glória de São Sebastião
Oi bota abaixo, sinhô
Oi bota abaixo, sinhá
Lá vem o Rio
De terno de linho e chapéu Panamá
Oi bota abaixo, sinhá
Lá vem o Rio
De terno de linho e chapéu Panamá
A correnteza
De um Rio Branco é que traz
A arte do canto e da dança
De todos os sons musicais
O teatro da vida não sai de cartaz
A ilusão é uma atriz
Se exibindo na praça linda e feliz]
De um Rio Branco é que traz
A arte do canto e da dança
De todos os sons musicais
O teatro da vida não sai de cartaz
A ilusão é uma atriz
Se exibindo na praça linda e feliz]
Eu vou
Da revolta da chibata
Ao sonho que faz passeata
Seguindo a canção triunfal
Da revolta da chibata
Ao sonho que faz passeata
Seguindo a canção triunfal
Nesse Rio que vem e que vai
Traço o meu destino
E viro menino pra brincar de carnaval
Traço o meu destino
E viro menino pra brincar de carnaval
Sou carioca, meu jeito é de quem
Vem com sorriso do samba que a gente tem
Meu peito é um porto aberto
Pra te receber, meu bem
Vem com sorriso do samba que a gente tem
Meu peito é um porto aberto
Pra te receber, meu bem
Vou de mar a mar, mareia
Vou de mar a mar, mareia, mareou
Iluminai o tambor do meu terreiro
Ó santo padroeiro
O axé da Portela chegou
Vou de mar a mar, mareia, mareou
Iluminai o tambor do meu terreiro
Ó santo padroeiro
O axé da Portela chegou
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
No frio, A PAIXÃO...
Sem luz, sem
energia, a mulher encara o frio da noite somente com seus poucos botões. Ela
não tem idade, ela tem pressa, tem vida. Em sua mente, muitas mulheres e seus
assuntos inacabados. É noite e ela na aventura ‘dos sem caminhos’. A loucura do
tempo se desdobra em muitas faces e ela não sabe mais para onde se transbordar
e simplesmente ser feliz. Feliz?
A iluminação da
rua não a deixa ver nada a não ser seus pés sempre amigos em horas de
desconforto. Sim, ela é uma mulher cabisbaixa, envergonhada, de alguma maneira
aflita e caminhante. Puro blefe!
Em cada poste,
uma iluminação que o incomoda: não era completa; nunca fora completa; nunca
pensou em ser completa: isso seria sua morte e ela só queria desfalecer nas
liberdades que desejasse.
Depois da
discussão em casa, na rua, somente ela, seu casaco e suas emoções. Hoje o
equilíbrio se perdeu, ela estava plena no mundo. A rua fria era a extensão da
sua sobrevivência cujo resultado era o esmagamento de um desejo: amar. Sem
amizades, a chuva caia sem dó também por dentro. Mas amar é sempre sua meta.
Mesmo com a
discussão, saíra para mexer em suas relíquias, seus guardados, seus escândalos,
seus retratos ocultos, sem os vigias sociais. Viver também é ter memórias
resguardadas dos contratos sociais sem culpas. Sucesso também é, apesar de
outros, nos mínimos escapes, reconhecer no corpo e na mente, a volúpia da
própria e verdadeira identidade. A rua faz isso: desmembra e amplia todas as
verdades. E o poder feminino é sugerir aos outros rostos confortáveis e de
pouca cor, uma novidade: ela mesma, de novo.
A chuva não
alcança suas paixões. Em sua passagem pelos becos e vielas, é surpreendida por
diferentes casais correndo para se proteger. Proteger? Que graça tem isso? Hoje
em dia, amores apaixonados não precisam de proteção. Alias para que tantas
proteções, se o risco de crescer acontece na liberdade do próprio risco de
crescer? Depois de um mal estar de anos, nenhuma proteção é o básico para
realmente (se) saber viver. É aceitar que a lágrima seja uma conexão profunda
com o desejo e marcar sua homenagem até os olhos descansarem.
As pessoas
sinceramente estão perdidas: elas julgam e se julgam; elas se defendem e
ignoram; elas mentem e (se) mentem; elas criam e suportam as rotinas que negam
e amam. Que pena! Oportunidades são os benefícios da alma sempre.
Ela, andando, se
sente invadida por uma música e sente que precisa de mais exposição: ela
precisa de coragem! E ela se lembra: quantos baús de guardados emocionais teve
que abrir para querer e conquistar? Quantos outros tantos baús de guardados emocionais
teve que fechar para se adaptar e integrar? Difícil realmente a vida da
bailarina...
Neste momento
cai por terra hábitos antes ‘imexíveis’ ou ‘intocáveis’. Realmente querer é
poder e de alguma maneira, é sofrer com consciência e certo orgulho. A música
flui pela rua, corpo e memória. A música é o fio de Ariadne da memória e
reorganiza os sentidos. Fora da discussão, ela se inverte.
A mulher já tem
18 anos. Seus passos diminuem pelo encantamento de poder olhar, de repente,
para si mesma. Lindas imagens! É viçosa, interessante e ama. Ama como todo amor
romântico possível. Abraços, beijos, olhares, ela treme, não mais de frio, mas
de paixão. O refrão da música lhe completa ‘recordar
é viver, eu ontem sonhei em você’.
Naquela rua
fria, um conflito de desejos. Ela olha seu desejo com uma atração intensa. Ela
não fala. Sem questionamentos, a realidade cortou sua vitalidade e a deixou se
chances de se desculpar. Seus 18 anos merecem apenas a magia daquela memória e
daquele prazer.
Tempos
perturbadores. Tempos de prazer imaginário. Tempos de descobertas. A promessa
era: será diferente e inesquecível. Seu corpo se perde nestes sentidos. Se
antes a razão não abria espaço à emoção, na dimensão dos seus 18 anos, os
limites foram abertos como buracos sem fundo. Amor total!
Sem domínios ou
contornos, ela se lança a apreensão sem travas sobre o amor da sua inocência.
Ela atravessa parques inteiros, pessoas por dentro, e embarca na loucura das
poucas horas da sua melhor primitividade. Há entraves, mas o lampejo da
possível perda lhe joga na frente dos medos e, além daquela rua fria, ela
abraça sua vontade e explode. Êxtase da saudade! Não era invenção, era a vida
em sua estratégia de recompor as sensibilidades e renovar os baús de guardados.
O manejo dos caprichos sensuais estabelecem outras ligações. Depois de 20 anos,
ela tem 18 anos sem nenhum contexto repressivo. Sem perigo de ser piegas: o
desejo venceu.
Na manha
seguinte sem explicações, corpo marcado, rosado no rosto, a mulher viaja para a
África sem tempo de pensar ‘em casa’.
Profa.
Claudia Nunes
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Por enquanto: O CAOS...
Em muitos casos,
o princípio era o VERBO, mas atualmente, a base de tudo é o CAOS. É o abismo
insondável, massa informe e confusa. Estamos vivendo o vazio primordial e onde
a ordem parece não ter vez e nem lugar. Vivemos a energia poderosa de um mundo
já quase informe de valores, ética e educação. Diante de uma ordenação que
finge e subtrai mínimos respeitos, observa-se um crescente e turvo oceano de
radicalismos e ignorâncias. Que natureza humana é essa? Dia após dia, ceifam-se
direitos, atacam-se corpos, eliminam-se vozes. Que país se faz sem educação?
Que país se desenvolve sem luta por seus direito? Que país evolui sem coexistência
de ideias? Roberto da Matta tem toda razão: há muitas diferentes entre ‘a casa’
e ‘a rua’. Não fomos apáticos no tempo, fomos espectadores postos em banho maria
sem formas conscientes de repelir nossas incontinências e sofrimentos por
hábito. Mas esse banho-maria se perdeu; esse banho maria ferveu. Passamos do
ponto; ultrapassamos a marca das ordenações infligidas. É o Caos grego mesmo. É
a desorientação mostrando suas garras na perspectiva de uma organização
romântica que provavelmente não virá. Tempos de desorientação consciente em
busca de outro tempo, momento, vida mesmo. Bombeiros escorraçados, povo
surpreso e desconfiado. Aumento de ônibus com o tal de 20 centavos, povo
desconfiado acordando. Professores paralisados, povo acordando e, enfim
gritando, de novo: que país é esse? As emoções estão em todo lugar. O Caos é
sedutor, prazeroso, libertador, reacionário mesmo. Como a primeira divindade a surgir
no universo, o Caos é a mais velha das formas de consciência divina e não
tem os recalques das transformações de sentidos impingidas a ele pelas
religiões ou pelos interesses. Dele surge Geia (Terra e tem como virtudes:
doçura, submissão, firmeza cordata e duradoura, humildade), Tártaro (local mais
profundo das entranhas da Terra; local do suplício permanente dos grandes
criminosos) e Eros (desejo incoercível dos sentidos; ele dilacera, transtorna, mas
é mutável). Pelo jeito, vivíamos como Geia: subservientes, ainda que
fecundássemos o espaço público e o capital intelectual com nossas práticas e
posturas por respeito, receio, atenção, compreensão e incômodo com o cotidiano. Agora estamos na loucura de Eros e à beira do abismo do Tártaro sem vontade
nenhuma de retroceder ou, como dirão alguns, sem vontade nenhuma de ‘botar o
galho dentro’. Nisso tudo, o deus Tempo é o pior dos pesares. A duração das persistências
incluem novos incômodos. Ninguém quer os dias eternamente mexidos pelas
tensões, expectativas ou medos. Há o cheio de uma força catabólica em curso. Há
a sensação de quem o ‘anima’ se perdeu e agora só nos resta reaprender a
gerenciar nossos cérebros reptilianos com um pouco mais de maestria. O deus
Tempo nos envolve e nos cansa, afinal para além dos cassetetes e dos sprays de
pimenta, não se vê nem a luz e nem um túnel. Enquanto Eros une selvagemente,
mas fecunda Geia; o Caos é desproporcional, corta, racha, separa e nos faz
perder o ponto de mutação e de repensamentos sobre tudo e todos. No Caos, não
temos diálogo com nada mesmo! Nós ultrapassamos o limite, mas ainda assim
perspectivamos o diálogo, a possibilidade de uma fala poderosa que nos reacondicione
de volta aos nossos dias e afazeres. Por enquanto o Caos... Estamos fundidos em
nossas certezas e em nossos orgulhos em ambos os lados e isso é perigoso, muito
perigoso. Entramos numa androginia caótica das insensibilizações sobre tudo em
função de um ou dois pontos nevrálgicos e dolorosos à alma. O que fazer? Temos forças
sem forma. Temos energia sem consistência. Temos hoje uma luta de razões e
poderes, mais do que de reivindicações de uma classe a dezenas de ano em
processo de desvalorização total. O que fazer então? Estamos na terceira margem
do rio de Guimarães Rosa e criando uma enorme desordem em posturas absurdamente
cegas a tudo. Tudo está indefinido, desorganizado, enevoado. As Moiras e sua
roda da fortuna estão tecendo nossos destinos. Tecem com cuidado, ainda que
velozes. Mas há uma preparação: haverá cortes e contra isso nem Zeus poderá
agir. Estamos à mercê da sorte sem romantismos. Pena... Pena mesmo... Vou voltar
a ler meu mitólogo de vida inteira, Junito Brandão, você é o melhor...
Bjos assim mesmo...Passeata Professores Rio de Janeiro - 07.10.2013 |
Assinar:
Postagens (Atom)
Nada nunca é igual
Nada nunca é igual Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...
-
Cuidados paliativos. Cada vez que eu ouço isso lembro de minha mãe. Luta por qualidade de vida e não por saúde não é fácil para os filhos...
-
Um pouco desse livro FANTÁSTICO. É apenas a INTRODUÇÃO. Há o livro em PDF, mas tenham o livro físico. Muito importante. Bo noite! DAMÁSIO, A...