segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A SENSIBILIDADE


Ser humano é um conjunto de sentimentos e sensações à flor da pele De um lado impulso e reações; de outro, o controle e o raciocínio. Não há pessoas ‘neutras’, frias, insensíveis. Há intimidades com experiências diferentes e que aprenderam a ter limites sensoriais. Enquanto isso, o que vibra é o corpo, tenso e teso. Dentre as faculdades humanas, aprender a sentir é a imantação magnética que proporciona grandes suspiros e boas lembranças ‘a de eterno’. É bom relembrar porque ‘re-sentimos’. Esse magnetismo movimenta as informações criando uma sinergia entre os sentidos, a pele e a realidade. Desta sinergia, percepção e múltiplas emoções. Entre o amor e ódio, passando pela indiferença, a mente se confunde, ainda que com prazer com o que acessa, com o que experiencia, com o que vê porque isso deixa um sabor amoroso. Conhecer e entender se inauguram por causa das sensações dos sentidos, cada vez mais enfáticos nas ações de arrepiar. Pensamos de corpo inteiro. Somos conhecimento em interpretação amorosa todo o tempo. Antigos e modernos, equilibrados e confusos, do raciocínio à sensibilidade nada se desvaloriza, nada ‘se desatenta’ da emoção da emoção. E os gêneros procedem por inaugurações suspirantes. De onde vem a sensibilidade? Àqueles indivíduos que caminham pelos dias fazendo o bem, em harmonia com suas relações e assumindo a beleza da ética, se naturalizam até mesmo os fios de cabelos, focos concentrados de sensibilidades imensas. Mas e os indivíduos ‘duros’, sérios, justos, quase um corpo fortificado de certezas inabaláveis? Não teriam sensibilidade? Se estão inter-relacionados com o mundo externo, têm suas demandas particulares de que, provavelmente, afastam a todos. Para que ‘todos’ em participação das suas interioridades mais doces? Sofrer julgamentos? Nunca! Não há necessidade. Há lugares e lugares para assumir a presença do mundo por dentro dos ossos. Eu gosto deles. Seus invólucros são porosos, mas disfarçados. O fogo das sensações está espiralado somaticamente. Sorrateiros se desdobram em mil gestos e escolhas aparentemente desconexas para criar seu próprio processo de esvaziamento sensível. Eu gosto demais deles. Em suas variadas habilidades profissionais representam, criam pontes, integram capacidades com o romance, com a beleza, com o otimismo, com o amor a tudo. Bruta ou elaborada, é bonito observar o momento em que os sentimentos são expressos com intimidade e poesia; é bonito observar meus mais queridos amigos ‘simbolizando’ suas paixões íntimas com grande sensibilidade; é bonito saber que existem pessoas assim... do meu lado.

Profa. Claudia Nunes

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