Domingo de manha. Fogos de artifício acordam famílias inteiras. Não é feriado, mas é dia de futebol. Hoje é a final do campeonato brasileiro. Final mesmo. Ultima rodada. Times de quatro estados brasileiros têm chance de vencer. Quase todos dependem uns dos outros para chegar à alegria final. Um ano inteiro de trabalho terminará às 17h de um domingo de dezembro. Torcidas imensas concentradas nas televisões e nos estádios com a toda a esperança (e certeza) da conquista. Torcidas imensas azarando seus opositores.
Domingo hora do almoço. Todas as ruas coloridas: verde, azul, vermelho, preto misturados nos tecidos e nos corpos de pessoas de todas as faixas etárias. É dia de festa. É dia de encontros de todos os amigos, mesmo os desconhecidos. É dia de comer e ver TV junto. De todas as maneiras e dia de torcer. Todas as conversar são sobre os jogos e a campanhas dos times. Mulheres, homens e crianças tornam-se fantásticos técnicos de futebol e discutem estratégias; lembram do passado; analisam jogadas; e escalam seus jogadores favoritos. No meio do macarrão, da galinha, e do famoso churrascao com família e/ou amigos, a certeza de que hoje é dia de comemorar, vibrar, rezar e, logicamente sofrer demais, sofrer muito, afinal só UM será o melhor do Brasil.
Domingo 16h30min. A tensão está eletrizante. Olhos não podem se distrair da tela. Mente não pode pensar em mais nada. O momento é de pensamento positivo em prol do time do coração. Estou no Rio de Janeiro. Um Rio de Janeiro completamente coberto de preto e vermelho. Contrariando todas as análises matemáticas e teóricas, o FLAMENGO depende apenas dele para vencer. Sou rubro-negra por completo. Estou extremamente nervosa. É jogo difícil. É jogo de superação mesmo! É jogo de matar ou morrer. Os corações mais experientes já tomaram seu ‘isodil’ e podem assistir. São 35 milhões de pessoas desvairadas, com a vida parada, com a respiração entrecortada, guardando um grito de CAMPEÃO por 17 anos. São 150 milhões de pessoas torcendo contra, torcendo por um tropeço, torcendo por um Maracanã inteiro voltando para casa e chorando. Ainda assim, os jornais estamparão o Flamengo. Campeão ou Vice, de novo como sempre, a capa dos jornais terá o tal do Flamengo com assunto.
De todas as ruas, de todos os bairros, de todas as cidades e de todos os estados, milhares de pessoas se dirigem ao Maracanã. Ponto a ponto, fracasso em fracasso dos outros, o mais querido do Brasil burlou as piores certezas e alcançou o topo da tabela. E se o time não vencer? E se perder o título novamente? Nada muda! Torcedores vão se revoltar, xingar, protestar e, daqui 3 meses, lá estarão, de novo, fazendo juras de amor ao time num clássico qualquer pelo campeonato estadual, àquele SEMPRE vence.
Segundo os mais românticos, o Flamengo é inexplicável. É sempre uma surpresa. É sempre notícia. Torcedores, dirigentes, jogadores, tem sempre alguém nas páginas dos jornais de todo o Brasil. Fala em Flamengo é falar em favorito. Os comentaristas determinam, por experiência, quais são os times ‘pequenos’ e os times ‘grandes’, mas em jogo com o Flamengo apresenta-se o impoderável sempre. Perder para o Flamengo, natural. Ganhar ou empatar, glória eterna. Por isso, sua torcida tem sempre ‘o coração na mão’, pois sabe que da conquista à derrota, tudo é possível. Segundo texto veiculado pela Internet, “é a única torcida do PLANETA que paga ingresso por dois espetáculos, sendo um no campo, como todas elas, e outro que ela mesma proporciona. O Flamenguista vai ao Maracanã para curtir o time, o jogo, o clima e a própria torcida”. Não há comparação!
Por isso, PARABÉNS! Contra tudo e contra todos, somos HEXACAMPEÕES porque nos superamos, nos envolvemos, nos convocamos e, principalmente porque soubemos não nos incomodar com a frágil supremacia de outros estados. Supremacia não ganha jogo! Kkkkkkkkk
PARABÉNS para toda a nação rubra negra sempre!!!
Profa. Ms. Claudia Nunes
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