quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mundo de sentidos camaleônicos

ENFIM VOLTEI! TEMPOS DE MUITO TRABALHO, MAS VOLTEI!!! RSRS

Quando nos distraímos de nossas rotinas, encantamos nossos pensamentos com o que há de melhor dos outros. Nós nos tornamos lúcidos de outras emoções e aceitamos a clareza da vida vivendo mais intensamente. Essa distração surge na troca de olhar, num abraço apertado, numa conversa varando a madrugada ou num susto vivido. Ai está a oportunidade: somos o que somos + um ou uns. Saímos de uma prisão cômoda para desequilibrar os pés. O que acontece então? Escolhemos. Mas o que se faz com o que se fez sempre? O que se faz com pensamentos tão conhecidos? O que se faz com comportamentos sempre alinhados? Nada. Simplesmente nada. Diante do encantamento, o mundo correto se perde por cavernas desconhecidas cuja bussola são nossos próprios sentidos, logo e, em princípio, não há permissão de controlar recônditas luxúrias. O sonho e o imaginário pulsam o coração porque se tornam possíveis de hora pra outra. Errado agora é desviar-se do caminho, é negar o ponto de contato ou é fingir que nada acontece. Nessa hora um número infinito de rostos amplia a vontade e a potencia da realidade: ‘é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte’. Somos mais do que somos. E somos enamorados, fascinados, encantados por tudo o que fizer bem ao corpo. Se o mundo mudou, vive-lo é a lógica: sem escapatória! É uma aposta no escuro das esquinas do coração cuja maior função é nos fazer criar coragem e encarar o espelho. Esta sou eu? É, e agora? Como dar conta dos arrepios de mil emoções ao toque, ao beijo, ao sorriso de outro eu? Sentir... A solução é sentir na ponta da unha do pé ou no fio do cabelo que ser o que se é não basta mais. Precisamos resgatar outras identidades mais livres, afoitas e sinceras. Muitos estão em suas segundas ou terceiras chances de amar como uma ‘maldição’ porque nada contém o desejo de experimentar o rosto de alguém sem coletes à prova dos sentimentos. Neste caso, ao acordar, a manha é outra. O caminho ao trabalho é outro. Tudo está multicolorido e querendo carinho mais intenso. E por mais que se desconfie ou amedronte, adoramos tudo e todos. Vez por outra, pinçamos defesas absurdas para julgar nossas felicidades. Por que? Medo! É muito medo! Em certo tempo da vida, relembramos nossas perdas, repressões e até ilusões, então, nos perguntamos: para que tanta alegria? Ou tanta felicidade? Como assim tantos sorrisos? Nesta hora, somos menos do que somos porque nem acreditamos no que somos. É o momento de nosso próprio apagamento. Passamos um corretivo na vibração conquistadora com as desculpas mais esfarrapadas e investimos na recolocação pessoal de todos os envolvidos. Difícil, muito difícil amar, seduzir, emocionar as peles e conquistar a si e ao Outro sendo intolerante com o tempo, a formação as experiências de todo sempre, amém. O que ser agora então? Quando promover a liberdade? Quando descansar dos limites? Não sei... Mas os mergulhos são independentes de nossa vontade e nos exigem repentinamente. Eles nos afundam, nos despem, nos expõem, embora não interrompam o contato amoroso depois do seu acontecimento. Respirar torna-se tenso e denso, ainda que a vida seja leve e fácil. Nessa hora, não adianta apurar os ouvidos, é preciso fechar os olhos e guiar o corpo a uma franqueza absoluta em mil faces.

Profa. Claudia Nunes

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