NOITE DE AUTÓGRAFOS
SIMPOSIO INTELIGENCIA E AFETIVIDADE
COLEGIO PEDRO II - SÃO CRISTÓVÃO
WAK EDITORA DIA 09/11/12 às 19h
MARTA RELVAS (organizadora) e autores.
Noite de muita emoção e calor!
O mundo é desconhecido e estou desbravando a mim mesma para aceitar o mundo como ele é. Como professora (Estado), Tutora em cursos de EAD, Revisora de Material Didático e MESTRE em Educação (UNIRIO), estou seguindo a vida fazendo o que gosto, como gosto e com quem gosto muito. Escrevo e publico textos para me esvaziar de mim e poder aceitar o Outro como vier. De resto meu vicio é o mundo virtual, ainda que eu nao seja dissimulada. Mutante? Isso! Eu gosto de ser mutante!
domingo, 11 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
LIVRO NOVO
No dia 09/11, no colegio Pedro II, em São Cristovão, haverá o lançamento do livro
QUE CÉREBRO É ESSE QUE CHEGOU À ESCOLA?
Do qual sou uma das autoras.
Antes palestra Profa Dra Marta Pires Relvas organizadora do livro.
Evento será às 19h.
Editora WAK.
COMPAREÇAM! Será muito importante ter vcs lá.
Abraços
CIA
terça-feira, 2 de outubro de 2012
HEBE e a MEMÓRIA
Em tempos de
perdas pessoais e culturais, fascinante é a memória, é pensar em nossas memórias.
Da força mental aos artefatos mais comuns como o livro, o homem foi capaz de
guardar muitas informações em muitos espaços e revê-las utilizando tecnologias
cada vez mais sofisticadas. Em todos os espaços, quando somos obrigados a
reencontrar nossa memória, experimenta-se de novo, de novo e de novo, a
atmosfera dos eventos em recordações junto aos sentidos: emoção. Segundo
Kandel, “recordar o passado é uma forma
de viagem mental no tempo. Ela nos liberta dos limites temporais e espaciais, e
permite que nos movamos livremente ao longo de dimensões completamente outras” (p.17).
E esse é o ponto: quando partimos?
Hoje faleceu
Hebe Camargo e é sobre memória que devemos pensar, afinal perdeu-se uma grande
dama e boa parte da história artística deste país. Os próximos dias serão de
pura recordação, melancolia e certo saudosismo. Quem participou, quem observou,
quem sentiu e quem viu de longe a ascensão desta mulher guerreira será levado a
rever o próprio passado num movimento cinematográfico de imagens (fotos e
vídeos) emocionantes em todos os canais, porque viver é criar memórias muito
afetivas.
A morte desta
personalidade tão querida suspendeu o cotidiano, lhe deu nova plástica e nos
fez parar para pensar: somos frágeis demais, podemos ser alcançados por doenças
irracionais e ter interrompido o movimento de construção da memória na vida,
sem tempo de recomposições, ajustamentos ou pequenas explicações.
Neste caso, a
primeira sensação é certo desnorteamento do presente. E sem nenhuma autorização
prévia, voltamos a um passado de pessoas vivas sorrindo e fazendo arte para
nossa alegria e distração enquanto, talvez, almoçamos em família num domingo
qualquer. Surge também, diante de nossos olhos, nossas pessoas ainda vivas,
nossos aniversários, férias, músicas, amores, escolas, tudo ligado àquele mundo
de arte e entretenimento compartilhado (e vivido) por todos.
Hoje Hebe
Camargo, com suas décadas de vida artística, atravessa os canais de TV, estimulando
o aparecimento de memórias afetivas prazerosas de um tempo bem guardado em
nosso cérebro. Ridículo pensar que ele não volte sempre. Até as memórias
encaradas como ‘esquecidas’ ou lembradas parcialmente, em determinados
momentos, surgem fortes e de uma só vez. Diante de estímulos tão emocionantes, excitações
tão pungentes, neurônios associativos são atraídos entre si, criando sinergias
entre informações semelhantes, de forma a montar objetivamente uma imagem, um
som, um cheiro extremamente conhecidos e queridos: amígdalas cerebrais em
festa!
As lembranças do
trabalho da Hebe se misturam às nossas lembranças infantis e juvenis. É um
olhar retrospectivo que nos invade sem bloqueios. E diante da morte da
apresentadora, aceitamos esta invasão como um momento de reflexão sobre a vida.
Para estímulos imprevisíveis, motivações persistentes. E como gosto de pensar:
‘esquecer, jamais!’.
A memória é
nossa forma de resgatar quem somos, de nos reequilibrar com a realidade, de nos
recompormos diante de um revés e de nos atualizarmos a partir de experiências
bem encaradas. Então é importante tanto à saúde mental, quanto à saúde física
no lidar com as pessoas, a profissão, a cultura, a política etc. É importante o
respeito pela memória de todos.
Hoje
a memória é o melhor espaço de visitação porque diante da morte, é a memória
que se esvazia e dá força aos processos cerebrais que tornam possíveis e
acalentadoras nossas lembranças. Sem querer somos capazes de reviver
experiências em detalhes visuais e emocionais impressionantemente nítidos. Fora
o momento triste, há uma biologia da mente que se altera quando somos quase
abduzidos de nossos confortáveis cotidianos.
Como
há uma alteração biológica, há uma nova memória em ascensão: a memória da
hereditariedade. Esta memória eletriza mente e corpo com seu tônus de passado,
com sua carga neuroquímica revitalizante, evolutiva, proteica e identitária; e
nos ajuda a entender, como diz Kandel, “...
processos mentais superiores (...) como a atenção, a consciência e o
livre-arbítrio...”; além de abrir-se a possibilidade de entendermos, um
pouco, nosso modo de pensar, agir, sentir, aprender e lembrar.
É
uma revolução. Hebe trouxe essa revolução. E tudo isso faz parte do jogo da
vida, um jogo cego como propôs Darwin (apud Kandel): “...a evolução não é nenhum propósito consciente, inteligente ou
divino, mas uma processo ‘cego’ de seleção natural, um processo completamente
mecânico de seleção por ensaio e erro, que atua com base nas variações
hereditárias” (p.22). E é nesse processo que estamos jogados hoje. Às
apalpadelas, revisitamos nossas memórias por “combinações sempre novas de bases de nucleotídeos” (p. 23)
inauguradas por um fato insólito ou absurdo ou surpreendente: é o cérebro
emocional a pleno vapor.
Segundo
Kandel, “... o cérebro é um órgão
computacional de processamento de informações cujo extraordinário poder
resulta, não do seu mistério, mas da sua complexidade – da enorme quantidade,
variedade e interatividade das suas células nervosas” (p.23). Por dentro
dele, a memória é “capacidade de adquirir
e armazenar informações tão simples quanto os detalhes da vida cotidiana e tão
complexas quanto o conhecimento abstrato da geografia ou da álgebra” (p.24).
E, no meio da sociedade, personalidades como Hebe Camargo que nos possibilitam
defrontar com nossos confortos, nossas coisas tão comuns, nossas certezas tão
encruadas. Nesta perspectiva e em perspectiva, há a continuidade da vida de
forma persistente mesmo que transformada.
Com
as perdas somos estilhaçados, nos sentimos atropelados pelo destino cuja
interpretação só as moiras conhecem. Mas, mesmo com as perdas, mudamos o trecho
da viagem, ponderamos com a memória nova, choramos um pouco e nos projetamos,
sem pensar muito, em outras histórias pessoais. Afinal, “somos quem somos por obra daquilo que aprendemos e de que lembramos”
(Kandel, p.24).
Hebe.
Memória. Necessidades. Prazeres. Humanos. Somos mesmo demasiadamente humanos e
procuramos diluir impactos emocionais ou nos escondendo ou aceitando os sustos
da vida (mortes) como pontos iniciais às novas evoluções mnemônicas e
adaptativas.
De
geração em geração, “todas as conquistas
humanas, desde a Antiguidade até os dias de hoje, são produtos de uma memória
partilhada acumulada durante séculos, seja por intermédio dos registros
escritos ou de uma tradição oral cuidadosamente preservada” (Kandel, p.25)
ou ainda do acúmulo pessoal de experiências e vivências culturais de cada
sujeito social espetacular, como eu ou Hebe Camargo.
Hoje
se perde para ganhar. Hebe se vai ao seu descanso final e recuperamos uma
memória afetiva admirável por dentro de seus ‘boas noites’ cheios de
‘gracinhas’, mensagens e imagens em retrospectivas. Sem deficiências, a perda
de Hebe estimula nossa memória hereditária a lembrar de quem fomos nós e nos
motiva a objetivar outros passos experimentando quem desejamos / podemos ser
com consciência amanha ou depois...
Profa Claudia Nunes
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
STANISLAS DEHAENE: "A neurociência deve ir à sala de aula!'
O cientista condena o construtivismo
como método de alfabetização e diz como os estudos com cérebro podem ajudar
disléxicos a ler
FLÁVIA YURI - Uma das tarefas comuns da
ciência é desvendar a complexidade por trás de atividades aparentemente
simples. O matemático e neurocientista francês Stanislas Dehaene dedica-se a
decifrar as mudanças cerebrais causadas pelo ato de ler. Para ele, a leitura moldou
o cérebro humano e preparou-o para assimilar habilidades impossíveis de ser
aprendidas por iletrados. Em seu livro Os neurônios da leitura (Editora
Penso, R$ 71), ele afirma que o conhecimento do impacto da leitura no cérebro
pode melhorar métodos de alfabetização para crianças e dá exemplos de como esse
conhecimento tem auxiliado pessoas com dislexia. E mais: Dehaene diz que a
pedagogia do construtivismo, altamente disseminada no Brasil, pode ser ineficaz
para o ensino da leitura.
NEURÔNIOS EM ATIVIDADE
O neurocientista Stanislas Dehaene em
congresso na França. Há 20 anos, ele estuda o impacto dos números e das letras
no cérebro (Foto: divulgação)
ÉPOCA
– O que suas pesquisas sobre o impacto da leitura no cérebro revelaram?
Stanislas Dehaene – Constatamos que
nosso cérebro aprendeu a ler a partir de uma reciclagem dos neurônios. Isso
quer dizer que neurônios usados na leitura antes eram empregados em outro tipo
de tarefa. Nosso cérebro de primata não teve tempo de amadurecer para aprender
a ler. A leitura só foi possível porque conseguimos adaptar os símbolos a
formas já conhecidas há milhares de anos. Diferentemente do que disse John
Locke, nossa cabeça não é uma página em branco pronta para aprender qualquer
tipo de coisa. Esse é um exemplo de como a cultura se adaptou às possibilidades
de nossa mente. Concluímos que a leitura despertou em nosso cérebro a
capacidade de perceber diferenças sutis e aumentou nossa capacidade de
memorizar informações. É interessante observar que o cérebro mobiliza a mesma
área para a leitura de qualquer idioma. O processamento da leitura do chinês ou
do hebraico, da direita para a esquerda, acontece na mesma região que
decodifica o inglês, o francês e o português.
ÉPOCA
– O senhor disse que a leitura usou uma parte do cérebro antes destinada a
outras funções. Que funções eram essas e o que aconteceu com elas?
Dehaene – Antes de aprendermos a
ler, usávamos essa parte do cérebro para reconhecer formas de objetos e de
rostos. Se você escanear o cérebro de pessoas que não leem e comparar com as
alfabetizadas, a identificação de rostos para as iletradas mobiliza uma parte
maior do cérebro que a mesma função nas alfabetizadas. Existe certa competição
de competências na mesma região do cérebro. É como se ele tivesse de abrir
espaço para a leitura.
ÉPOCA
– Isso quer dizer, nesse exemplo, que o cérebro letrado passou a usar um número
menor de neurônios para a mesma função? Isso tem impacto na qualidade da
função?
Dehaene – Não temos provas
científicas de que ocorra perda de competência. Um mesmo neurônio pode ter um
número desconhecido de sinapses, de acordo com o estímulo do ambiente. Mas essa
é uma suposição lógica. Afinal, temos de dividir um mesmo número de neurônios
em várias atividades. Nosso grupo de pesquisas na Amazônia mostrou que o
cérebro de pessoas que não leem tem habilidades relacionadas à noção espacial e
de matemática muito avançadas. Não temos dados científicos que provem que eles
sejam melhores nessas tarefas porque não leem. Mas essa é uma possibilidade.
ÉPOCA
– De que forma suas descobertas podem auxiliar no processo de educação?
Dehaene – Verificamos, por meio de
várias experiências, que o método mais eficaz de alfabetização é o que
cha-mamos fônico. Ele parte do ensino das letras e da correspondência fonética
de cada uma delas. Nossos estudos mostraram que a criança alfabetizada por esse
método aprende a ler de forma mais rápida e eficiente. Os métodos de ensino que
seguem o conceito de educação global, por outro lado, mostraram-se ineficazes. (No
método global, a criança deve primeiro aprender o significado da palavra e,
numa próxima etapa, os símbolos que a compõem.)
Jogos simples de leitura, de rimas
e de troca de sons podem ajudar crianças com dislexia a ler
ÉPOCA
– No Brasil, o construtivismo, que segue as premissas do método global para a
alfabetização, é amplamente disseminado. Por que os sistemas que seguem o
método global são ineficazes?
Dehaene – Verificamos em pesquisa
com pessoas de diferentes idiomas que o aprendizado da linguagem se dá a partir
da identificação da letra e do som correspondente. No português, a criança
aprende primeiro a combinação de consoantes e vogais. A próxima etapa é
entender a combinação entre duas consoantes e uma vogal, como o “vra” de
palavra. Essa composição de formas, do menor para o maior, é feita no lado
esquerdo do cérebro. Quando se usam metodologias para a alfabetização que
seguem o método global, no qual a criança primeiro aprende o sentido da
palavra, sem necessariamente conhecer os símbolos, o lado direito é ativado.
Mas a deco-dificação dos símbolos terá de chegar ao lado esquerdo para que a
leitura seja concluída. É um processo mais demorado, que segue na via contrária
ao funcionamento do cérebro. Num certo sentido, podemos dizer que esse método
ensina o lado errado primeiro. As crianças que aprendem a ler processando
primeiro o lado esquerdo do cérebro estabelecem relações imediatas entre letras
e seus sons, leem com mais facilidade e entendem mais rapidamente o significado
do que estão lendo. Crianças com dislexia que começam a treinar o lado esquerdo
do cérebro têm muito mais chances de superar a dificuldade no aprendizado da
leitura.
ÉPOCA
– É possível quantificar esse atraso de leitura que o senhor menciona?
Dehaene – Quanto mais próxima for a
correspondência da letra com o som, mais fácil para um indivíduo automatizar a
ação de ler. Português e italiano são idiomas muito transparentes, pois cada
letra corresponde a um som. Inglês e francês são línguas em que a
correspondência de sons pode variar bastante. Pesquisas mostram que, ao ter
aulas regulares, todos os dias, na escola, a criança leva dois anos a mais para
dominar o inglês que para dominar o italiano.
ÉPOCA
– É possível identificar diferenças no cérebro de quem consegue ler palavras e
frases, mas tem dificuldade na interpretação de textos (no Brasil, eles são
conhecidos como analfabetos funcionais) em relação a alguém que lê e interpreta
o conteúdo com fluência?
Dehaene – Não identificamos isso em
pesquisa de imagens. Mas a dificuldade que algumas pessoas têm de interpre-tar
o que leem ocorre basicamente porque elas ainda não automatizaram a decodificação
das palavras. Decodificar pede esforço para quem não tem essa função bem
desenvolvida. Isso mobiliza completamente a atenção e os es-forços de quem está
lendo, a ponto de não conseguir se concentrar na mensagem. A solução para
melhorar a in-terpretação de texto é automatizar a leitura. Por isso, é
importante que crianças pequenas leiam de forma regular até que isso se torne
uma rotina. As crianças começam a interpretar textos com eficiência depois que
a leitura se torna um processo automatizado.
ÉPOCA
– Aprender a ler partituras tem o mesmo efeito para o cérebro que ler palavras?
Dehaene – As áreas do cérebro
usadas para ler letras não são exatamente as mesmas usadas para decodificar
mú-sica. Não há muitos estudos sobre a parte cerebral usada no aprendizado de
música. Mas há diversas pesquisas sobre o efeito da música na vida das
crianças. Crianças que aprendem música desenvolvem habilidades escolares
avançadas, especialmente no domínio da leitura. Elas têm mais facilidade para
se concentrar. Aprender música aumenta os níveis de inteligência (Q.I.).
Aprender música é uma forma excelente de desenvolver o cérebro, espe-cialmente
o de crianças.
ÉPOCA
– Pessoas com dislexia leem de forma diferente ou apenas mais devagar?
Dehaene – Pessoas com dislexia tendem
a ter problemas com a conexão entre letra e som. É muito difícil para elas
entender essa ligação. Em parte, porque não podem distinguir muito bem as
diferenças dos sons da língua. Elas têm problemas com fonologia. Não com o som
de letras como a, b, c e d. Mas com o som da linguagem, como dã, bã e pã. Há
diferentes tipos de dislexia. Há pessoas que têm dificuldade em enxergar as
letras em determinados lugares da palavra ou em visualizar símbolos
específicos. O que os disléxicos têm em comum é a dificuldade em criar o mapa
dos símbolos e dos sons.
ÉPOCA
– Sua pesquisa pode ajudá-los de alguma forma?
Dehaene – Antes não era óbvio que a
maioria dos disléxicos tinha problemas com os sons da linguagem. Agora que
sabemos disso, começamos a trabalhar com jogos de reabilitação com ótimos
resultados. É possível ajudar as crianças com dislexia com jogos de leitura, de
rimas ou brincadeiras de mudar sílabas. Pode-se brincar de trocar o som de
“bra” de Brasil por “dra” ou “pra”. Vimos que brincadeiras orais fáceis têm
facilitado o aprendizado.
ÉPOCA
– Que resultados esse tipo de exercício já produziu?
Dehaene – Constatamos com exames de
imagem que partes do cérebro não usadas em pessoas com dislexia passam a ser
exercitadas com esse tipo de atividade. Isso as ajuda a perceber os sons da
linguagem, o que é muito importante para o aprendizado da leitura. Para surtir
resultados, é importante aplicar esses jogos todos os dias, de forma intensiva.
ÉPOCA
– Se o cérebro dos disléxicos é organizado de forma diferente, isso sugere que
eles possam ter outras habilidades que alguém sem a dislexia não tem?
Dehaene – Essa é uma questão
interessante. Assim como há a possibilidade de perdermos algumas habilidades
quando aprendemos a ler, existe a possibilidade de o cérebro disléxico ter
facilidade com algumas áreas. Ainda faltam pesquisas para podermos constatar
isso. Mas estudos sugerem que o senso de simetria do disléxico pode ser mais
desenvolvido, e isso ajuda em matemática. Sabemos que há muitos disléxicos que
podem ser bons em matemática. Estudos sugerem que eles podem enxergar padrões
sofisticados com mais facilidade.
ÉPOCA
– Pode haver gênios em matemática que não sabem ler?
Dehaene – Isso é algo muito, muito
raro. Pode haver pessoas iletradas muito boas em cálculos. Mas elas não serão
gênios em matemática sem ler. Para avançar em matemática, a pessoa precisa
entender diferenças sutis num nível muito sofisticado. É justamente a percepção
dessas diferenças sutis que a leitura ativa no cérebro. Ler é uma habilidade
extraordinária que pode transformar o cérebro e prepará-lo para outros níveis
de aprendizado. Não dá para ir muito longe sem leitura.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Estudos de Neurociência aplicada à Aprendizagem Escola
"Neurociência" é um
termo guarda-chuva que engloba todas as áreas da ciência: biologia, fisiologia,
medicina, física, psicologia e que se interessam pelo sistema nervoso: sua
estrutura, função, desenvolvimento, evolução, e disfunções.
O que somos, fazemos, pensamos
e desejamos é resultado do funcionamento do sistema nervoso e sua interação com
o corpo, juntamente com a história de vida de cada um, a cultura, a sociedade,
e a genética fazem de nós o que somos, individualmente, como seres humanos, e
como animais racionais.
"Aprender é uma questão
de foco, organização e ritmo neural." - Marta Relvas
A Neurociência quando dialoga
com a Educação promove caminhos para o professor tornar-se um mediador do como
ensinar com qualidade através de recursos pedagógicos que estimulem o aluno a
pensar sobre o pensar. Entretanto torna-se fundamental para o professor
promover os estímulos corretos no momento certo para que o aluno possa
integrar, associar e entender. Esses estímulos quando emoldurados e aplicados
no cotidiano, podem ser transformados em uma aprendizagem significativa e
prazerosa no processo escolar.
A Neurociência aplicada na
Educação vem como um estudo a mais, e não como "receita de bolo" ou
uma "panacéia" de todos os males da Educação para serem curados pela
Neurociência. Não é uma teoria e nem tão pouco uma tendência pedagógica. É um
estudo científico de como o cérebro pode aprender melhor e guardar saberes.
A função do professor é
potencializar os cérebros na sala de aula. Aliás, no olhar neurocientífico, os
atrasados não existem, não existem pessoas que não aprendem. O que existe são
cérebros com ritmos neuronais, desejos e experiências diferentes e que recebem
os mesmos estímulos/ informações / conteúdos ao mesmo tempo e coletivamente na
sala de aula.
Quando mais aprendemos mais
conexões neurais formamos... Quanto mais estímulos mais aprendemos? Mito:
aprendizagem não está relacionada com quantidade de estímulos e sim com a
qualidade desses estímulos!!! Por isso não existe "nivelamento" de
aprendizagem, pois somos diferentes nos contextos biológicos, psicológicos,
emocionais, afetivos e sociais.
Existem comprovações
científicas que o cérebro sofre modificações ao longo de nossa existência. E
isso tem a ver com a capacidade de formações de novas conexões neurais.
Nascemos em média com 88 bilhões de neurônios e cada neurônio tem uma
capacidade de produzir milhões de novas conexões, quando estimulados
desenvolvem uma capacidade denomina-se plasticidade neural/ cerebral, ou seja, quando
o funcionamento do sistema motor e perceptivo sofrem estímulos baseados em
mudanças no ambiente, através da conexão e (re) conexão das sinapses nervosas.
Somos o que vivenciamos,
experimentamos e pelo que lembramos - Marta Relvas
Aprende-se com o cérebro, e
todas as ações perpassam como um filme na máquina fotográfica, ou comparando a
um hardware, onde vários softwares são "rodados" por meio de impulsos
elétricos, e pela centelha dos afetos ou desafetos existentes e recebidos ao
longo de nossas vidas.
O cérebro sozinho não possui
função nenhuma, ele só estabelece um funcionamento quando em conjunto com
outros sistemas se interconectam, recebem e respondem aos estímulos para
realizar um potencial de atividades elétricas e químicas.
A forma de aprender está
relacionada ao recebimento de estímulos que são captados pelos sentidos,
considerados fiéis escudeiros e selecionadores, chamados canais sensoriais.
Esses estímulos conhecidos como informações (som, visão, tato, gustação,
olfação) chegam ao tálamo que é uma estrutura no cérebro que tem a função de
receber esses estímulos e reenviá-los para áreas específicas que são
responsáveis na elaboração, decodificação e associação dessas informações. O
tálamo funciona como um "aeroporto" e junto com o hipotálamo, as
amígdalas cerebrais (responsável pela emoção), e o hipocampo (responsável pela
memória de longo prazo), promovem as lembranças e a aprendizagem significativa.
É fundamental destacar a
função da escola, pois transmite valores e idéias que servem como espelho da
sociedade em que se insere, mostrando sob qual código ético se tecem as
relações intersubjetivas e intrassubjetivas. Representam também a cultura no
espaço e no tempo físico em que a criança permanece fora de seu lugar primordial,
a família.
É importante o educador estar
atento a estas questões, pois a escola necessita junto com a família preparar
para os enfrentamentos dos desafios da vida profissional, pessoal e emocional.
Aprende-se com a cognição, mas
sem dúvida alguma, aprende-se pela emoção, o desafio é unir conteúdos
coerentes, desejos, curiosidades e afetos para uma prazerosa aprendizagem.
(Marta Relvas)
O cérebro é provavelmente o
órgão mais fascinante do corpo humano. Ele controla tudo, da respiração até as
emoções e inclusive o aprendizado.
Se você é professor e
educador, conhecimentos básicos da Neurociência são essenciais para seu
trabalho, já que seu objetivo é proporcionar aprendizagem a seus estudantes e,
de preferência, da forma mais otimizada possível.
Profa. Dra. Marta Relvas
Palestrante, Conferencista e
Consultora na área de Neurociência Aplicada à Aprendizagem Cognitiva e
Emocional no Desenvolvimento Humano. Bióloga, Neurobióloga, Psicopedagoga,
Psicanalista, Pós graduada em Anatomia Humana, Especialista em Fisiologia
Humana, Bioética Aplicada e Didática do Ensino Superior. Pesquisadora na área
de Biologia Cognitiva e Aprendizagem e Membro Associada da Sociedade Brasileira
de Neurociência e Comportamento. Mentora e Professora do Curso de Pós Graduação
de Neurociência Pedagógica da Faculdade Integrada AVM-UCAM/RJ, ministrado as
disciplinas de Neurociência da Anatomia e Fisiologia Cognitiva e Emocional, e
Neurociência e Educação. Autora dos Livros: Fundamentos Biológicos da Educação
- desenvolvendo inteligência e afetividade na aprendizagem, editora WAK. 5°
edição. Neurociência e os Transtornos da Aprendizagem, editora WAK 5° edição.
Neurociência e Educação: Gêneros e potencialidades na sala de aula, editora
WAK.2° edição. Neurociência nas Práticas Pedagógicas, editora WAK , 2012.
Co-autora dos livros: Neuropsicologia e Aprendizagem para Viver Melhor -
Editora Científica; Luiza Elena Ribeiro do Valle, Sociedade Brasileira de
Neuropsicologia - editora Tecmedd,SP. Neuropsiquiatria Infância e Adolescência
- Abordagem Multidiscpilinar de problemas na clínica, na família e na escola.
Org. Eduardo L. Ribeiro, editora WAK,RJ. Como Aplicar a Psicomotricidade. Org.
Fátima Alves, editora WAK, RJ. Mídia em DVD - Neurociência e Aprendizagem
Escolar - editora WAK.
Artigo escrito para Jornal Diário Catarinense.
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/dc-na-sala-de-aula/pagina/artigos/
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A Mosca de Aristóteles (José Pacheco)
A escola herdeira do Iluminismo, a escola da afirmação da
Modernidade, já não existe - ela vegeta, agoniza. E arrasta na sua agonia
milhões de jovens condenados à ignorância e à exclusão.
Entre o aparecimento
da lousa de ardósia e o da lousa digital distam séculos. Nesse longo hiato, a
escola pouco, ou mesmo nada, mudou. Apenas terá mudado o tipo de material
utilizado na fabricação da lousa.
Oitenta por cento dos
jovens internautas comunicam com outros, pedem ajuda e prestam ajuda, em chats,
emails, em múltiplas plataformas online. Num tempo em que importa mais que
seja o aluno a esforçar-se, para descobrir realidades, do que uma
"realidade" ser comunicada por um professor, quantos desses jovens
comunicarão com os professores através da Internet?
Num tempo em que a
prática da escrita da letra cursiva vai sendo abandonada, muitos docentes
obrigam os seus alunos a um gasto significativo do tempo escolar no exercitar
da letra cursiva, para que - segundo afirmam - os seus alunos tenham "uma
caligrafia perfeita". Talvez se inspirem em Steve Jobs, que, quando passou
pela universidade, apenas quis aprender... caligrafia.
Jardins de infância
precocemente escolarizam a infância, instituindo rotinas, nas quais todas as
crianças devem começar a dormir ao mesmo tempo, ainda que não tenham sono (e,
frequentemente, "embaladas por crews, sertanejos e bandas sonoras de
novelas...).
À revelia das
descobertas da cronobiologia, as escolas mantêm rituais de horário fixo, como a
hora de entrar e de sair, ou os cinquenta minutos de uma aula, que quase ninguém
sabe explicar por que são cinquenta... E, entre dois toques de sirene, se
anuncia que todos poderão ir ao recreio, ao mesmo tempo. Venho suspeitando de
que existe alguma analogia entre o banho de sol dos presidiários e o recreio
dos alunos... Ao mesmo tempo, todos deverão estar olhando a nuca do colega da
frente. Ao mesmo tempo, todos devem merendar, todos devem fazer xixi no mesmo
período de tempo.
Já alguém se
prerguntou se terá sido sempre assim? Desde o século XVIII, não existe sequer
uma teoria que sustente o modelo de escola, que, no nosso tempo, ainda é
hegemónico.
A escola herdeira do
Iluminismo, a escola da afirmação da Modernidade, já não existe - ela vegeta,
agoniza. E arrasta na sua agonia milhões de jovens condenados à ignorância e à
exclusão. A par da família, a escola não se adaptou aos novos tempos. Hoje, é
matriz oculta do insucesso escolar e social.
Permiti que cite dois
mestres. João Guimarães Rosa, que disse que mestre não é quem sempre
ensina, mas quem de repente aprende. E Claude Lévi-Strauss, que acertou quando
escreveu que sábio não é aquele que fornece as verdadeiras respostas, é
aquele que faz as verdadeiras perguntas. Aqueles que, interrogando-se, se
libertam de preconceitos e soluções convencionais conseguem compreender que a
escola dita tradicional deverá ser demolida, e que, com o material da
demolição, se poderá construirá uma nova educação. Sem esquecer que quando se
alcança um determinado objetivo de projeto, o mundo já mudou de novo, e que
todos os projetos humanos estão em permanente fase instituinte.
O sistema mais antigo
de classificação de seres vivos que se conhece deve-se ao filósofo grego
Aristóteles, que classificou e descreveu todos os organismos vivos então
conhecidos.
Conta-se que
Aristóteles deixou registado ter a mosca doméstica oito patas. Ao longo de
muitos séculos, os copistas reproduziram a aristotélica asserção até que alguém
se atreveu a desafiar a autoridade científica de Aristóteles e verificou que a
mosca tem seis patas.
Quando chegará o tempo
em que os protagonistas do absurdo modelo de escola, que ainda temos, se
decidirão a contar as patas de uma mosca?
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
terça-feira, 31 de julho de 2012
E O CÉREBRO REINVENTA...
Há muito tempo desisti do ‘quadro de
giz’. Língua Portuguesa e Literatura podiam ser reinventadas. Apresentá-las
paulatinamente aos aprendentes tinha que acontecer em outra dimensão, de outro
jeito e, principalmente, com outros objetivos. Duas palavras borbulham em minha
mente tal e qual um mantra: ritmo e repetição. Depois de compreendido o contexto
de onde vêm meus aprendentes, ritmo e repetição são minhas palavras de ordem.
Mas como (me) reinventar? Como ativar
essa engrenagem de sentidos em práticas mais prazerosas sem perder
significância em meio a cada etapa do ensino e da aprendizagem? Só tenho uma
opção: fazer diferente. E fazer
diferente era me articular com outras formas de ensinar, outros recursos,
outros olhares sobre meu aprendente; fazer diferente era provocar mutações em
mim, em minha formação e, por consequência, em minha sala de aula.
Primeiro movimento: entender a dinâmica
intrínseca da minha sala de aula. Ai eu reconheci que o tempo de aprendizagem
deve ser usado (e organizado) de outra maneira: eu precisava causar surpresas,
sustos, estranhamentos. Então segundo movimento: por motivação, ritmo e
repetição, a aula precisava se articular dentro de práticas cujos resultados
fossem descobertas variadas e a produção de novas conexões cerebrais e mentais
em torno dos conteúdos. Mais do que quantificar era preciso qualificar as
mentes curiosas para aprender, ainda que não se percebam assim.
Ainda hoje em dia, diante de um
educador encontram-se mentes com potenciais de ação inimagináveis e que, por
isso, demandam transformações nas estruturas de ensino. Ainda hoje em dia,
diante de um educador encontram-se 86 milhões de neurônios cheios de informação
e totalmente interconectados esperando estímulos (excitações) que empreendam
dinâmicas neocorticais (sinápticas) variadas. Estes estímulos (desafios, atividades
individuais, trabalhos em grupo e/ou dinâmicas) são importantes para nutrir,
tonificar e fortalecer os cérebros de maneira a prevenir, ampliar e resgatar capacidades
e habilidades mentais; além disso, entram em perspectiva com as expectativas
discentes porque são sentidas como mais agradáveis, reais e focadas em seus
contextos pessoais ou intelectuais.
Ao rompermos com conjuntos estáticos
de comportamentos com a crença de que ‘sucesso do passado deve ser
reproduzido’, ou ao rompermos com a estrutura tradicional de ministrar aula,
rompemos com a linearidade do pensamento, rompemos com as zonas reflexivas de
conforto (exercícios descontextualizados) e rompemos com determinadas
desconcentrações, desatenções e indisciplinas. É uma questão do timing perceptivo docente.
Numa turma de 2º ano, do ensino médio,
à noite, eu tenho 32 alunos frequentes. Em sua maioria, rapazes. Desde o início
do ano letivo, eu percebia forte indiferença com a Literatura, além de grande
dificuldade com a Língua Portuguesa. Enquanto outras turmas de 2º ano iam muito
bem, esta turma teve primeiras avaliações muito ruins. Ai era a minha vez de
pensar: o que fazer? como promovê-los?
Passei um fim de semana pensando. Eu
não tinha feito um link com esses
cérebros. Minhas práticas não foram pertinentes. Eu tinha a afetividade
(sistema límbico) equilibrada, mas não alcançara o patamar do neocórtex de
maneira que eles aprendessem para a vida, para a vivência autônoma da própria
subjetividade em outros ambientes. Era então preciso influenciar o sistema
nervoso diretamente e provocar a evocação mnemônica pessoal de maneira mais
contundente. Era preciso mudar o comportamento cognitivo. Mas antes, eu
precisava mudar.
No domingo, sem conseguir concentração
para leitura, deixei a TV no canal MTV e fiquei vendo clipes de músicas. De repente, tive um insight: todos gostam de música! Cada clipe conta uma história. A
partir dessas historias posso trabalhar fundamentos da literatura e língua
portuguesa. Mas como seria a dinâmica? Com a música, eu atingiria os 05
sentidos, modificaria os ritmos intrínsecos dos cérebros e atingiria emoções
apropriadas, memórias e certos comportamentos. Além disso, segundo Lent, ao ser estimulado e dependendo do ambiente,
o cérebro se reorganiza, se adapta e aprende. Mas como?
Bem, pensei muito e fiz o seguinte: ao
final da aula, apresentei a ideia sobre os clipes e pedi que trouxessem, em
DVD, clipes de HIP-HOP que contivessem uma história, ou seja, clipes cujas
letras das músicas fossem representadas por histórias. Eles ficaram animados,
perguntaram mil coisas e de repente eu tinha muito material para escolher. Meus
cérebros estavam atentos, participativos e ansiosos pelo que eu faria. Separei
aleatoriamente os clipes e levei na semana seguinte.
Interessante como a presença de
material eletrônico em sala já dá um up
à futura dinâmica. Eles se interessam, olham, se aproximam e se oferecem para
ajudar a ligar tudo: eles mexem em tudo sem medo. Depois de um tempo percebo
que não há o ‘entra-e-sai’ de sala porque a perspectiva de algo diferente e a
curiosidade são tão grandes que o ‘fora-de-sala’ é esquecido. Meus cérebros
estão em plasticidade total e, segundo Lent, respondendo positivamente aos
estímulos do ambiente não apenas com
alterações funcionais imediatas, mas também com alterações de longa duração,
algumas das quais podem se tornar permanentes.
Eles montaram tudo. Eu os deixei
sentar em qualquer lugar, mesmo em cima da mesa. Ações iniciais: eles viram
cada clipe e anotaram (descreveram) que historias foram vistas (narradas). Eles
viram 08 clipes. Depois troquei todas as anotações e pedi que completassem a
história do colega com detalhes esquecidos, se fosse o caso (dissertação e
argumentação). Ai ‘destroquei’ tudo e pedi, oralmente, que separassem alguns
elementos a partir de seguintes perguntas: onde aconteceu, com quem aconteceu,
quando aconteceu, como aconteceu (elementos da narrativa). A partir disso
discutimos alguns clipes (valores, ética, perda) e pedi que refizessem os
finais de dois clipes a escolher (escrita e interpretação). Ao final apresentei
os elementos da narrativa e expliquei o que é texto (tipos de) e suas formas de
interpretação.
Na aula seguinte, aproveitamos as
escritas e trabalhamos o substantivo, o adjetivo, o artigo e alguns pronomes
(classes de palavras). Menos classificação e mais compreensão sobre a
participação dessas classes de palavras nos sentidos que queremos dar aos
nossos pensamentos. Ao final do trabalho e até hoje escuto: “e ai professora,
vamos fazer algo diferente hoje?” Ou “poxa professora, entendi muito melhor
agora o que é interpretar, é difícil mesmo né?” Ou ainda ‘não perco mais suas
aulas, sabe-se lá o que vai acontecer?”
Estou satisfeita, porém o movimento de
transformação (e inovação) não pode mais retroceder: não posso mais me dar ao
luxo de perder esses cérebros para o nada; preciso continuar ‘antenada’ e
manter a motivação, o ritmo e a repetição. As mudanças geraram novas
necessidades de aprender, de conhecer, de entender outros assuntos; e geraram também
confiança para perguntar o que quer que fosse. Estavam motivados! E por que, de
repente, essa motivação?
A dinâmica abriu espaço para que eles
se apresentassem como seres pensantes reais, proporcionou abertura para
criatividades cognitivas objetivas e melhoria nos relacionamentos
interpessoais. O desenvolvimento da atividade gerou reflexos positivos no
contexto da sala de aula e aumento das capacidades verbal, auditiva e visual da
maioria dos aprendentes. Minha sala de aula estava emocionada!
Faço minha então, a questão que
levanta Lent: não é a educação a prática
social que objetiva mudar as pessoas, capacitá-las a realizar tarefas e
comportamentos, ensiná-las a executar operações mentais sofisticadas e
complexas e viver em sociedade segundo normas vantajosas para as coletividades?
SIM! Então, um bom meio para isso é fortalecer o sistema atencional do
aprendente com práticas desafiantes cuja repercussão seja uma forte alteração
cerebral e o uso pleno das funções cognitivas em geral.
A mudança de ritmo da sala e a
repetição de atividades diferentes vão incorporando outros hábitos à cognição
discente, o que gera eficiência no tratamento dos desafios seguintes. É afetar
o corpo caloso no meio dos hemisférios cerebrais e energizar a mielinização das
sinapses. É entender que para aprender, é preciso prestar atenção. E pode-se
aprender a prestar atenção.
Hoje realmente outra questão me
incomoda: por que tantas reclamações sobre a superficialidade das cognições de
nossos alunos? Se esta suposta superficilidade for um fato, qual é o papel do
professor hoje? Só reclamar? Eu reconheço que há outros senões embutidos nessas
reclamações, mas será que há disposição para mudar e assim criar um clima melhor
na sala de aula, quiça na escola? Eu não sei. Isto demandaria outra análise
séria. Porém acredito que seja preciso outras posturas profissionais diante do
outro que se desconhece e que está ali, na escola, na expectativa de aprender
ou de ser (fazer) diferente.
Mesmo hoje em tempos líquidos, mais
velozes, de forte integração das novas tecnologias virtuais, continuamos
recebendo aprendentes em nossas escolas. Aprendentes com características
cognitivas diferentes? É, pode ser, esta é uma discussão que vai longe, mas são
aprendentes, estão dentro da escola e precisam aprender a aprender para fazer,
ser, conhecer e conviver em sociedade. E ai ao professor não cabe se isentar
deste processo: somos muito importantes sim!!!!! Só que precisamos remodelar
nossas práticas diante dos ‘novos’ alunos e seus ‘novos’ comportamentos em
geral.
Profa Ms Claudia Nunes
LER ON E OFF 'LIFE'
Estou de férias. Hora de guardar as
rotinas e criar outras mais leves, animadas e imperfeitas. Isso! Férias é o
momento das imperfeições, de agir ao sabor de um estalo e de acordar quando os
olhos se cansam de estar fechados. Sem muitas regras ou horários, temos o
direito de nos desconcentrar e agir realmente nas incertezas do puro prazer,
mesmo que isso signifique fazer nada. Nada é um palco de maravilhosas orgias
mentais.
Estou em férias e só penso nas
leituras que posso fazer. Ler é o meu descanso, meu devaneio, minha forma de
limpar o cérebro. Este é o período das escolhas avulsas e despretensiosas. Não
há um fim, o prazer está no meio ou nos meios. E nisso minha estante está
repleta. Muitos livros sem ler. Muitos livros guardados na esperança de um
toque. É bom não saber o que escolher com tantas escolhas à frente. Em férias
mexo em todos os meus livros. Todos têm histórias, marcas, importância. E fico
embalada por qualquer leitura que me faça feliz.
Em férias, estou com o cérebro aceso,
atento e em expectativa: que mundos vai conhecer? que cenas irá vivenciar? que
informações lhe encantarão e modificarão? Porque é isso: a leitura prazerosa
acelera as conexões neurais e garante a contínua relação entre neurônios,
pensamentos e emoções. Ou seja, a leitura é o exercício de adaptação cerebral e
de transformação pessoal de qualquer sujeito. Ai sem querer, eu me pergunto: o
que aconteceu com esse cérebro do impresso ao virtual? Será que há a mesma
funcionalidade / plasticidade quando relacionado com as letras, cores e imagens
em ambiente virtual? Eu acredito que sim.
A leitura carrega uma energia
hipertextual porque conecta o cérebro em múltiplos pontos de força. Em input e/ou
por output, os sistemas cerebrais são transpassados por informações gráficas,
sequenciais, sonoras e textuais complexas e ininterruptas. Tudo o que
sempre se fez no campo do imaginário, agora é realizado em âmbito virtual e
velozmente. É outro processo de assimilação, associação e armazenamento
eletroquímicos. São hipotálamos com outros tipos de controle mnemônico. São
novas habilidades corticais e emocionais envolvidos na ideia de sobreviver, se
integrar e colaborar com uma realidade cheia de possibilidades.
Estou de férias e penso: que cérebro é
esse que chegou e se adaptou tão rapidamente às ações do ambiente virtual? É um
cérebro cujos centros visuais estão em excessiva atividade. É um cérebro que
exige mais occitocina, serotonina e adrenalina para realizar diferentes
atividades em tempo record. E é um
cérebro com infovias neurais mais densas e largas à passagem de informações e o
acontecimento da aprendizagem. Mas o tempo é curto e a atitude sináptica,
diante do tempo curto, é impressionante. Ler aqui é uma ação da prática, e não
reflexiva. Ler aqui é uma ação de uso, e não mais uma sugestão estimulante de
um potencial.
É verdade que o cérebro se adapta a
quase tudo, mas, ao se adaptar, ele se desapega (descarta?) de memórias
anteriores e de algumas habilidades. É a limpeza a qual mencionei antes. As
experiências se sobrepujam e o mais interessante é o que as constroem hoje e
não o que se pretende com as mesmas amanha. Neste sentido, com a velocidade de
apreensão imprimida, muito das capacidades neuronais são consumidas e sobra
pouco para outras habilidades, ou mesmo, dificulta muito o acontecimento de
operações mentais muito importantes ao cotidiano como interpretar, analisar e
argumentar.
Hoje, em férias, reconheço que os
sujeitos sempre transitaram entre dois mundos: o online e o offline. E
ambos difíceis de se linkar porque demandam do cérebro, forças neuronais
associativas muito intensas em pouco tempo. Entre nativos e imigrantes
digitais, esta é a diferença. Daí ler e entender o significado da leitura serem
atos tão problemáticos, quanto os primeiros momentos em que se aprende a andar
de bicicleta. Há desgoverno, desequilíbrio, estranhamento e várias quedas. É um
processo de adaptação cerebral cuja realização gera mutações, por exemplo, nas
atenções e ações dos hemisférios cerebrais. Andar de bicicleta e aprender a ler
requerem ajustes profundos na natureza, no imaginário e no pensamento humano.
Começo a pegar e ler partes de livros
sobre novas tecnologias e outros sobre neurociências. A informação rápida
(informática) realmente modificou nossas memórias biológicas, sociais,
históricas e afetivas. Estamos sob os efeitos das tecnologias digitais e
virtuais em todos os espaços do cotidiano. E isso, de um lado estende nossas
possibilidades de alcançar múltiplas informações, de estabelecer contatos e de ampliar
nossos campos de ações profissionais; mas de outro, podem comprometer a atenção
e a concentração, criar desentendimentos sobre o que é a realidade e estimular
uma dependência tecnológica cujas áreas da saúde e da psicologia são
constantemente acessadas.
Em alguns livros, cheguei a ler que
mais do que na Era da informação estamos na Era da Ansiedade. Mas o que isso
tem a ver com a leitura? Ora se os cérebros estão modificados ou estão se
modificando ao sabor das escolhas on ou off ‘life’, ler é algo que a chamada ‘geração
Y’ faz de outra forma, noutra dimensão e a partir de uma realidade
completamente diferente, e essa relação, cérebro e realidade, será mesmo muito
diferente.
Estou de férias e com o cérebro quase
queimando. Que leituras podem despertar o prazer de ler? que textos podem
estimular neurônios tão recheados de informações adversas sobre si mesmo? que
cérebros são esses que estão comigo o ano todo na expectativa de aprender a ler
e a escrever sem angústias ou baixa auto-estima? No meu caso, são cérebros em
conflito, em busca de identidade e se experimentando sem regras em diversos
ambientes; são cérebros usando novas tecnologias com menos afetividade e mais
praticidade e lucro fácil; são cérebros imersos em mundos imaginários (e
virtuais), se criando em avatares cujas ações são controladas apenas pelo
próprio desejo, pelo mouse e pelo teclado do computador; são cérebros
experimentando manejos emocionais diferentes porque o córtex parietal está com
os sentidos disfuncionais; e são cérebros em processo de reestruturação mental
em solidão.
Conclusão: ler é muito difícil porque
requer operações mentais complexas e contínuas que, no processo evolutivo, não
foram aprofundadas. E sem resolver este problema, viver-se-á para sempre esta
Era da Ansiedade cujas emoções pessoais estão cada vez mais flutuantes e
desconexas. O melhor dos mundos? O convívio com sujeitos equilibrados e com
múltiplas habilidades corticais voltadas para o bem de todos e do meio
ambiente. O pior dos mundos? Hoje!
Férias é um tempo conturbado e cheio
de surpresas!
Profa
Claudia Nunes
terça-feira, 22 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
NEUROCIÊNCIA: rota alternativa
Hoje vi uma
reportagem em que uma mulher passara 36 anos num hospital por causa de uma
paralisia infantil e, ainda assim, escrevera um livro. Ela escrevera com a
boca! Naquela cama desde bebê, ela aprendera a ler e a escrever, fizera cursos
de história da arte e, agora, realizara seu maior sonho: escrevera e publicava
um livro, seu livro! Eu fiquei comovida com tudo isso e pensei: isso é
aprendizagem!
Em algum
momento, ela se conformou com sua condição e resolveu superar suas emoções mais
negativas ‘acontecendo’ em outros setores e dando sentido a vida. Lógico que
percebi que havia pessoas ao redor, ninguém se mantém equilibrado, numa
situação dessas, sem suportes, ajudas, paciência e colaboradores. É um cérebro
especial!
O processo de
aprendizagem requer multitarefas, multidisciplinas, multiatenções, muita gente (profissionais
também) por perto, oferecendo ferramentas de equilíbrio, autoestima e uma crença
forte em processos autônomos neurais e químicos, senão serão estímulos sem
significados reais. É possível integrar (colocar no grupo) e incluir (dar
atividade e criar autonomia) com respeito e cautela.
Mesmo cérebros
requisitados pelas intempéries da vida, o potencial de ação neural voltado para
aprendizagem, memória e atenção é inigualável e emocionante. Olhando aquela
mulher pensei muito em ‘ensinagens’; pensei muito em atividades e projetos
didáticos; e pensei em aprendentes com cérebros altamente capazes de captar e
armazenar uma quantidade infinita de informação, nos dias de hoje. Mais do que
nunca as escolas precisam estar atentas às descobertas da neurociência de
acordo com o que Lent (2001, prefácio) sugere: atentas à necessidade de integrar as contribuições das diversas áreas da pesquisa
científica e das ciências clínicas para a compreensão do funcionamento do
sistema nervoso de forma a entender, valorizar e respeitar às diferentes
maneiras de aprender. Afinal, aprende-se
com o cérebro (RELVAS, 2012, p.16)
Famílias e escolas
estão muito aflitas com a crescente percepção de que as dificuldades de
aprendizagem estão prejudicando a inserção dos aprendentes no cotidiano
escolar, social e profissional. Ainda que não haja uma receita para minimizar
estas dificuldades, segundo Relvas (2012, p.16), “a neurociência quando dialoga com a educação promove caminhos para o
educador tornar-se um mediador do como ensinar com qualidade por meio de recursos
pedagógicos que estimulem o estudante a pensar sobre o pensar”. E o
conhecimento do funcionamento do cérebro tornou-se muito importante às práticas
docentes em geral e hoje em dia.
É preciso sair
da forma de fôrma tradicional e realmente saber como os aprendentes aprendem. É
a possibilidade da conquista da eficiência (qualidade?) pedagógica. Mas por
onde começar? Eu penso na formação de professores e no oferecimento de mais formações
continuadas. Ambas são necessidades previstas pela LDB nº 9.394/96 para os aprendentes com necessidades especiais.
Mas será que só se pode pensar em entender o cérebro de aprendentes com
necessidades especiais? E aqueles com necessidades especiais sociais,
culturais, emocionais, profissionais, pessoais? E os chamados ‘normais’? Segundo
Fonseca (2008, p.07), todos precisam
“aprender a refletir, a raciocinar, a utilizar estratégias de
resolução de problemas (...) melhor e de forma diferente e flexível [ou seja],
todo estudante tem o direito de desenvolver ao máximo o seu potencial
cognitivo...”
Logo, “conhecer e entender o processo de aprendizagem e do comportamento
tornou-se um grande desafio para os educadores” (RELVAS, 2012, P.17). E aquela mulher deitada por anos,
aprendendo, produzindo, vivendo, sorrindo, me encheu de esperança e de questionamentos
sobre o mundo dos ‘normais’ aprendentes que não estão aprendendo e que parecem
se esconder das aprendizagens por múltiplos motivos conscientes ou não.
Os
ditos ‘normais’ têm perfis especiais e precisam ser respeitados. São cérebros
com seus sistemas nervosos, límbicos (emocionais) e endócrinos em preparo, em
potencia, porosos, esperando os estímulos que os façam trabalhar em ritmo
constante até alcançarem o conhecimento. Neste sentido, as diferentes áreas do
saber precisam envolver estes encéfalos com mais especializações e alcançar
intensas transpirações cognitivas.
“É fundamental que os educadores
conheçam as estruturas cerebrais como ‘interfaces’ da aprendizagem e do
comportamento para a ininterrupção do desenvolvimento e que seja sempre um
campo a ser explorado” (Relvas, 2012, p.20). Ou seja, todos são (somos) aprendentes
com o cérebro e seus movimentos neuroplásticos.
Para
além das novas tecnologias virtuais, a chamada ‘neuropedagogia’ é a ‘nova onda
do Imperador’. Ela vem se integrando com mais facilidade aos recursos teóricos
possíveis de fazer professores e escola (re)sentirem as aprendizagens de seus
aprendentes com mais foco e proximidade. E é uma ciência democrática porque,
segundo Lent (2001), há muitas maneiras de ver o cérebro, como há muitas
maneiras de ver o mundo (...); tanto o sistema nervoso quanto o cérebro em
particular, “pode ser estudado de várias
maneiras, todas verdadeiras e igualmente importantes” (p.03). Logo, “se nós, humanos, temos um cérebro com
estruturas cognitivas evoluídas em relação aos outros animais, um neocórtex que
nos dá a propriedade de pensar, por que não utilizá-lo corretamente?”
(RELVAS, 2012, 21); por que não redimensionar sua utilização com práticas
inovadoras focadas na criação de conexões neurais mais criativas?
Segundo
Maria Irene Maluf[1]
em entrevista ao site Direcional Educador,
A aprendizagem, ou
seja, a aquisição de novos comportamentos, conhecimentos, competências,
habilidades e atitudes está intimamente ligada ao desenvolvimento e
funcionamento do cérebro, e por força das evidências irrefutáveis trazidas pelo
resultado das mais atuais pesquisas científicas e pelo uso da neuroimagem
funcional, essas duas áreas, a educação e a Neurociência, acabaram se
aproximando”.
E entender a aprendizagem,
também dos chamados ‘normais’, também passa por entender toda a funcionalidade
de um corpo que está íntegro em sala de aula, ainda que mantenha certas
disfunções alheias às vontades dos corpos docentes.
Olhando
aquela mulher em sua noite de autógrafos num hospital de São Paulo, acredito
que a neurociência pode introduzir instrumentos e estratégias às equipes
pedagógicas para que haja um diálogo mais preciso ou mais esclarecedor; para
que haja mais compreensão e incrementos frente aos conteúdos das diferentes
áreas do saber. É estudar, observar e praticar.
Diante
daquela mulher sorridente, numa cama durante 36 anos e se tornando escritora,
aceito o que Maria Ines Maluf afirmou: com as neurociências na escola, nos
planejamentos e nas relações de aprendizagem, se introduz novas cores
“às experiências
vivenciadas [pelos aprendentes] com o meio ambiente o que provoca a formação de
intrincadas redes neuronais, camadas de sinapses e profusão de
neurotransmissores que modificam as estruturas e o funcionamento cerebral, o
comportamento [cognitivo e social] e futuras trocas com o meio”.
É a
aprendizagem alterando as taxas de conexões sinápticas, afetando as funções
cerebrais em vários aspectos e revelando a importância do estímulo (e dos
desafios) como disparador do processo. É dar significância às especificidades
do funcionamento do cérebro bem antes de expô-los aos diferentes conteúdos. Se
neuropedagogia ou neuroaprendizagem ou ainda neurociência pedagógica não
importa. O que importa é apreender esse novo aspecto do olhar educacional sobre
o educando (aprendente) e assim possibilitar mais afetividade nas relações ou
proximidades pedagógicas.
Aquela
mulher chamou minha atenção, puxou por minha memória, afetou minha linguagem,
criou uma emoção forte e fiquei pensando (cognição): quais seriam os métodos
pedagógicos a se desenvolver para favorecer a aquisição de informações (aprendizagem)?
Difícil! Todos têm estilos ‘de aprender’ ou de ‘não-aprender’. E de novo Maria
Ines Maluf se apresenta: muitos educadores “frente
às [diferentes dificuldades] já procuram criar ‘dicas’, ‘links’ para vincularem
fatos novos com os conhecimentos já solidificados [nos cérebros aprendentes]”.
Tomara!
Eu
gosto de acreditar que muitos educadores já estejam linkados com algumas das teorias neurocientíficas e estejam
experimentando novas performances ou atividades aos seus aprendentes. Eu gosto
de acreditar que, em muitos casos, mesmo inconscientemente, muitos educadores
já estejam optando por otimizar seus trabalhos embasados em pesquisas e
sugestões vindas das neurociências, como criação de jogos de memória,
introdução de palavras, dramatização com emoções fortes etc.
Mesmo
na era da ansiedade, faz-se necessário “estabelecer
rotas alternativas para aquisição da aprendizagem, utilizando-se [além de
recursos tecnológicos] de recursos sensoriais como instrumentos do pensar e do
fazer” (RELVAS, 2012, p.19).
Tomara!
Referências:
FONSECA, Vitor da. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem:
abordagem neurpsicológica e psicopedagógica. 2ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes,
2008.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos
fundamentais de neurociências. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência na prática pedagógica. Rio
de Janeiro: WAK Editora, 2012.
Profa Claudia Nunes
[1]
Maria Ines Maluf é editora da revista Psicopedagogia da ABPp (Associação
Brasileira de Psicopedagogia) e coordena, em São Paulo, os cursos de
especialização em Neuroaprendizagem (parceria do Núcleo de Aperfeiçoamento
Profissional e Estudos Avançados em Dificuldades de Aprendizagem,
Psicopedagogia e Neuroaprendizagem e o Instituto Saber Cultura),
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