sexta-feira, 23 de agosto de 2013

COMPETÊNCIAS para o século XXI


As tecnologias estão cada vez mais presentes em sala de aula, o professor tem que se preocupar em preparar o aluno para ser atuante em um mundo em transformação e ajudá-lo a desenvolver competências específicas para o século 21. Mas quais seriam elas? Ninguém sabe ao certo. Não há embasamento às tantas listas que se observa por aí. Então o que oferecer às crianças e jovens de forma a terem mais qualidade e maior formação possível?
Intrigado com essa questão, um grupo de fundações pediu que ao National Research Council, uma organização norte-americana que faz pesquisas sobre temas importantes da sociedade para ajudar governos a desenharem políticas públicas, reunisse especialistas para definir quais são essas competências. Durante um ano, um comitê formado por educadores, psicólogos e economistas fez pesquisas sobre o que se espera que os estudantes alcancem nos seus ciclos escolares, nos seus futuros trabalhos e em outros aspectos da vida. O resultado, publicado no fim de julho no livro digital “Educação para a Vida e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do Século 21”, tenta dar nomes aos bois e ajudar professores e gestores públicos a prepararem os estudantes para o século 21. O download é gratuito.
De acordo com o estudo, o aprendizado que tanto se procura está relacionado à capacidade de aplicar o que se aprendeu em situações novas, o que os estudiosos chamaram de “transferência de conhecimento”. Isso significa, exemplificam os autores, que não basta o aluno aprender os conceitos matemáticos de média, moda e mediana, ele precisa conseguir usar o que aprendeu na sua vida. Essa habilidade de transferir o que se sabe, seja em circunstâncias da vida real, seja dividindo conhecimento com outras pessoas, ajuda os estudantes a desenvolverem as competências para o século 21.
Tais competências foram divididas em três grandes domínios. O primeiro deles é o cognitivo, que é aquele que envolve estratégias e processos de aprendizado, criatividade, memória, pensamento crítico; é o que está relacionado à aprendizagem mais tradicional. Segundo os autores, essa é a dimensão em que se tem uma oferta mais farta de pesquisas e, por isso, há claras evidências de que o bom desempenho nessa área traz bons resultados posteriores na vida do aluno.
Os outros dois domínios, muito menos estudados, são o intrapessoal e o interpessoal. O intrapessoal tem relação com a capacidade de lidar com emoções e moldar comportamentos para atingir objetivos. Já o interpessoal envolve a habilidade de expressar ideias, interpretar e responder aos estímulos de outras pessoas.
Os três domínios, no entanto, não são estanques. Existe uma interseção entre eles que envolve habilidades que podem estar em mais de um domínio. Veja a imagem a seguir:





Apesar da falta de pesquisas que ajudem a embasar as conclusões, sobretudo nos campos inter e intrapessoais, os especialistas apontaram que características relacionadas à consciência crítica, como ser organizado, responsável e dedicado ao trabalho, trazem resultados desejáveis na educação. Por outro lado, o comportamento antissocial acarreta resultados negativos.
Diante desse contexto, os pesquisadores alertaram para dois grandes desafios que deverão ser enfrentados. O primeiro deles diz respeito à falta de pesquisas, que atrapalha a criação de currículos e avaliações dos alunos. O segundo, que depende de novas abordagens no sistema educacional e políticas públicas específicas, é a oferta de capacitação de professores para que eles sejam capazes de criar ambientes favoráveis à troca de conhecimento.
Apesar de ainda serem necessários alguns estudos para pavimentar esse caminho, os pesquisadores dão seis dicas de atuação em sala de aula para que professores possam preparar o aluno para o século 21 – que começou há 12 anos.
1)   Procure usar representações variadas, como diagramas, representações numéricas e matemáticas, simulações;
2)   Encoraje uma postura questionadora e proporcione momentos em que os alunos possam expor o que sabem;
3)   Incentive os alunos a participarem de desafios; neste processo, seja um facilitador, dê feedback e os faça compreender seus próprios processos de aprendizagem;
4)   Ensine dando exemplos, citando casos; use, por exemplo, modelos de passo a passo explicando cada etapa;
5)   Prime pela motivação dos alunos, escolhendo temas que se conectem com suas paixões; incentive-os a resolver problemas, preste atenção na evolução de seus conhecimentos, muito mais que em suas notas;
6)   Use avaliações formativas em que o aluno é monitorado continuamente.


Fonte: UNIVERSIA

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