domingo, 29 de outubro de 2017

Pensando em DESIGN DE PROJETOS EDUCACIONAIS

Vamos pensar em design de atividades para o desenvolvimento de um projeto educacional? Sentada num quiosque na beira da praia, estou pensando nisso. Como desenhar novos movimentos para o desenvolvimento de um projeto de escola? Várias coisas atravessam minha mente, inclusive (pré)conceitos sobre como meus alunos vem aprendendo; e isso só complica tudo. Meus alunos estão à deriva do que chamamos ‘cultura brasileira’. Seus pontos de apoio são elementos culturais que lhes são apresentados no presente e dentro do seu contexto familiar e/ou social. Desculpem, mas seus olhares estão limitados demais por antolhos midiáticos e/ou tecnológicos; e assim vão crescendo e se desenvolvendo socialmente. Então como motivar essas mentes com desafios pertinentes à motivação da vontade aprender? Eu só vejo uma opção: projetos.
Trabalhar com projetos. E o design do projeto educacional é fundamental para um possível sucesso. Quais os primeiros passos? Levantamento dos temas mais interessantes (meus alunos são adolescentes) = conversar com os aprendentes diretamente. Anotar suas opiniões e argumentos. Importante escutar e reconstruir suas informações como caminhos e deles projetar passos para criação e desenvolvimento de atividades. Objetivo? Aprendizagem significativa / memória de procedimento. Em casa, diante do computador, as ideias são os pontos cardeais do design: novos caminhos para continuar aprendendo. E hoje li vários textos sobre design.
Quando oferecemos caminhos ao desenvolvimento cognitivo e emocional dos aprendentes, estamos possibilitando outras atividades e atitudes. Ponto de partida: a experiência visual. A geração adolescente atual ama imagens. Imagens geram mais foco, atenção e concentração. No processo de construção do design de um projeto oferecemos imagens, além de mais (e outros) movimentos ao corpo, à mente, ao pensamento, às emoções, às potencialidades etc. Segundo Alexandre Wollner (fundador do design no Brasil), “design é projeto”; logo podemos pensar como recompor territórios de aprendizagens com criatividade, interação e colaboração junto aos atores educacionais quando sugerimos e realizamos projetos. E imagem é tudo; é o princípio de tudo: imagem / imaginação.
Além de projeto, o design é uma forma de comunicar, de proceder, de agir, a partir de determinados princípios / valores com constante adequação às necessidades dos aprendentes. Tudo vai além do desenho (justificativa, objetivo, metodologia, avaliação): é uma proposta de releitura organizacional / educacional para motivar novos comportamentos sociais e visões de mundo. Para ser um designer de projeto educacional é preciso: 1- saber pensar diferente a partir de um contexto (motivo); 2- reconhecer o contexto (pesquisa) é fundamental; e 3- expressar esse contexto é sua razão.
Diferente da arte cuja interpretação é singular (depende da experiência e expectativa de cada um); um design de projeto educacional deve ser compreendido da mesma maneira por todo mundo: todos os aprendentes reconhecem que precisam realizar o projeto, mas, em grupo ou individualmente, podem realizá-lo de acordo com sua experiência e criatividade. Um design de projeto educacional precisa ser compreendido para ser ‘comprado’; e precisa sair da intenção e se realizar realmente ‘junto com’.
Em uma escola, os projetos demandam designers / designs realistas. Ou, como afirma Andrea Ramal, na escola, os projetos educacionais demandam professores como arquitetos cognitivos, “a) é um profissional; b) capaz de traçar estratégias e mapas de navegação que permite ao aluno empreender, de forma autônoma e integrada, os próprios caminhos de construção do (hiper)conhecimento em rede; c) assumindo, para isso, uma postura consciente de reflexão-na-ação; d) e fazendo um uso crítico das tecnologias como novos ambientes de aprendizagem” (2002, p.191).
É preciso valorizar o design do projeto educacional para criar um futuro melhor com motivações diversas. No design de projetos educacionais desenvolvemos INOVAÇÃO para criar: 1- bem estar entre os aprendentes; 2- vontade de continuar aprendendo; 3- eliminação do ‘fracasso escolar’; 4- diminuição da infrequência; 5- realização profissional futura; e 6- aumento da autoestima. Um projeto com design educacional realista incorpora a sociedade no processo visando qualificar socialmente os aprendentes: círculo virtuoso mesmo!

Diante do nosso tempo, vamos pensar nos alunos? Não! Vamos pensar ao redor dos alunos para os alunos! Vamos sentar na mesma mesa de ‘negócios’ e criar um território / ambiente com competências multidisciplinares com approach sistêmico e holístico. Vamos unir áreas de conhecimento = INTERCOMUNICAÇÃO = formas de observar ou viver a vida + áreas de saber + desafios + interatividade. De novo, qual seria o objetivo? Aprendentes humanos se tornando humanos aprendentes com mais liberdade e autonomia. É o benefício de um design focado em novos procedimentos, comportamentos, emoções. Um design assim parte da INOVAÇÃO para criar uma REVOLUÇÃO e revolução nunca pode ser parada. 

Profª Claudia Nunes

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