Hoje estou lendo artigos sobre civilizações antigas e só penso nos seres humanos. Ontem vi o filme ‘Nosso Lar’ e pensei em seres humanos. Aqui em casa, neste calor senegalês, ainda assim me descubro pensando em histórias humanas. Com as tecnologias mudamos muito, principalmente, nas formas de nos relacionarmos com outras pessoas, com as coisas ou mesmo com nossos pensamentos sobre diversos assuntos. Aqui na Terra, somos a civilização perdida recortada à francesa de forma desigual. Hoje somos vestígios de nosso passado e ignorantes do futuro. Os mistérios do passado incrementam nossas previsões atuais, por isso são nossas maiores fontes de interesse. Somos genéricos. Somos rascunhos sofisticados. Somos vestígios claros de nós mesmos. Para nós só rotas inéditas sempre e torcer para chegarmos ao fim de cada uma delas com saúde e liberdade. Mas uma dúvida: qual escolher? Para a vida ter graça e gerar quaisquer aprendizados, esta é uma pergunta sem resposta, porque nem sempre temos essa opção. O ser humano vive vivendo o que der para viver no momento em que a vida se torna um leque de trilhas reais. Daí as tecnologias serem importantes: são ferramentas que nos ajudam a criar combinações quase perfeitas às futuras descobertas e podem diminuir os possíveis tsunamis e terremotos que nos assolam. De um processo de degeneração, reverberamos num processo de regeneração com mais conforto e tranqüilidade fazendo ‘plasticidades’ internas e externas sem fim. As tecnologias então nos dão as coordenadas cognitivas necessárias a uma inserção pleno do social e promovem uma absorção plena de informações. Neste sentido, os seres humanos e suas personalidades se inauguram o tempo todo tal e qual as estações do ano e muito de acordo com suas criações tecnológicas. Em cada inauguração, incandescências, reviravoltas, transformações abundantes são desencadeadas, encadeadas e, novamente desencadeadas. Nós temos um roteiro onde o X não marca o tesouro ou o ponto final, mas sim marca nossos próximos passos, experimentações e possíveis reparos. No rastro de nossa evolução, algumas evidências comprobatórias de nossa passagem são deixadas ao léu como os pedaços de pão de Ariadne e estas auxiliam gerações futuras a reconhecer nossa passagem. É a única forma de obtermos reconhecimento. É o único jeito de haver celebração do passado em objetos como enciclopédias, livros, CDs, DVDs, museus, diferentes bibliotecas, fotografias etc. Cravados na história, nossos pensamentos incrementam a capacidade humana de criar e mesmo de destruir. De resto, ‘cuidado com os seus desejos, eles podem se tornar realidade’.
Profa Claudia Nunes
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