sexta-feira, 13 de abril de 2018

Livro: Quando eu era invisível (análise)

FANTÁSTICO! Não deixem de ler!
Personagem principal: Martin Pistorius. Aos 12 anos, de menino saudável, surge um ser inanimado. Um encarcerado em si mesmo. Aos 12 anos, ele adoece gravemente, apresenta sintomas de paralisia e gradativamente todo o seu corpo não obedece mais seus comandos e pára. O cérebro se mantém vivo, mas todo o resto desaparece: ele não fala e nem anda mais. Apesar da luta interna e externa da família, Martin é desenganado pelos médicos. Tudo desaparece inclusive a consciência.

Possível diagnóstico: a síndrome do encarceramento, uma condição neurológica degenerativa considerada grave. Ela se parece com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) em que a musculatura do corpo vai se atrofiando de forma involuntária e gradativa até que a pessoa perca todos os movimentos do corpo. Com Martin, tudo dura três anos. Tanto a condição de Ela e da Síndrome do encarceramento não afetam as funções cerebrais, diferindo-se em apenas um aspecto. Enquanto ELA é uma doença degenerativa que afeta todos os setores do corpo humano levando o indivíduo ao óbito quase que certeiro, a síndrome do encarceramento possui um tratamento que auxilia e ajuda na qualidade de vida do paciente.
Aos 16 anos, ele começa a recuperá-la e a perceber tudo o que acontecia ao seu redor. Sem possibilidade de se comunicar, preso em uma cadeira de rodas, na dependência de todos para sobreviver, ele observa o mundo e as pessoas com angustia, tensão e raiva. Somente seus olhos se movem, mas também isso não era notado. Ele tem emoções muito misturadas, mas não pode decidir nada sobre si mesmo. Ele não é visto, apenas olhado. Comunicação zero!
Seu corpo passa por muitas mãos, independente de sua vontade. Alias SUA vontade é totalmente ignorada. A ciência das suas emoções (dor, frustração, tristeza, indignação, ciúme, amor, etc.) é ignorada por preconceitos e estigmas. As pessoas têm suas limitações diante daquele que perturba o movimento padrão de resposta à intervenção dos medicamentos.
No meio do processo, a família entra em choque, mas não se desatam. Estão sempre ocupados e encaram Martin como um objeto a ser cuidado para não ‘quebrar’ (morrer). Mãe se sente culpada: jogara sua responsabilidade ao ar e o entregou completamente ao pai (ausência muito sentida). Pai presente, mas automaticamente. Irmãos, David e Kim, um pouco ciumentos em princípio, saudáveis, vivendo a própria vida. As férias da família eram sem Martin. Eram momentos de libertação do ‘problema’. Martin vivia em várias clínicas como um observador das mazelas e das situações humanas.
Profª Claudia Nunes

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