Um tempo de
pobreza de espírito. Um tempo dos ‘sinistros de sangue’, pobres de espírito.
Para pessoas assim, silêncio e muita atenção. Pobres de espírito e ‘sinistros
de sangue’ são dinamite acesa embaixo do equilíbrio emocional alheio. Eles têm
energias confusas e conflituosas, com capa de ‘bom mocismo’. Eu só observo e
nem sei por onde começar. Aliás nem vou começar porque meu caminho é outro e
minha disposição NENHUMA! É uma desilusão em cima de desilusão e eu não posso
ter coração fraco e mente inútil. Eu tenho um histórico profissional que não me
deixa fingir demência por muito tempo. Por causa disso, nada mais existe no
‘reino da Dinamarca’ familiar. Leoninos são assim: não gostam de mudar ou ‘deixar
para lá’; mas quando tomam uma decisão, no caso, impelidos pela ingratidão
sinistra, o descarte é sem dó ou piedade.
Ainda assim, os
pobres de espírito transitam para lá e para cá, em modo avião. São o que são,
mas estão desconfiados. As escrituras dizem que são dos pobres de espírito, o
reino dos céus. Sinistros de sangue, pobres de espírito, acreditam nisso e
forjam um mundo cheio de farsas religiosas, dentro de uma escrita com sérios
problemas gramaticais. Mas como assim ‘reino dos céus’? No mundo dos homens, a
leitura não é essa. No mundo dos homens, ‘aqui se faz, aqui se paga’. No mundo
dos homens, ‘aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei’. Fazer o que né?
Pobres de espírito
tem e causam emoções que deturpam tranquilidades ou prazeres. De repente, mas
momentaneamente, eles têm esse poder. É uma loucura. Só que não devemos aceitar
isso com facilidade. Na surpresa, há um choque; mas a surpresa sempre faz cola
com outros sentimentos, daí é a hora do raciocínio e das posturas mais
radicais. Por que? Porque pobres de espírito tem limites visuais; são infantis;
vivem do passado; não observam nada além do umbigo; não são empáticos ou o são por
interesse; se acreditam ‘malandros’; tem a ilusão de conhecimento; são
inseguros e frágeis; ignoram família ou afetos; são ingratos conscientes; são
opacos emocionais; não tem humildade; são vazios de argumentos; são marionetes;
são apegados a eles mesmos, por isso invejam os outros; mentem que nem sentem;
usam pessoas e coisas; descontrole é sua característica real; vendem laços de
família por dinheiro ou quaisquer outros bens materiais; são narcísicos; são um
grande blefe humano com necessidade de afetos infantis que nunca terão. O que
fazer, então, com os pobres de espírito? Não importa. Eles vivem o vazio de
sempre, agora. Não há futuro superável para eles. Vivem as consequências dos
próprios atos ao longo da vida e, por isso, ‘só dão o que tem’ e estão
corrompidos pelos vícios sem herança.
Por essas e outras
que o decantado ‘perdão’ ou ‘desculpas’ é fogo de palha daqueles que preferem o
‘politicamente correto’, ao invés da verdade. Quando a morte chegar, não mais
adiantará chorar pelo tempo perdido ou pela ignorância das percepções. A
proteção e os ouvidos desaparecerão. Sete palmos de terra vão selar o
arrependimento e um distanciamento definitivo. Eles vão selar sua solidão. Mas
os pobres de espírito, sinistros de sangue não pensam nisso ou assim. Eles se
blindaram em seu mundo fantástico e absurdo, e se acreditam dentro da série ‘os
coitados’. Vamos ter atenção, nunca pena. Pobres de espírito, sinistros de
sangue, não merecem nem isso, já que o livre arbítrio é para todos.
Lendo vários
textos aqui, eu me deparei com a Síndrome de Peter Pan. Essa é a base dos
pobres de espírito, sinistros de sangue, crianças que, mesmo depois de adultas
(se recusam a crescer) e mantem comportamentos infantis (imaturidade
emocional). Pois é. É isso. Pobres de espírito, sinistros de sangue, vivem em
um mundo de fantasia, presos na Terra do Nunca, impossibilitados de viverem a
vida adulta com tranquilidade ou em parceria.
Hoje eles estão diante
da perda iminente da sua segurança e agem por pavor. O corte umbilical
acontecerá independente de sua vontade. E eles têm medo! Nesta emoção, se
desgovernam, inventam histórias mirabolantes sobre si mesmos e agem
reativamente, sem perceberem que perderão, não somente, parte de sua genética;
mas todo um território de afago, de escuta, de ajuda, depois que a realidade se
impor.
Sentada, perto da
janela, tomando meu vinho e olhando uma vida em suspenso, seguindo seu fluxo
para outra dimensão, gradativamente, penso o seguinte: a PROTEÇÃO está acabando
para todos. Uns vão se organizar para viver apesar de, com uma dor enorme e a
respiração em suspenso toda manhã, fazendo coisas certas e outras nem tanto;
outros, como os pobres de espírito sinistros de sangue, vão aumentar o nível de
sua fantasia de realidade, recrudescer seus vícios internos, usurpar o que
puderem, observar o compromisso como obstáculo e se esconder atrás de desculpas
toscas, fazendo coisas certas e outras nem tanto.
Estou sem tempo
para brincar de viver...
Prof.ª
Claudia Nunes (07.08.2020)