Em tempos de
pandemia, estou pensando em GATILHOS MENTAIS, estímulos percebidos pelo cérebro
que auxiliam e influenciam o processo de tomada de decisão. É a hora das
FUNÇÕES EXECUTIVAS. Hora do nosso CPF (córtex pré-frontal) e das decisões
simples e/ou complexas. Mas, e quando a situação é independente de sua vontade?
E quando não há decisão que resolva um assunto? Aí é a hora da INTELIGENCIA
EMOCIONAL. É o começo de uma reestruturação mental e mudança de pensamento.
Nem sempre os
desafios têm soluções objetivas (rápidas). As vezes o desafio precisa de tempo
de imersão e observação; escolhas estratégicas pontuais; e pequenas ações
assertivas. Tudo isso relaciona-se ao autoconhecimento para viver o desafio de
outra maneira ou com menos intensidade. Ou seja, gatilhos mentais servem para
que você SE persuada a ser uma pessoa mais ciente do próprio potencial e a
criar espaços mais adequados para refletir suas perspectivas de vida. O tal
‘olho do furacão’ oportuniza o aparecimento de novos comportamentos, resultados
e trajetórias de vida.
Gatilhos mentais
são as surpresas da vida, retirando nossos hábitos de um ritmo, de forma
abrupta. Não é apenas uma mudança de velocidade, é uma reorganização cerebral e
mental para que saibamos viver o desafio imposto, sem sincronia. Nesse momento,
a respiração se altera, olhamos para todos os lados, incômodos se estabelecem
por dentro do corpo e reconhecemos nossa vulnerabilidade. É o momento do
autoquestionamento: vamos conseguir? Seremos fortes? O que fazer primeiro? É o
tempo do vazio de opções.
Nós não podemos
nos enganar, fingir que nada acontece ou procrastinar; o baque é forte e sério;
e este engatilha emoções escondidas ou bem controladas. Nós precisamos nos
persuadir a nos acalmar, pensar, escolher e agir com mais atenção. Gatilhos
mentais servem para espelhar quem somos e nos incentivar a oferecer o que temos
de melhor. Gatilhos mentais, bases da persuasão da memória, podem justificar
nosso envolvimento com novas e positivas atitudes; e podem despertar boas
necessidades e novos objetivos. Mas enquanto o desafio é apenas desafio sua
relação com essa aprendizagem está enevoada, acinzentada.
Por que escrevo
isso? Estou pensando na doença da minha mãe. Um enorme desafio. Um grande susto
que engatilhou pesadelos turbulentos. Um momento de incerteza e grandes
decisões. Um tempo de reestruturação da vida quase sozinha. Uma certeza que
precisa ser trabalhada emocionalmente até o fim, todos os dias.
Doença como
gatilho para múltiplos aprendizados estranhos, chatos, interessantes e
importantes. Paradoxo total. E eu sigo tentando me persuadir que tudo ficará
bem; sigo me influenciando às tomadas de decisão mais adequadas; sigo tentando
não agir por impulso ou de forma automática; sigo tentando harmonizar as
interconexões neuronais definindo bem minhas escolhas diárias; e sigo na briga
entre o emocional e o racional, sem justificativas bobas. Quero pensar devagar,
consciente de que estou em meu melhor. É trabalhoso, é desgastante, é
cansativo; todos os sentidos e memórias estão na cena que vejo todos os dias; e
é trabalhoso, desgastante e cansativo.
Hoje estava lendo
aleatoriamente textos na internet, eu me deparei com um texto que elencava 21
Gatilhos Mentais importantes, no caso, para vendas, a saber: escassez;
autoridade; urgência; reciprocidade; porquê (motivo); prova social; novidade;
dor x prazer; antecipação; comprometimento; descaso; paradoxo da escolha;
simplicidade; referência; história; inimigo comum; garantia; curiosidade;
surpresa; similaridade (ou afinidade); exclusividade.
Eu não sei se
passei por tudo isso. Não estou à venda e nem vendendo alguém ou um produto;
mas lendo a explicação sobre cada um deles, alguns gatilhos eu assumi para
minha atual dinâmica de vida, na seguinte ordem:
SURPRESA |
A emoção mais sinistra. Aquela
que desorganiza corpo e alma para logo se colar, no meu caso, com a tristeza
e um pouco de raiva. Não há tranquilidade imediata. Não tive tempo para
pensar. Não há bônus, apenas ônus e silêncio interno. Uma surpresa que
desmonta e amedronta. Surpresa: chegada da doença. Detonador de futura
solidão. É a vida com seus brindes estúpidos. |
URGÊNCIA |
Meu desafio requer urgência. Sem
urgência, há consequências. Razão tentando sobrepujar a emoção. Interesse em
saúde ou em qualidade. Compreensão do processo para agir com certeza.
Conjunto mnemônico em polvorosa; comunicação aos estalos; procura de
reorganização, apesar da dificuldade. Primitividade quase sem controle. |
INIMIGO COMUM |
Uma doença sentada na minha vida.
Ela me encara sem perdão. É comum e minha inimiga. Depois de um tempo, temos
empatia. Dor e prazer: doença, cuidado e aprendizado. Oportunidade de ir
dizendo ‘até logo’. Estou indignada, mas agradeço. De quem é a culpa?
Ninguém! Objetivos interrompidos, objetivos recriados. Vou para o combate
porque vale a pena. Tempo de aproximação, diálogo, beijos e abraços, carinhos
nada estranhos, qualidade e amor. A doença me encara, agora, desconfiada: é
encarada também e sem medo. Sou dessas. |
CURIOSIDADE |
Fato dado, fato assumido. O tempo
não é de discutir. Assumir e se comprometer. Sou curiosa: quem sou? Nada
disso eu queria, mas houve um salto no tempo sem efeitos especiais. E agora
preencho meu tempo com outros conhecimentos e atendimentos. Sou curiosa
mesmo. Equilíbrio e curiosidade: desejo de sobreviver, saber mais e atender
mais. No meio de tudo, aprender a ser simples, apesar de leonina. É difícil.
É tenso. O controle é confuso. Preciso ser criativa para sobreviver. |
DOR X PRAZER (de cuidar) |
Aqui a louca mistura das emoções
básicas. No processo reduzir dores e aumentar o prazer. Prazer de aprender a
cuidar como necessidade de evitar a dor, o desconforto. Depois da dor, uma
certa satisfação: assumir o cuidado. Não há como ignorar, é tolerar e viver o
que for possível. Muito caminho a percorrer. Muitos dias para viver. Dias
mais; dias menos. Dias de prioridades físicas e mentais; outros nem tanto.
Revisão de necessidades. |
HISTÓRIA |
Lembranças e memórias.
Comunicação total com minha essência. Na noite, olhar e lembrar: exemplos de
vida. Muitas histórias de crescimento e de aprendizagem de ser ser vivo
humano. Extraordinário como a mente encontra jeito de nos distrair com nossas
histórias. Lembranças com sentimentos / vivências. É bom consumir histórias,
as vezes com um pouco de ficção. Corpo treme. Histórias, exemplos para tomada
de decisão. Histórias como gatilhos mentais poderosos para dor e prazer. Hora
de aproveitar para criar equilíbrio emocional. Não é fácil. |
AFINIDADE |
Na hora do aperto, as afinidades.
Pesquisa, encontros, histórias, amigos com afinidades e exemplos. Muita coisa
para escutar e ler; muita coisa para descartar e fazer. Identificação ainda
em processo. Não me sinto colada nem com a doença nem com as afinidades.
Pairo em tudo, apesar de me jogar sem luxo. Antes e durante não é fácil me
influenciar. Talvez teimosia; ou juba lustrada; ou mesmo, ignorância. Só
quero ser quem aprendi a ser, nunca me promover. Elogios ajudam, ações são
mais admiráveis. Não pertenço a nada disso, mas quero fazer o que é certo.
Missão? Qualidade de vida e equilíbrio emocional. Uma hora a doença vai se levantar... |
COMPROMETIMENTO |
Diante de um fato (o meu fato),
só há comprometimento. Não há como resolver; há como viver da melhor forma. É
parar e rever meus potenciais para remodelar o cotidiano em outro status:
filha que cuida. Gatilho que desperta confiança no que sou. É provar para mim
o que posso ser todo dia. É provar só para mim. Oportunidade de aprender sem
o sucesso de vencer. |
Profª
Ms. Claudia Nunes (06.07.20)
Referência:
https://www.nucleoexpert.com/gatilhos-mentais-mais-poderosos/
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