segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ACADEMIA

Academia de ginástica, de leitura, de imortais, não! Academia científica! E eu passei por ela enfrentando pedras e armadilhas. Passei por ela crescendo, não há como negar, mas com grandes estranhamentos. Os fantasmas não foram dissipados, os preconceitos ‘pedagojosos’ perpetuaram, juntando-se a outros criando uma grande platéia de incógnitas que, entre si, apostava numa ação natural: a desistência. Quem dá mais? Quem dá mais? A roleta girava e as apostas eram cada vez mais frenéticas. Um elemento ‘alimentava’ seus frutos: o tempo. Numa cegueira turbilhonante das indecisões, surpresas, perdas e desencantos, o tempo sorria com dentes trágicos e me escapava. Vozes exigiam atitudes, interferências, ‘pé na porta’ e ‘múltiplas voadoras’, mas, ainda que sem entender os porquês, uma das minhas pernas estava travada pela ética, pela ação ética. Não se consegue nada sem ética, elegância e silêncio nevralgicamente utilizados. Eu passei pela academia, em discussão, em críticas, em análise, nunca por aceitação ou dentro da voracidade do senso comum. Era inútil medir forças ou mergulhar no descontrole porque, para isso, também foi preciso ciência, metodologia, grupo de discussão e vários seminários. Ainda assim faltou mediação: entre o tempo e a ética, não tive o refresco da orientação. É complexo tudo isso porque a conquista só é um véu nas indignações, perplexidades e injustiças que transpassaram esse tempo. A conquista neutraliza. O alívio da conquista neutraliza. Mas antes de qualquer coisa eu penso: ‘o vento que venta lá, venta cá também’, então, e mais uma vez o jogo egóico acadêmico se atém por interesse próprio então jogo no amanhã a reflexão, afinal a marca da instituição está feita e o corpo jamais esquecerá a terra dos Bruzundangas de Lima Barreto, já que o que vale é a marca da diversidade: eu passei pela academia... Parabéns para mim!

Prof(a) Ms Claudia Nunes

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