Domingo com outra família. Alias não acredito na familia singular, acredito nas famílias plurais. Se fala tanto em rede social no virtual e temos, ao alcance da mão, uma rede de muitos agregados que respeitosamente (às vezes) convivem: nossas famílias. É domingo e eu estou com outras famílias. Calor. Sol. Suor. Mil assuntos pulam de mesa em mesa ajudando o tempo e o vento a passar. Há tensões, mas todos guardados antes da boca. Desgostos, decepções e chateações, quem não as têm em família? Mas num churrasco de comemoração num domingo, só a memória sabe disso ou só o olhar lembra. Domingo assim descarta-se idiossincrasias. As máscaras estão mais forte, quase blindadas, porque a asa de galinha está maravilhosamente temperada. Do convite ao gosto da linguiça, o jeito são jogos delicados verbais e nao verbais. É a comunhão do filho, do neto, do sorinho, do amigo. É a comunhão da carne com corpos ávidos de fome de quase tudo. É a comunhão de pessoas aproveitando mais uma oportunidade não se sabe para quê. O vento sopra por todos os lados e refresca os corações: muitos sorrisos focados. Domigo em família não há transgressões, apenas alusões ou, ao menos, sensações. Neste momento, os olhos não devem ser os melhores pareceiros da boca. Os olhos percorrem os pensamentos, brilham e... só. Os corpos mudam de lugar numa dança de atenções e atitude. O estômago aceita os vários convites dos sentidos, menos o sem sal. Mas os olhos estão solteiros. Churrasco. Temperos. Histórias. Disso se constroi a comunhão de todos no meio do vento e com molho à campanha. Um instante eternizado. O máximo!
Profa. Ms Claudia Nunes
Um comentário:
Nossa... Adorei!!! Eu me vi em seu comentário... Estou tão absorta na dor que não me permito olhar para esse "outro" que você me mostrou em sua crônica. Belíssimo...
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