domingo, 27 de março de 2011

LIBERTAÇÃO

Enfim o divórcio. Ele era carinho e agradável, mas sumiu. O amor dedicado sumiu. Depois de 05 anos de casada, a casa ficou em silencio. Depois do trabalho, Sura imaginava: ninguém em casa. Sem filhos, tinha como parceiras as ausências e a solidão. A vida girava sem se importar com seu coração, sua pele ou seus desejos. No banco do ônibus, um pensamento: ela não sabia fazer escolhas. Um som a distrai: marchinhas de carnaval. De janelas e portas fechadas, o mundo teimava em invadi-la. Músicas antigas, emoções novas. Sura não podia acompanhar: estava sem fantasia e descascada das capas sociais e emocionais mais confortáveis. Sura só podia imaginar: sua paixão de 05 anos evaporou-se pelos dias. Sem justificativa, ela se ausenta da própria presença e se inspira: sou um vento sem cheiro! Sua alma esvoaça e procura espaços mais iluminados. Sua alma procura mergulhos renovadores em qualquer lugar. Sura se perde e está feliz. Como ser inconquistável, ela mergulha nas harmonias musicais com prazer. Há um medo crescente e contagiante: Sura fugiu e se derramou nas esquinas da cidade com figuras humanas histriônicas. Mas Sura está bem: dentro do rebanho humano, seu corpo está oferecido às fantasias da liberdade.

Nenhum comentário:

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...