Desde sempre, é reconhecido que somos
seres ‘antenados’. Nossos sentidos servem para nossa sobrevivência. Mas diante
da ansiedade, tudo fica tumultuado e as energias alheias parecem ter liberdade
para ir e vir por dentro de nós. Goleman (2011) chama isso de ‘wifi neural’.
Nossa atenção é desdobrada em múltiplos contextos para nos amparar e ajustar;
mas as estruturas relacionadas a essa função, no século XXI, estão quase
incapacitadas de produzir estas ações tão importantes. Nosso ‘wifi’ tem
problemas para sintonizar e focar perigos, negatividade, emoções: é a
ansiedade. Hoje estou olhando portas desejando movimentos afetivos, mas sei que
nunca virão. Ansiedade surgindo de um desejo de parceria. Ansiedade da vontade
de não estar só. Meu ‘wifi’ sucumbe diante de emoções desconhecidas. Respiro,
respiro e respiro, tentando retomar o equilíbrio, mas há algo errado. Nada é
extremoso. Não quero certos domínios. Nem sei se consigo controlar isso. Essas
transações emocionais são infames. Só queria uma porta aberta como sempre e uma
voz conhecida invadindo o espaço. Isso não é ameaça. Isso sou eu, às vezes, não
sendo tão eu; as vezes, sendo só alguém sem proteção. Minha amígdala reage
instantaneamente a cada pensamento e imaginação. E nada acontece. E não existe
resposta. Sem resposta, abandono as perguntas. Eis a paz. Na certeza da não
resposta, abandono as perguntas, e aí a paz destrói a ansiedade. Não quero o
mal de ninguém. Não carrego loucuras alheias. Apenas respiro na paz das minhas
novas atenções e sensações. Meu sistema nervoso agradece.
Referência:
GOLEMAN, Daniel. Wifi Neural. In.
InteligÊncia social: o poder das relações humanas. Rio de Janeiro: Elsevier,
2011 [Dados eletrônicos]
Profa Claudia Nunes (20.01.21)
Nenhum comentário:
Postar um comentário