sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Escola Estratégica, Escola Contextualizada

Nesses dias de recesso escolar, o tempo é de leitura. Mas uma leitura mais simples, mais objetiva. Como um período de descompensação, estou escolhendo leituras que não puderam acontecer durante o ano. E hoje, caiu em minhas mãos um “libreto” chamado “Como usar o pensamento estratégico” da PubliFolha. No desenvolvimento dessa leitura, os procedimentos escolares e pedagógicos surgiram em minha mente, principalmente, quando relacionados às decisões semestrais ou anuais e estipulados sobre a manutenção do processo de ensino-aprendizagem dos educandos através de projetos e/ou planejamentos. Esses procedimentos são reavaliados e reelaborados, a cada ano, como estímulos às criatividades. E é justamente no período do recesso ou férias que penso (e tento renová-las) em minhas práticas pedagógicas e nos recursos a serem utilizados.

Esse levantamento de experiências me fez perceber que, na/para a escola, mantida por grupos de pessoas antes de tudo, há tal multiplicidade de projetos e planejamentos ideais voltados para interesses tão particulares que se torna complicado qualquer nível de adequação ao simples desejo de ensinar/aprender de forma coerente e constante. Entendemos que há uma vontade generalizada de permanecer dinamizando os educandos ao redor dos conteúdos de maneiras altamente diversificadas e criativas, mas também temos observado que tal atitude se dá na instantaneidade da moda ou sob os holofotes de fantasias pedagógicas de outras épocas. Equipe pedagógica e educadores, fechados em cronogramas e em esquemas curriculares, voltam às suas salas de aula, no início de cada ano ou semestre, com idéias prontas (e mirabolantes) sobre as estratégias que utilizarão nas turmas diante dessa ou daquela parte do conteúdo, antes mesmo de conhecerem o próprio grupo ou as próprias turmas. Todos os encaminhamentos pretendem conquistar o interesse do educando, tendo como suportes diversos instrumentos pedagógicos comuns ou diferentes: do giz ao computador, tudo serve ou tudo pode.

Não temos nada contra essas decisões e/ou visões, acreditamos nelas até (se bem planejadas), mas, diante do “libreto” lido, percebemos que a CONTEXTUALIZAÇÃO é a melhor estratégia pedagógica nos dias atuais em benefício de todo e qualquer planejamento de conteúdo ou plano de aula. E para a contextualização é preciso uma reflexão sobre todos os procedimentos a serem estabelecidos (e ultrapassados) em conjunto com todos os setores da escola, principalmente, com os educandos, atores básicos para o bom desenvolvimento, tanto dos planejamentos, quanto dos projetos mais focalizados. É um processo que exige a desarticulação de previsões arbitrárias conteudísticas ou curriculares em nome de uma pesquisa de intenções levando em consideração sua vinculação também com as especificidades de toda comunidade. Melhor dizendo: é preciso escutar! Momentos de silêncios sobre as regras tradicionalmente fixadas pela Educação e dentro da formação de professores devem atuar com o envolvimento de todos os participantes da escola e isso na busca de um mesmo fim: continuar aprendendo.

Tendo em vista que os resultados possíveis (aceitáveis?) desse tipo de contextualização incorrem em melhoramentos tanto no desempenho da equipe pedagógica e educadores quanto nas habilidades dos educandos, a escola passa a empreender uma renovação interna positiva em seus quadros curriculares, justamente porque esses quadros vão sendo checados por todos a cada tema proposto ou a cada projeto idealizado. Além disso, a maximização constante desse tipo de contextualização elimina barreiras entre escola e comunidade dando chance a que cada etapa implementada possa ser desenvolvida com análises e revisões a partir de vontades e interesses de todos. Mas resultados (aprendizagem, conhecimento, cidadania, sabe) só são alcançados com ESTRATÉGIA.

Esse ideário necessita de um pensamento estratégico. Um pensamento cujo raciocínio atinja elementos como pesquisa (conteúdo e perfil de alunos e comunidade), reuniões setorizadas, de forma a que haja dois ou três focos a serem atingidos (mais do que isso cria confusão, principalmente, confusão de interesses) e avaliação diagnóstica da escola, dos educandos e da comunidade através de questionários, entrevistas, dinâmicas de integração e reuniões com os pais e educandos. A partir disso, nova estratégia é exigida, e uma estratégia que possa responder a seguinte pergunta: após as pesquisas e avaliações iniciais, qual será o objetivo comum (norteador?) para as interações educativas do ano ou do semestre? A resposta a essa pergunta terá por base todos os instrumentos utilizados anteriormente para o reconhecimento dos ambientes os quais estarão, equipe pedagógica e educadores, promovendo/incentivando suas transformações na perspectiva de um ideal coletivo: o desenvolvimento do conhecimento.

Mesmo diante dos problemas político-econômicos que diferentes educadores, de diferentes redes de ensino e de diferentes localidades enfrentam diariamente, é possível articular, até por interesse próprio (individual, particular), movimentos diferentes em sala de aula de maneira a estabelecer novas e melhores formas de empreender o ensino-aprendizagem.

Como? Com um pensamento estratégico contextualizado! Em curto ou longo prazo, ao educador é vital estabelecer metas para a dinâmica do ensino de forma a criar rotas para os sucessos dos educandos e, com isso, solidificar as habilidades desses mesmos educandos em fazer análises coerentes sobre as situações do cotidiano. E isso está de acordo com o “libreto” ao conceituar estratégia como “uma declaração de intenções que define aonde [o educador] quer chegar a longo [ou curto] prazo”.

Nós estamos em uma sociedade em que todos estão sendo pressionados a assumir tarefas urgentes, alcançar objetivos diários e superar problemas de curto prazo e de toda ordem. Logo, no espaço escolar, é preciso manter a calma diante do inesperado, pois é, justamente na escola, que ele eclode, em sua maioria, em forma de problemas, barreiras, bloqueios, impedimentos e negações. Mesmo os mais céticos (ou cansados dos tantos embates) devem visualizar esse momento como uma oportunidade para melhorar, nunca para desistir ou esquecer ou ser indiferente.

Um pensamento estratégico contextualizado, ainda que se “movimente” em três etapas básicas, como análise, planejamento e implementação, aceita revisões, mudanças e transformações periódicas pelas intempéries que lhe possam atravessar, tendo em vista as inconstâncias do tempo presente. Concentrar-se em sucesso imediato é o início do fracasso. Concentração no presente, sem perder o futuro de vista, é um modo de prever as conseqüências no amanha. E isso a escola tem que fazer SEMPRE!

Um pensamento estratégico contextualizado embute confiança nos planos e nos projetos criados. Não há espaço para conjecturas ou estimativas, pois isso gera crises de todo tipo, dentro e fora da escola. Há sim, espaços para solidez de informações e para perspectivas de inovação, já que o processo de planejamento não pára. Aproveitando a expressão do “libreto”, o educador tem que ser “proativo!”, não pode viver tentando recuperar o tempo perdido, não pode imaginar que já sabe o que as pessoas pensam, tem que perguntar e/ou pedir ajuda (isso não é humilhação ou demonstração de fragilidade!), isso é apresentar-se como parceiro dos alunos na interrelação com os conteúdos; e assim, guiar o aluno por meio da adoção de uma visão de futuro própria, autônoma, individual.

Enfim, a escola que invoca os famosos PPPs (projetos políticos pedagógicos) dentro de padrões de um pensamento estratégico contextualizado se mantém eficiente e operacional, pela determinação sólida dos objetivos a serem atingidos; determinada, por focalizar suas estratégias através de análise do meio e da solução de desafios; com limites, pois os aceita como momentos de revisão tanto de parâmetros quanto dos futuros resultados; observante, pois momentos de anomalias tornam-se momentos de readaptação e de descobrimento de áreas mais importantes ou descartáveis; e integrada, por criar ações com interfaces com outros setores do conhecimento que possam manter interagindo equipe pedagógica, educadores, educandos e comunidade.

Profa. Claudia Nunes
Especialista em Tecnologia Educacional / IAVM
Mestranda em Educação / UNIRIO

Referência Bibliográfica:
* BRUCE, Andy e LANGDON, Ken. “Como usar o pensamento estratégico”. Série Sucesso Profissional. PubliFolha, 2000, 72 págs.

Um comentário:

Anônimo disse...

ola professora claudia foi um prazer ter emcontrado seu texto em meio a milhões que são postados na internet gosto muito de filmes epicos pra mim são os melhores eu curso sociologia pela ulbra aqui em jaru rondonia gosto muito de historia e gostaria de poder est lendo seu texo que adorei tenhyo o filme de helena e tambem ja li o livro e vi que não tem nada a ver com a vedade mas tudo bem este e meu e-mail ednilson_jaru@hotmail.com desejo que outra historia fosse postada por vc abraços

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