No
pior momento da vida...*
Não há pior momento da vida de alguém do
que seu pior momento. Isso não é tão óbvio. Os piores momentos são os mais
reprimidos, disfarçados e ignorados por todos. E o corpo sofre. Nossa
primitividade tem pressão alta. Momentos em que não há palavras que nos acalmem
são os piores momentos de qualquer um e as reações são as mais disformes. Em
nossos piores momentos, somos nosso maior blefe e repetimos para nós mesmos e
aos outros: “tudo bem... tudo bem... tudo vai dar certo...”. Cuidado! Esta fala
é ‘faca de dois gumes’: um altamente positivo e vida que segue; e outro,
francamente passivo, e vida que para. Em nosso pior momento é necessário
estabelecer novos links com o dia a dia sem medo. É a hora da franqueza, da
fala intensa, dos pedidos de ajuda, dos silêncios que aproximam amigos, dos
choros no banho e das atitudes matinais reais. A comunicação não se traduz
apenas em informação. Em nossos piores momentos, nós queremos afeto,
aproximação, compreensão em nossas comunicações. Nós queremos que acreditem em
nós e validem nossa ideia de que ‘tudo vai dar certo’, apesar de nossas
vulnerabilidades ou ignorâncias. Em nossos piores momentos, nós não queremos
entendimento, queremos participação e liberdade às emoções mais estranhas.
Atenção aos seus piores momentos porque deles surge a letra de sua essência
mais exuberante. Cresça e apareça... mesmo em seus piores momentos.
Profª
Claudia Nunes (31/07/2019)
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