Num
cemitério...
Num cemitério, olhamos o caixão e
pensamos: quando será nossa vez? Observamos os comportamentos das pessoas e
pensamos: será assim que farão quando for a nossa vez? Há uma angústia que
surfa pela sensação de inutilidade e de indiferença. No cemitério, todos
encontram todos e o ‘social’ se restabelece. No cemitério, as histórias se
reencontram e nos surpreendemos com a passagem do tempo. Não é desrespeito, é
apenas a realidade que afirma: quando for a sua vez, simplesmente parta, pois o
mundo continuará seu movimento de encontros, reencontros e desencontros. Não
almeje o poder, não seja soberbo, não humilhe as pessoas, afinal, no caixão,
está um corpo que não precisa mais de ninguém e nem disso; mas precisa de paz e
respeito. No caixão, não há velhos ou novos, há mortos cujas desculpas não
podemos mais esperar ou pedir. No cemitério, um corpo se liberta da alma, mas
muitas almas se prendem à morte. Inspire enquanto respira porque depois só lhe
restará expirar e voar... O mundo não para mesmo... Voe...
Profª
Claudia Nunes (07.2019)
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