quinta-feira, 1 de agosto de 2019

NUM CEMITÉRIO...


Num cemitério...

Num cemitério, olhamos o caixão e pensamos: quando será nossa vez? Observamos os comportamentos das pessoas e pensamos: será assim que farão quando for a nossa vez? Há uma angústia que surfa pela sensação de inutilidade e de indiferença. No cemitério, todos encontram todos e o ‘social’ se restabelece. No cemitério, as histórias se reencontram e nos surpreendemos com a passagem do tempo. Não é desrespeito, é apenas a realidade que afirma: quando for a sua vez, simplesmente parta, pois o mundo continuará seu movimento de encontros, reencontros e desencontros. Não almeje o poder, não seja soberbo, não humilhe as pessoas, afinal, no caixão, está um corpo que não precisa mais de ninguém e nem disso; mas precisa de paz e respeito. No caixão, não há velhos ou novos, há mortos cujas desculpas não podemos mais esperar ou pedir. No cemitério, um corpo se liberta da alma, mas muitas almas se prendem à morte. Inspire enquanto respira porque depois só lhe restará expirar e voar... O mundo não para mesmo... Voe...
Profª Claudia Nunes (07.2019)

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