O
que se diz e quando se diz
Quando a realidade recorta o cotidiano,
como transformar emoções em ações pertinentes, adequadas ou, ao menos,
equilibradas? Essa é a linguagem do mundo para o mundo que nós descartamos ao
longo da nossa evolução. Linguagem verbal ou não verbal requer cuidado,
atenção, apreço e respeito; tanto às nossas memórias, quanto aos sentidos do
outro que, realmente, SEMPRE desconhecemos. Nós estamos em um tempo que, quase
palpavelmente, as linguagens dos comportamentos estão fora de sinergia causando
confusão em nossas tentativas de diálogo. No meio de tudo, a experiência e a
imaginação de cada um, tal e qual um cabo de guerra, lutam entre si por ‘um
lugar ao sol’... mas, sem o outro. Daí ou você está errado e eu certo, ou
vice-versa. Dualidade burra, pois desconsideramos Guimarães Rosa: nós
desconsideramos a terceira margem do rio e suas potencialidades humanitárias.
Hoje lidar com outro requer muita observação e forte autopreservação. Entrar em
energias estranhas é aceitar participar de seus resultados, e isso nunca é bom
para ambas as partes. Mesmo diante de pessoas especiais, nós precisamos manter
a atenção. As palavras tem um encanto, uma magia; e quando são pronunciadas
(enviadas ao outro) incorporam as sensações que o outro já tem / vive, daí
confusão, estranhamento. A entonação cria arbitrariedades interpretativas
porque o outro está ‘noutra vibe’. Com as palavras vem gestos, posturas,
olhares que podem representam algo e serem interpretadas como outro algo. Então
atenção ao seu momento. Entenda seu momento. Reconheça seu momento. E decida o
que dizer ou o que não dizer, no meio do seu próprio turbilhão. O que se diz e
quando se diz refletem muito sobre você e seu confuso interior. Não jogue o
outro em sua arena cheia de leões se você não está dando conta nem de si mesmo.
Peça ajuda. Diga a verdade. Ou se cale ‘para sempre’... ou até a manha
seguinte.
Profª
Claudia Nunes (31.07.2019)
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