segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

PLANEJAMENTO: orientação de aprendizagem


E lá vem o ano letivo de 2018. De novo é hora de pensarmos (nós, professores) em planejamentos. É hora de entendermos que temos a oportunidade de repensar um ano diferente com ações diferentes para aprendentes diferentes. Mas como fazer isso? Umaa ideia: vamos pensar nos recursos e instrumentos avaliativos. Um não pode ser escolhido sem o outro. Um tem como base os objetivos que vão favorecer positivamente o desenvolvimento do outro. Recursos e instrumentos avaliativos estão sempre integrados, mas nunca engessados. Mas, de novo, como fazer isso? Outra ideia: reconhecer que os aprendentes precisam evoluir cognitiva e emocionalmente em meio aos conteúdos das áreas de saber elencadas no currículo escolar. Se não há aluno igual, profissionalmente, nós, professores, também não precisamos ser iguais.

Um planejamento bem pensado em seus recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação favorece o bom andamento dos desempenhos educacionais, mesmo que cada tempo de aquisição das informações precise ser respeitado individualmente.

Planejamento é um levantamento prévio dos caminhos necessários / possíveis para que o aluno obtenha qualidade em sua formação acadêmica. Planejamento é um conjunto de alternativas pedagógicas para que os alunos tenham uma evolução cognitiva e emocional segura. Só que partamos do seguinte princípio: como todos somos diferentes (singulares por causa dos nossos contextos de interação – familiares), não há certo ou errado; há um processo de adaptação a cada situação didática. Nossos alunos merecem planejamentos mais atualizados, estudados, adaptados, prazerosos e estimulantes. Eles merecem planejamentos que se desenvolvam junto aos seus interesses, sonhos, curiosidades, contextos e vontades. Daí a necessidade de flexibilidade didática.

Ensinar é uma experiência integral e extremamente positiva cuja base-adaptativa é o conjunto emocional humano de aprendizagem. Em 2018 é importante que nós, professores, ousemos um pouco mais. Provas, testes, redações, seminários não tem a premissa da valoração total sobre o desempenho aprendente. Essa matemática enxuta não cabe mais. Estes são recursos válidos, mas de outro tempo e que precisam ser redimensionados dentro da sala de aula. Professor, você já experimentou criar uma tabela de participação e desempenho? Ou introduzir seus conteúdos a partir de uma roda de discussão ou de contação de história? Ou, por exemplo, a partir do 2º bimestre, oportunizar uma reorganização do planejamento junto aos seus alunos com projetos educacionais? Professor, se você sabe qual é a intenção / o objetivo do trabalho / da atividade, que tal oferecer espaço à proatividade dos alunos dentro das seqeuncias didáticas pensadas no planejamento?

Objetivos do professor e necessidades do aluno dialogam tanto no processo de planejar, quanto na ação das ações do planejamento. Ousar e transgredir são ações importantes aos jovens de hoje, por que não podem ser também às práticas de ensino, pelo menos vez por outra? A surpresa é uma das emoções mais importantes para três funções cognitivas: atenção, memória e linguagem. Logo é campo fértil para experimentação de novos recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação. Ou não?

Fevereiro vem chegando e o planejamento precisa ser desenvolvido com recursos e objetivos reais; com tipos de avaliação adaptados e/ou adequados. Não podemos querer inventar a roda todo ano ou reproduzir a vivência dos mamutes como sempre. Nós, professores, recebemos alunos de origens múltiplas e, dentro da sala de aula, a dinâmica deve favorecer justamente ao múltiplo com múltiplas atividades. Professor e aluno, protagonistas do processo de aprendizagem, devem dialogar e crescer: princípio da maturidade intelectual e emocional.

A experiência do planejamento em ação demanda a presença de outros valores como:

ð  Assertividade, autoconfiança e iniciativa;
ð  Entusiasmo, motivação e propósito;
ð  Respeito, ética e visão;
ð  Flexibilidade, escuta e organizado;
ð  Criatividade, diálogo e dedicação;
ð  Resultados, vontade e afeto.

E, pela terceira vez, como fazer isso?

ð  Pense e planeje antes de propor debates ou trabalhos em grupo, já que a realidade do aluno pode ser um grande interferidor das formas de participar;
ð  Reveja seus modelos educacionais, diante do grupo, principalmente a partir do 2º bimestre;
ð  Saiba negociar com clareza as regras, as rotinas e as agendas de atividades, já que o dia a dia do aluno, às vezes, interrompe um bom desempenho;
ð  Reconheça que discutir critérios junto aos alunos favorece o desenvolvimento mais realista das aprendizagens e o alcance mais rápido de resultados positivos;
ð  Liste os conteúdos mais importantes ou aglomere um conteúdo no outro, de forma que o processo de aprendizagem do aluno não seja fragmentado e, por fim, sem sentido;
ð  Pesquise e adapte recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação de outros níveis de ensino ao contexto do seu grupo, afinal, nem todos tem prazer apenas na escrita, ou apenas na leitura; na prova ou no teste; no vídeo ou no desenho;
ð  Conheça logo no início do ano o que realmente seu aluno sabe (diagnóstico); compare com o que é necessário saber até o fim do ano (qualificação); e tome decisões que favoreçam os resultados finais esperados (resultados) com mediações pertinentes;
ð  Ignore estigmas, preconceitos, desempenhos passados e formas de aproximação docente aprendidas na formação profissional ou junto aos seus pares: você, professor, tem um grupo único sempre, aproveite e também SE repense;
ð  Desperte a curiosidade; estimule a criatividade e a participação efetiva; compreenda o sistema de recompensa (prazer, gosto) incluído na sala de aula; seja flexível e mais lúdico.

Todo processo de adaptação altera o funcionamento do sistema nervoso e causa a chamada neuroplasticidade. Toda abertura à flexibilidade pedagógica deve favorecer a flexibilidade cognitiva, um dos aspectos das funções executivas. Todo professor tem um joystick em mãos para experimentar jogadas diversas junto aos seus alunos e assim gerar novas respostas emocionais e cognitivas com mais qualidade. Todo jovem gosta de interagir com seus próprios conhecimentos, em meio aos colegas, de forma a conquistar um novo território, saber, etapa.

Professor, ao construir o seu planejamento 2018, ouse sucumbir às novas formas de se lidar com o cotidiano, remodele suas práticas sem receios, aprenda e inclua novos recursos pedagógicos, e ofereça formas de avaliação cujo envolvimento do aluno seja fundamental.


Profª Claudia Nunes

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