segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

FIM: símbolo da esperança


A palavra FIM deve ser a mais repetida quando estamos no último mês do ano. Sentada, em um quiosque, fico me perguntando: FIM de que? FIM parece breu, algo sem amanha, sem outro dia, sem a mínima possibilidade de sol. Será que temos que escrever uma carta testamento por causa de uma doença terminal? Estranho, a resposta será sempre NÃO! Não é nada disso. Interrompemos a roda da vida para viver proximidades e afetos com mais lentidão, toques e ar puro. Mas principalmente para viver esperanças.
De um ano a outro, pensando em leitura de livros, vamos de capítulo em capítulo. Enredos, personagens, ambientes, tempo são sempre mutantes, flexíveis e assustadores. Vamos acompanhando o movimento da realidade interna das histórias, entremeadas umas nas outras, e crescendo... e ganhando maturidade... e desenvolvendo imaginação, criatividade e estratégia de vida. Sim! No último mês do ano é hora de feedback emocional e social de forma autônoma ou em conjunto. Fechamos um capítulo; descartamos excessos ou detalhes sórdidos; criamos uma aura de positividade; pensamos nos próximos 365 dias de vida; realinhamos enredos; revisamos casas e emoções das nossas personagens; tentamos jogar acúmulos descritivos fora; e relembramos daqueles que não completaram o capítulo. Mortes e separações tiram bons personagens da nossa história, e precisamos nos recompor para o desafio de alinhavar o próximo capítulo. Vida é um livro com todos os estilos narrativos e textuais, conhecidos ou não.
Nós vivemos tudo; mas, em certo momento, decidimos por uns mais adequados e descartamos outros, tal e qual fazemos com os erros indesculpáveis. E assim viramos a página para um novo capítulo em que, pasmem, com nosso livre arbítrio, temos a oportunidade de também reescrevê-lo, ainda que sem pensar ou viver de passado. Nesse caso, reescrever é SER personagem e narrador ao mesmo tempo: isso faz parte de ser ser humano e um animal social. Qual seria o grande desafio? Viver os primeiros meses; viver um novo capítulo. Se o capítulo anterior não nos satisfez, a esperança estará no ar para a vivência das novas histórias. Nós somos animais crédulos! Nunca há um FIM, entendem?
De ano a outro vibramos com páginas cujas cenas desconhecemos, mas que acreditamos de antemão. Daí tanta positividade, afetividade, solidariedade e curiosidade. Sim! Virada do ano ‘alimenta’ nossa curiosidade sobre tudo! Vida é experimentar curiosidades com elementos que já conhecemos. Vida nunca é uma tela branca! Há certa angústia? Sim! Para toda concentração de dopamina é necessário certa quantidade de cortisol ou adrenalina. E o cérebro agradece demais!
Virada de ano é o momento de um checklist, às vezes bem radical, sobre tudo. Logo não é FIM. Todo checklist ou feedback serve para que façamos escolhas melhores, tomemos rumo da nossa prosa, pensemos em novas oportunidades / possibilidades, vivamos um amanha cheio de esperança e fé; ou seja, não há FIM nenhum! Isso nos faz humanos emocionantes! Procrastinação não faz parte disso. Vamos para um novo ano / capítulo de qualquer maneira e precisamos dessa esperança.
As etapas anteriores vividas fazem parte do processo de ‘ser gente’, como dizem as mães. Mas vida é um livro que não se troca. Gostando ou não, nós não o trocamos mesmo; portanto, que tal aumentar o envolvimento com o momento e experimentar mudanças reais? Livre arbítrio, lembram? Nós temos isso! E é importante para o desenvolvimento da leitura de quaisquer livros, principalmente, o da vida. Algumas dicas:
ð  acerte o passo;
ð  aceite o desafio;
ð  envolva outras pessoas;
ð  faça planos e barulhos;
ð  reveja sonhos;
ð  exclua emoções tóxicas;
ð  perca o fôlego;
ð  lave a alma e sua casa;
ð  prepare o coração;
ð  abrace pessoas;
ð  tenha olhos brilhantes e um grande sorriso;
ð  vista outros modelos;
ð  seja curioso;
ð  lance mão à curiosidade;
ð  silencie-se às vezes e outras ações de vanguarda.

Não há FIM, há uma virada, um processo, grande aprendizado e muita vida em todos os dias que virão. APROVEITE a hora, a semana, o tempo, as pessoas, as emoções, o que quiser. A ficção sempre nos engrandece e causa marcas na memória e na pele. FELIZ capítulo 2018.


Profª Claudia Nunes

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