A palavra FIM
deve ser a mais repetida quando estamos no último mês do ano. Sentada, em um
quiosque, fico me perguntando: FIM de que? FIM parece breu, algo sem amanha,
sem outro dia, sem a mínima possibilidade de sol. Será que temos que escrever
uma carta testamento por causa de uma doença terminal? Estranho, a resposta
será sempre NÃO! Não é nada disso. Interrompemos a roda da vida para viver
proximidades e afetos com mais lentidão, toques e ar puro. Mas principalmente
para viver esperanças.
De um ano a
outro, pensando em leitura de livros, vamos de capítulo em capítulo. Enredos,
personagens, ambientes, tempo são sempre mutantes, flexíveis e assustadores.
Vamos acompanhando o movimento da realidade interna das histórias, entremeadas
umas nas outras, e crescendo... e ganhando maturidade... e desenvolvendo
imaginação, criatividade e estratégia de vida. Sim! No último mês do ano é hora
de feedback emocional e social de forma autônoma ou em conjunto. Fechamos um
capítulo; descartamos excessos ou detalhes sórdidos; criamos uma aura de
positividade; pensamos nos próximos 365 dias de vida; realinhamos enredos; revisamos
casas e emoções das nossas personagens; tentamos jogar acúmulos descritivos fora;
e relembramos daqueles que não completaram o capítulo. Mortes e separações
tiram bons personagens da nossa história, e precisamos nos recompor para o
desafio de alinhavar o próximo capítulo. Vida
é um livro com todos os estilos narrativos e textuais, conhecidos ou não.
Nós vivemos
tudo; mas, em certo momento, decidimos por uns mais adequados e descartamos
outros, tal e qual fazemos com os erros indesculpáveis. E assim viramos a
página para um novo capítulo em que, pasmem, com nosso livre arbítrio, temos a
oportunidade de também reescrevê-lo, ainda que sem pensar ou viver de passado.
Nesse caso, reescrever é SER personagem e narrador ao mesmo tempo: isso faz
parte de ser ser humano e um animal social. Qual seria o grande desafio? Viver
os primeiros meses; viver um novo capítulo. Se o capítulo anterior não nos
satisfez, a esperança estará no ar para a vivência das novas histórias. Nós somos animais crédulos! Nunca há um
FIM, entendem?
De ano a outro
vibramos com páginas cujas cenas desconhecemos, mas que acreditamos de antemão.
Daí tanta positividade, afetividade, solidariedade e curiosidade. Sim! Virada
do ano ‘alimenta’ nossa curiosidade sobre tudo! Vida é experimentar curiosidades com elementos que já conhecemos.
Vida nunca é uma tela branca! Há certa angústia? Sim! Para toda concentração de
dopamina é necessário certa quantidade de cortisol ou adrenalina. E o cérebro
agradece demais!
Virada de ano
é o momento de um checklist, às vezes bem radical, sobre tudo. Logo não é FIM.
Todo checklist ou feedback serve para que façamos escolhas
melhores, tomemos rumo da nossa prosa, pensemos em novas oportunidades /
possibilidades, vivamos um amanha cheio de esperança e fé; ou seja, não há FIM
nenhum! Isso nos faz humanos emocionantes! Procrastinação não faz parte disso.
Vamos para um novo ano / capítulo de qualquer maneira e precisamos dessa
esperança.
As etapas
anteriores vividas fazem parte do processo de ‘ser gente’, como dizem as mães. Mas vida é um livro que não se troca.
Gostando ou não, nós não o trocamos mesmo; portanto, que tal aumentar o
envolvimento com o momento e experimentar mudanças reais? Livre arbítrio,
lembram? Nós temos isso! E é importante para o desenvolvimento da leitura de
quaisquer livros, principalmente, o da vida. Algumas dicas:
ð
acerte
o passo;
ð
aceite
o desafio;
ð
envolva
outras pessoas;
ð
faça
planos e barulhos;
ð
reveja
sonhos;
ð
exclua
emoções tóxicas;
ð
perca
o fôlego;
ð
lave
a alma e sua casa;
ð
prepare
o coração;
ð
abrace
pessoas;
ð
tenha
olhos brilhantes e um grande sorriso;
ð
vista
outros modelos;
ð
seja
curioso;
ð
lance
mão à curiosidade;
ð
silencie-se
às vezes e outras ações de vanguarda.
Não há FIM, há
uma virada, um processo, grande aprendizado e muita vida em todos os dias que
virão. APROVEITE a hora, a semana, o tempo, as pessoas, as emoções, o que
quiser. A ficção sempre nos engrandece e causa marcas na memória e na pele.
FELIZ capítulo 2018.
Profª
Claudia Nunes
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