terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O Misticismo e a Espiritualidade que habita em mim

O tempo é uma figura interessante. Por N motivos bons ou nem tanto, nós tocamos em territórios surpreendentes. O tempo mostra o quanto podemos mudar e viver um looping de coisas novas. Uma amiga me disse: “você precisa fortalecer sua espiritualidade”. Susto. Sou comum. Somos comuns. Como assim ‘fortalecer’ algo que pouco faz parte da minha rotina? Curiosa, fui em busca de autoconhecimento, pelo menos uma ponta dele. Osho afirma que “não há pessoas comuns”. E segundo eu sei, alguém em fortalecimento da espiritualidade causa estranheza, se sobressai na multidão e aguça a inveja. “Nenhum ser humano é comum, pois cada um de nós é sempre absolutamente único” (Osho, 2002). E esta unicidade encontra forças no envolvimento espiritual. Será? O tempo criou um racha em algumas das minhas crenças. Seres superiores estão em xeque sob meu olhar e, por isso duvido desse encanto e da mágica da espiritualidade. Sem destino certo, eu penso em espiritualidade, conforto e realidade. Nada a ver com nada. Mas é uma tríada que não me deixa ser comum. Parei para pensar um pouco mais, por outros caminhos: não sou repetição de nada, mas sou exigida em diferentes edições, sem roteiros prévios. E nestas situações, há um choque de realidade e um pit stop emocional obrigatório. E nestas situações sou a desconfiança em pessoa. “Eis o mistério da fé”. Segundo Osho (2002), eis a nossa verdade: somos todos místicos justamente porque esses caminhos interveem em nossas vidas rotineiramente. “Nós já nascemos místicos, pois cada um de nós carrega consigo um grande mistério que precisa ser compreendido, cada um de nós possui um grande potencial que precisa ser desenvolvido” (Osho, 2002). Então conclusão: a espiritualidade é território para viver o presente mantendo ligações com o futuro, o desconhecido, a esperança e as forças invisíveis, apesar de. Sou mística, então. Espiritualidade faz parte do meu show da vida. Em minha recusa da religiosidade ou da existência de seres superiores, sou detetive de mistérios da vida. Eu me movo rumo ao desconhecido, exploro novos territórios, aceito a aventura da vida apesar das perdas porque acredito que não acredito. E assim sigo experienciando pequenos rompimentos do looping do luto, dos vazios e da vontade de parar o movimento da vida com as seguintes senhas de acesso: admiração, assombro, propósito e muita curiosidade. Será que serei capaz? Não sei... mas, por enquanto, eu acredito em pães caindo virados para cima sempre...

 

Prof.ª Ms. Claudia Nunes (12.12.2021)

 

Referencia:

OSHO. Aprendendo a silenciar a mente / Osho. Tradução de Carlos Irineu Wanderley da Costa. — Rio de Janeiro: Sextante, 2002.

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