segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

APRENDENTES são capazes de tudo: basta pensarem!


No filme ‘Caminhos da Floresta’, ouvimos ‘cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade’. O pensamento é uma força motriz importante. O comportamento surge da elaboração das emoções em pensamento, daí, em muitos casos, a curiosidade e o poder criativo (ou destrutivo).

Em sala de aula, nós, professores, precisamos ‘ensinar’ nossos alunos a questionar, argumentar, influenciar e (se) transformar. Pensar pode levá-los à uma transformação significativa e constante.

No currículo, as áreas de saber tem um conjunto de informações que precisam de ajustes no dia a dia: não é possível lidar com todo o conteúdo; mas é possível formar redes fascinantes junto à realidade. Pensar impulsiona envolvimentos de informações diferentes (escolares, familiares, sociais, cotidianas) de forma que os alunos solucionem atividades.

Mesmo alunos de comunidades violentas, em que há desequilíbrios químicos, modelos fracos e certa ignorância informacional, tem, na força do pensamento, sua melhor oportunidade de ‘ser gente’ em sociedade. Pensamento, parar para pensar, concentrar-se, ter foco são atitudes que modificam a rede neuronal e estimulam capacidades intelectuais surpreendentes.

A prática pedagógica precisa provocar esse comportamento. Não há truques, nem receitas. As bibliotecas emocionais (lembranças) participam da sala de aula em potencia e necessitam serem tocadas, remexidas e liberadas como pensamento e atitude. Pensem num laboratório, cheio de experiências em andamento, o que fazer? Como revelar novas formas de pensar e agir? Como desenvolver um pensamento claro em torno das atividades? Professores precisam compreender, de pronto, como o aluno aprende e/ou de onde ele vem.

Comunidades têm dinâmicas vivenciais diversas (às vezes, bem violentas) e estas estão gravadas na memória dos alunos todos os dias. Essas dinâmicas intervêm ou interferem em seus comportamentos emocionais e cognitivos e alteram as leituras de mundo e os desejos de futuro. Há muita ilusão e fantasia. Há muita expectativa e indiferença. Há muita baixa autoestima e vontade de arriscar.

Alunos são contraditórios e isso pode ser aproveitado: práticas pedagógicas tocam nessas diferenças e provocam o pensamento. De forma oral ou escrita, o pensamento será descoberto e experimentado. E ai o professor ‘se aproveita’. A força do pensamento assim como a força de vontade, da atenção, da memória e do olhar humanos não devem ser entendidas como algo abstrato, intocáveis; elas devem ser pensadas, pelos professores, como algo real, vivo e atuante, capazes de influenciar as memórias individuais, entremear memórias coletivas e modificar os comportamentos. Pensar é movimento de causa e efeito.

Para cada efeito é uma causa correspondente, e isso é reconfortante para professores e alunos. Assim que o pensamento ganha movimento, as mudanças nutrem as ideias e estas alteram os pensamentos. Círculo virtuoso mesmo! Aprender a pensar ocorre por um círculo virtuoso! Quer experimentar mudar pensamentos de alunos em sua área de saber, professor? Experimente:

- formas de aproximação diferentes;
- crie desafios incoerentes (fora senso comum);
- evite respostas prontas;
- oportunize a participação dos pensamentos do grupo;
- mude a dinâmica física da sala de aula;
- brinque com a memória e com a atenção;
- introduza jogos de raciocínio;
- inclua os responsáveis em algumas atividades;
- utilize dinâmicas de grupo;
- explore medos, fantasias e desejos futuros;
- faça leituras de textos para pensar;
- liberte determinadas ações;
- trabalhe os corpos com os corpos;
- reconheça impossibilidades e ajude.

Profª Claudia Nunes


PORTEIRO DO PUTEIRO (autor desconhecido)


Uma história verídica, que traz lição para todos!
Não havia no povoado pior emprego do que ‘porteiro da zona’. Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro, um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento. Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções. Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever.
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora.
O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer? Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho. Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego. Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa. Como o povoado não tinha casa de ferragens deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que…
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
- Façamos um trato – disse o vizinho. Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou. Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.
E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’. Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas. Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc. E após foram os pregos e os parafusos…
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou
e disse:
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma:
– Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO.
Então diga seu nome para que possamos escrever ao menos na ata.
Meu nome é Valentin Tramontina, respondeu ele.


Essa história é verídica, e refere-se ao grande industrial Valentin Tramontina, fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição.

EMPATIA, exigência do mundo atual


Krznaric (2015, p.9): Uma revolução das relações humanas. Na atualidade precisamos do homo emphactivus mais do que do homo ‘vingativus’. Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais.

A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se desenvolve através da empatia, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma as decisões. Ser empático é ter afinidades e se identificar com outra pessoa. É saber ouvir os outros, compreender os seus problemas e emoções. Quando alguém diz “houve uma empatia imediata entre nós”, isso significa que houve um grande envolvimento, uma identificação imediata. O contato com a outra pessoa gerou prazer, alegria e satisfação. Houve compatibilidade. Nesse contexto, a empatia pode ser considerada o oposto de antipatia.

Com origem no termo em grego empatheia, que significava "paixão", a empatia pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos. A empatia é diferente da simpatia, porque a simpatia é majoritariamente uma resposta intelectual, enquanto a empatia é uma fusão emotiva. Enquanto a simpatia indica uma vontade de estar na presença de outra pessoa e de agradá-la, a empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer outra pessoa.

Na psicanálise, por exemplo, a empatia significa a capacidade de um terapeuta de se identificar com o seu paciente, havendo uma conexão afetiva e intuitiva. A empatia é, de fato, um ideal que tem o poder tanto de transformar nossas vidas quanto de promover profundas mudanças sociais. A empatia pode gerar uma revolução: uma revolução nas relações humanas.

Centenas de milhares de crianças em idade escolar aprenderam habilidades empáticas por meio do Roots of Empathy, um programa canadense de educação hoje também praticado na Grã-Bretanha, na Nova Zelândia e outros países, que coloca bebes em sala de aula e os transforma em professores. (pesquisar).

Estamos excessivamente absortos em nossas próprias vidas para dedicar muita atenção a qualquer outra pessoa.

Significado: empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas, e usando e4ssas compreensão para guiar as próprias ações. (...) A empatia é uma questão de descobrir esses gostos diferentes.

Patricia Moore, design de empatia. Ao sugerir mudar o design de uma geladeira para que esta se adaptasse a uma pessoa com artrite foi ignorada e ironizada. Daí resolveu experimentar ser uma mulher de 85 anos com todas as dificuldades da idade apesar dos seus 20 e poucos anos. Nada de fingir ser uma idosa, ela queria SER mesmo, daí incluir impedimentos no corpo e em alguns sentidos (óculos que borravam a visão; obstrução dos ouvidos; bandagens no torso = enrugada; braços e pernas com talas = impedir movimentos; etc.) para iniciar seu transito na cidade. Com isso projetou vários produtos inovadores que se prestavam a ser usados por pessoas idosas, inclusive aquelas com artrite, e todas as pessoas com deficiência quer tenham 5 ou 85 anos. Ela tornou-se a fundadora do design ‘inclusivo’ ou ‘universal’ = ‘modelo empático’.

A partir dessa atitude, há o reconhecimento da importância de se tentar olhar através dos olhos das pessoas que usarão os produtos que criam. Olhar através dos outros torna-se um esforço pessoalmente desafiador (às vezes divertido), mas tem extraordinário potencial como força de mudança social.

Empatia = compreensão de que o tamanho único não serve para todos.
           
A ideia de empatia não é nova. (...) Na última década porém, apesar da força da ideia de que somos criaturas egoístas por definição, preocupadas em se autoproteger, voltadas para os próprios fins individualistas, ela foi deixada de lado por evidências de que somos também homo emphathicus – fisicamente equipados para sentir empatia. E três frentes tornaram o avanço da empatia algo importante:

ð  Neurocientistas identificaram em nosso cérebro um ‘conjunto de circuitos da empatia’ com 10 seções que, se danificado, pode restringir nossa capacidade de compreender o que outras pessoas estão sentindo;
ð  Biólogos evolucionistas mostraram que somos animais sociais que evoluímos naturalmente para ser empáticos e cooperativos, como nossos primos primatas;
ð  Psicólogos revelaram que até mesmo crianças de três anos são capazes de sair de si mesmas e ver a partir de perspectivas de outras pessoas.



Pensar novas rotinas, novos desafios, novas ações, novas sensações. Cuidar de si mesmo está se tornando uma aspiração ultrapassada à medida que começamos a perceber que a empatia está no cerne do ser humano. Estamos no meio de uma grande transição da era cartesiana de ‘penso, logo sou’ para uma era empática de ‘você é, logo sou’.

Ainda assim, podemos ser fisicamente equipados para a empatia, ainda assim precisamos pensar em como ativar nossos circuitos. (ativar e qualificar = desenvolvimento). Sendo assim, uma leitura: pessoas extremamente empáticas se esforçam para cultivar seis hábitos (um conjunto de atitudes e práticas diárias que animam os conjuntos de circuitos empáticos em seus cérebros, permitindo-lhes compreender como outros veem o mundo) o melhor que podem, a saber:

Hábitos
Características
01
Acione seu cérebro empático
Mudas nossas estruturas mentais para reconhecer que a empatia está no cerne da natureza humana e pode ser expandida ao longo de nossas vidas.
02
Dê o salto empático
Fazer um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas – inclusive no de nossos ‘inimigos’ – para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas.
03
Busque aventuras experienciais
Explorar vidas e culturas diferentes das nossas por meio de imersão direta, viagem empática e cooperação social.
04
Pratique a arte da convenção
Incentivar a curiosidade por estranho e escuta radical, e tirar nossas máscaras emocionais.
05
Viaje em sua poltrona
Transportamo-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda de arte, da literatura, do cinema e das redes sociais na internet.
06
Inspire uma revolução
Gerar empatia numa escala de massa para promover mudança social e estender nossas habilidades empáticas para abraçar a natureza.
Fonte: KRZNARIC, Roman. O poder da empatia. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p.15. Acessado em 13.dez.2016.

Quase todas as pessoas possuem capacidade de empatizar ainda que nem todos a usem. Mas há pessoas com ‘zero grau de empatia’. Segundo Simon Baron-Cohen, psicopatas (que tem a capacidade cognitiva de entrar em nossas mentes, mas não estabelecem ligação emocional conosco = Hannibal Lecter) e pessoas com transtorno do espectro autista leve. Mas não vivemos num mundo insensível: a empatia é matéria em meio à qual nos movemos.

Só que neste momento da história estamos sofrendo um ‘déficit de empatia’ crônico, tanto na sociedade quanto em nossa vida pessoal. Há mais pessoas morando sozinhas e passando menos tempo envolvidas em atividades sociais e comunitárias que promovam a sensibilidade empática. No caso das redes sociais, elas são boas para disseminar informações, mas – pelo menos até agora – menos competentes em difundir empatia.

Violência urbana, política e étnica, intolerância religiosa, pobreza e fome, abusos dos direitos humanos, aquecimento global – há uma necessidade urgente de utilizar o poder da empatia para enfrentar essas crises e transpor as divisões sociais. Isso exige que pensemos sobre a empatia não apenas como uma relação entre indivíduos, mas como uma força coletiva que pode alterar os contornos da paisagem social e política.

Precisamos reconhecer que a empatia não apenas nos torna bons – ela nos faz bem, além disso. Segundo Stephen Covey afirma que ‘a comunicação empática’ é uma das chaves para o aperfeiçoamento das relações interpessoais. (...) O pensamento criativo também melhora com uma injeção de empatia, pois ela nos permite ver problemas e perspectivas que de outra maneira permaneceriam ocultos.

Patrícia Moore explica por que a empatia é tão importante: ‘a empatia é uma consciência constante do fato de que nossos interesses não são os interesses de todos muno e de que nossas necessidades não são as necessidades de todo mundo, e que algumas concessões devem ser feitas a cada momento. Não acho que empatia seja caridade, não acho que seja sacrifício pessoa, não acho que seja prescritiva. Acho que a empatia é uma maneira em permanente evolução de viver tão plenamente quanto possível porque ela expande nosso invólucro e nos leva a novas experiências que não poderíamos esperar ou apreciar ate que nos fosse dada a oportunidade’.

Empatia é o antídoto para o individualismo absorto em si mesmo que herdamos do século passado. Vamos pensar em uma era da ‘outrospecção’ na qual encontramos um melhor equilíbrio entre olhar para dentro e olhar para fora; ideia de descobrir quem somos e como devemos viver saindo de nós mesmos e explorando as vidas e perspectivas de outras pessoas. E a forma de arte essencial para Era da Outrospecção é a empatia. O movimento do pêndulo histórico equilibra melhor a introspecção aceitando o movimento de outrospecção. Precisamos de um movimento para fora do ‘eu’.

            Mas não sejamos ingênuos. A empatia não é uma panaceia universal para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas que enfrentamos em nossas vidas. É importante ser realista com relação ao que ela pode e não pode realizar. (...) a maneira mais eficaz de promover uma profunda mudança social não era pelos meios tradicionais da política partidária e pela introdução de novas leis e políticas, mas pela mudança do modo como as pessoas se tratavam umas às outras num plano individual – em outras palavras, por meio da empatia.

Referência:
KRZNARIC, Roman. O Poder da Empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.


Profª Claudia Nunes

ADOLESCÊNCIA: 'cabeças de vento' e irresponsáveis?


O ano letivo vai começar. De novo professores preocupados com seus planejamentos. De novo reuniões pedagógicas com informes burocráticos, de esperança, sobre projetos e mudanças de comportamentos. Estamos no ensino Médio. Nós reconhecemos um nível de dispersão e de dificuldade muito grande. Só que o ano começa, tudo começa e é necessário repensar a arquitetura pedagógica e as dinâmicas da sala de aula valorizando o que o aluno sabe. Reação: ‘mas eles sabem o que? Eles não querem nada!’ – afirma um professor. Choque. O aluno não quer saber de nada e por isso o professor não faz quase nada. Choque. É um choque. E a palavra DIFICULDADE torna-se uma tatuagem.
Ambos têm dificuldades. Há um social, econômico, político que desvaloriza o profissional e a formação; o saber e a juventude. DIFICULDADES. Nós todos temos dificuldades. Todos temos um nível de dispersão enorme. Todos estamos cansados das adversidades ininterruptas. Só que os alunos estão em desenvolvimento e em nossas mãos. Cérebros em expectativa de aprendizagem. Cérebros plásticos acessando constantemente às informações / estímulos inadequados. Cérebros emocionais em fraca rotação negativa.
Nós, professores, precisamos pensar nisso e reconhecer nossa importância diante dos próprios olhos. Nós nos formamos para trabalhar com as dificuldades, principalmente as emocionais. Autocontrole e controle inibitório são fundamentais. Linguagem, atenção e memória também. Então o que fazemos? Começamos. E recomeçamos.
Adolescentes estão mais imaturos; não tem autocontrole adequado; tem problemas emocionais; acessam ambientes disfuncionais; tem difícil motivação acadêmica, são bem distraídos; agem por impulso; são estratégicos e bem inteligentes; são proativos por interesse; amam desafios em grupo; são visionários; e precisam ser trabalhados constantemente. Adolescentes são complexos assim mesmo: tudo ao mesmo tempo agora de 13 aos 19 anos. Mas como estão em desenvolvimento, tem diferentes dificuldades de aprendizagem porque realizam diferentes imersões sociais. Temos indisciplinados, indiferentes, insolentes, agitados, tímidos, difíceis, sociais, malandros, falantes, imaturos, românticos, descrentes, violentos, amistosos, animados, ilustrativos, inteligentes e únicos. E todos precisam de aproximações afetivas, mediadas e desafiantes.
O paradigma escolar precisa ser quebrado. Não dá mais para classificá-los como tendo baixa inteligência, insolência ou preguiça, e seguir adiante sem fazer nada ou estigmatizando. A ansiedade é nossa. As expectativas são deles. E o embate é certo, forte e de todos. Que tal acreditar que eles são possíveis? Que tal reconhecer seus potenciais? Que tal conhecê-los? Sucesso é uma singuralidade construída por cada um de acordo com as ferramentas a que se tem acesso e de como são utilizadas em diferentes situações. Atenção: sucesso é motivação de uma singuralidade! Então onde estão as dificuldades?
“Para começo de conversa, o termo dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico” (SMITH, p.15, 2007). Alguém já pensou no que provoca nas mentes dos adolescentes conviver em ambientes violentos e barulhentos? O que pode afetar saber que um dos responsáveis está preso ou está na ilegalidade? Conviver com drogas na mesa de casa ou ser responsável por irmãos menores sendo menor? Estes e outros aspectos podem prejudicar o funcionamento cerebral e causar problemas psicológicos sérios. Somos o que lembramos. Somos o que não esquecemos. Somos o que efetivamente esquecemos. Somos o que decidimos lembrar e/ou esquecer. Somos tudo o que nos aconteceu e, em muitos casos, não sabemos o que fazer com isso. Nossa memória tem dificuldade também.
“As dificuldades de aprendizagem podem ser divididas em tipos gerais, mas uma vez que, com freqüência, ocorrem em combinações – e também variam imensamente em gravidade –, pode ser muito difícil perceber o que os estudantes agrupados sob esse rótulo têm em comum” (SMITH, p.15, 2007). Nós, professores, temos que ter elegância e delicadeza ao pensarmos em tocar a mente dos nossos alunos junto às suas áreas de saber. É sutil a possibilidade de transformar dificuldades em potencialidades e muita felicidade.
Prestem atenção! Todos são / somos capazes de aprender; mas será que nós professores somos capazes de tocar, moldar e transformar essas aprendizagens com destreza? Sim! E a tríade da ação docente é calma, tranquilidade e paciência! A velocidade do mundo não pode sobrepor a capacidade de o cérebro transformar estímulos em memória de trabalho. Nós temos que esperar o inesperado: um desempenho fora do comum ou inadequado. Este desempenho fará com que repensemos (nós, professores) todos os itens didáticos para que as formas de aprender sejam realinhadas e a autoestima torne-se uma linha ascendente. “Na maior parte do tempo, [as crianças] funcionam de um modo consistente com o que seria esperado de sua capacidade intelectual e de sua bagagem familiar e educacional, mas dê-lhes certos tipos de tarefas e seus cérebros parecem “congelar”” (SMITH, p.15, 2007).
É difícil! Elas se tornam inconstantes. E se desorganizam. Essa desorganização mental tem como comportamento, por exemplo, a distração. Elas são atraídas por outras informações do ambiente ou da imaginação. Então atenção: “...as deficiências que mais tendem a causar problemas acadêmicos são aquelas que afetam a percepção visual, o processamento da linguagem, as habilidades motoras finas e a capacidade para focalizar a atenção” (SMITH, p.15, 2007). Além disso, existem alguns outros comportamentos problemáticos e que interferem na aprendizagem, como:
ð Fraco alcance da atenção = perda do interesse, salto de uma atividade a outra, trabalhos inacabados, dificuldade para seguir instruções, imaturidade social;
ð Dificuldade com a conversação = inflexibilidade, teimosia, resistência, fraco planejamento e habilidades organizacionais, pequeno entendimento sobre o tempo, dificuldade em se organizar diante de múltiplas tarefas;
ð Distração = esquecimentos constantes, falta de destreza (desajeitada e sem coordenação), caligrafia péssima, inepta em esportes e jogos, falta de controle dos impulsos.

Condições sociais, ambientais e genéticas podem causar condições neurológicas disfuncionais, ou seja, dificuldades de aprendizagem. E isso não pode ser observado como mentira, esperteza, preguiça ou falta de esforço. É preciso compreendê-los de forma empática: colocar-se no lugar deles e no tempo deles e entender seus movimentos de aprender.
Algumas dificuldades de aprendizagem têm dificuldades emocionais relacionadas; daí a percepção de uma crescente frustração. As solicitações devem criar emoções positivas (proatividade). Exigir o que não conseguem ou forçar algo cuja mente não foi trabalhada para tal é criar um campo livre para a desistência de aprender. Eles precisam ser mediados sempre, mas do que ajudados. Senão, “muitos se sentem furiosos e põem para fora, fisicamente, tal sensação; outros se tornam ansiosos e deprimidos. De qualquer modo, essas crianças tendem a isolar-se socialmente e, com freqüência, sofrem de solidão, bem como de baixa autoestima. [Por consequência] adolescentes com dificuldades de aprendizagem não apenas estão mais propensos a abandonar os estudos, mas também apresentam maior risco para abuso de substâncias, atividade criminosa e até mesmo suicídio” (SMITH, p.16, 2007).
A sociedade precisa entender que seus jovens são inteligentes, estão ansiosos por aprender, são inquietos por natureza e que necessitam de carinho, compreensão e um olhar sincero sobre suas mentes, jeitos e possibilidades.

REFERÊNCIA:

SMITH, Corinne e STRICK, Lisa. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PLANEJAMENTO: orientação de aprendizagem


E lá vem o ano letivo de 2018. De novo é hora de pensarmos (nós, professores) em planejamentos. É hora de entendermos que temos a oportunidade de repensar um ano diferente com ações diferentes para aprendentes diferentes. Mas como fazer isso? Umaa ideia: vamos pensar nos recursos e instrumentos avaliativos. Um não pode ser escolhido sem o outro. Um tem como base os objetivos que vão favorecer positivamente o desenvolvimento do outro. Recursos e instrumentos avaliativos estão sempre integrados, mas nunca engessados. Mas, de novo, como fazer isso? Outra ideia: reconhecer que os aprendentes precisam evoluir cognitiva e emocionalmente em meio aos conteúdos das áreas de saber elencadas no currículo escolar. Se não há aluno igual, profissionalmente, nós, professores, também não precisamos ser iguais.

Um planejamento bem pensado em seus recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação favorece o bom andamento dos desempenhos educacionais, mesmo que cada tempo de aquisição das informações precise ser respeitado individualmente.

Planejamento é um levantamento prévio dos caminhos necessários / possíveis para que o aluno obtenha qualidade em sua formação acadêmica. Planejamento é um conjunto de alternativas pedagógicas para que os alunos tenham uma evolução cognitiva e emocional segura. Só que partamos do seguinte princípio: como todos somos diferentes (singulares por causa dos nossos contextos de interação – familiares), não há certo ou errado; há um processo de adaptação a cada situação didática. Nossos alunos merecem planejamentos mais atualizados, estudados, adaptados, prazerosos e estimulantes. Eles merecem planejamentos que se desenvolvam junto aos seus interesses, sonhos, curiosidades, contextos e vontades. Daí a necessidade de flexibilidade didática.

Ensinar é uma experiência integral e extremamente positiva cuja base-adaptativa é o conjunto emocional humano de aprendizagem. Em 2018 é importante que nós, professores, ousemos um pouco mais. Provas, testes, redações, seminários não tem a premissa da valoração total sobre o desempenho aprendente. Essa matemática enxuta não cabe mais. Estes são recursos válidos, mas de outro tempo e que precisam ser redimensionados dentro da sala de aula. Professor, você já experimentou criar uma tabela de participação e desempenho? Ou introduzir seus conteúdos a partir de uma roda de discussão ou de contação de história? Ou, por exemplo, a partir do 2º bimestre, oportunizar uma reorganização do planejamento junto aos seus alunos com projetos educacionais? Professor, se você sabe qual é a intenção / o objetivo do trabalho / da atividade, que tal oferecer espaço à proatividade dos alunos dentro das seqeuncias didáticas pensadas no planejamento?

Objetivos do professor e necessidades do aluno dialogam tanto no processo de planejar, quanto na ação das ações do planejamento. Ousar e transgredir são ações importantes aos jovens de hoje, por que não podem ser também às práticas de ensino, pelo menos vez por outra? A surpresa é uma das emoções mais importantes para três funções cognitivas: atenção, memória e linguagem. Logo é campo fértil para experimentação de novos recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação. Ou não?

Fevereiro vem chegando e o planejamento precisa ser desenvolvido com recursos e objetivos reais; com tipos de avaliação adaptados e/ou adequados. Não podemos querer inventar a roda todo ano ou reproduzir a vivência dos mamutes como sempre. Nós, professores, recebemos alunos de origens múltiplas e, dentro da sala de aula, a dinâmica deve favorecer justamente ao múltiplo com múltiplas atividades. Professor e aluno, protagonistas do processo de aprendizagem, devem dialogar e crescer: princípio da maturidade intelectual e emocional.

A experiência do planejamento em ação demanda a presença de outros valores como:

ð  Assertividade, autoconfiança e iniciativa;
ð  Entusiasmo, motivação e propósito;
ð  Respeito, ética e visão;
ð  Flexibilidade, escuta e organizado;
ð  Criatividade, diálogo e dedicação;
ð  Resultados, vontade e afeto.

E, pela terceira vez, como fazer isso?

ð  Pense e planeje antes de propor debates ou trabalhos em grupo, já que a realidade do aluno pode ser um grande interferidor das formas de participar;
ð  Reveja seus modelos educacionais, diante do grupo, principalmente a partir do 2º bimestre;
ð  Saiba negociar com clareza as regras, as rotinas e as agendas de atividades, já que o dia a dia do aluno, às vezes, interrompe um bom desempenho;
ð  Reconheça que discutir critérios junto aos alunos favorece o desenvolvimento mais realista das aprendizagens e o alcance mais rápido de resultados positivos;
ð  Liste os conteúdos mais importantes ou aglomere um conteúdo no outro, de forma que o processo de aprendizagem do aluno não seja fragmentado e, por fim, sem sentido;
ð  Pesquise e adapte recursos pedagógicos e instrumentos de avaliação de outros níveis de ensino ao contexto do seu grupo, afinal, nem todos tem prazer apenas na escrita, ou apenas na leitura; na prova ou no teste; no vídeo ou no desenho;
ð  Conheça logo no início do ano o que realmente seu aluno sabe (diagnóstico); compare com o que é necessário saber até o fim do ano (qualificação); e tome decisões que favoreçam os resultados finais esperados (resultados) com mediações pertinentes;
ð  Ignore estigmas, preconceitos, desempenhos passados e formas de aproximação docente aprendidas na formação profissional ou junto aos seus pares: você, professor, tem um grupo único sempre, aproveite e também SE repense;
ð  Desperte a curiosidade; estimule a criatividade e a participação efetiva; compreenda o sistema de recompensa (prazer, gosto) incluído na sala de aula; seja flexível e mais lúdico.

Todo processo de adaptação altera o funcionamento do sistema nervoso e causa a chamada neuroplasticidade. Toda abertura à flexibilidade pedagógica deve favorecer a flexibilidade cognitiva, um dos aspectos das funções executivas. Todo professor tem um joystick em mãos para experimentar jogadas diversas junto aos seus alunos e assim gerar novas respostas emocionais e cognitivas com mais qualidade. Todo jovem gosta de interagir com seus próprios conhecimentos, em meio aos colegas, de forma a conquistar um novo território, saber, etapa.

Professor, ao construir o seu planejamento 2018, ouse sucumbir às novas formas de se lidar com o cotidiano, remodele suas práticas sem receios, aprenda e inclua novos recursos pedagógicos, e ofereça formas de avaliação cujo envolvimento do aluno seja fundamental.


Profª Claudia Nunes

De Repente de Lá pra Cá e Dirrepente de Cá pra Lá (Portela 2018)

Enredo: De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá... #portela
Compositores: Samir Trindade, Elson Ramires, Neyzinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, J. Salles e Girão

Vamos simbora povo vencedor
Contar a mesma história
Sou nordestino, estrangeiro, versador
Eh eh eh viola…
Vem do arrecife oio azul cabra da peste
No doce do meu agreste, querendo se lambuzar
Oi o mar maré de saudade, oi o mar
Pedindo paz a Javé, perseguido na fé
O imigrante veio trabaiá
Oh saudade que vai na maré
Passa o tempo e não passa a dor
E um dia Pernambuco o português reconquistou
Luar do sertão, ilumina…


Pra quem deixou esse chão, triste sina
Ô cumpadi em seu peito leva um dó
Cada um em seu destino e a tristeza dá um nó (BIS)
Vixi Maria lá no meio do caminho
Tem pirata no navio
O pagamento não foi ouro nem foi prata
Essa gente aperriada foi, seguindo
Ô gira ciranda, vai a chuva vem o sol, deixa cirandar
Chega criança, homi, muié
No abraço dessa terra só não fica quem não quer (BIS)
É legado, é união, é presente, igualdade
É “Noviórque” pedestal da liberdade
A minha águia em poesia de cordel
22 vezes minha estrela lá no céu (BIS)
Lá vem Portela é melhor se segurar
Coração aberto quem quiser pode chegar (BIS)
Vem irmanar a vida inteira
Na campeã das campeãs em Madureira


2018: A EXPERIÊNCIA DE MUDAR...


Lá vem 2018. Há uma grande expectativa no ar. E a palavra de ordem é MUDANÇA. Há um esforço enorme para imaginar mudanças. Sim, nós, de novo, imaginamos e nos confortamos com isso. O mundo vem mudando há tempos e nós também. Daí, precisamos de estabilidade, inovação e oportunidade; senão mudar é uma ação somente da natureza humana.
Viver em sociedade, como sabemos, é ir muito além da Natureza. Nessa marcha, vamos além do corpo humano. Mudamos no corpo e na mente porque mudar significa que estamos nos relacionando. De qualquer jeito, virtual e presencial, estamos nos relacionando. A natureza conectiva precisa disso. Nossa neuroquímica precisa disso.


Em neurociência estudamos a NEUROPLASTICIDADE, isso é mudar toda a energia do corpo para mover o corpo e ser um corpo de qualidade em sociedade. É afetar, estimular e mudar outros jeitos de ser ser vivo humano mesmo reconhecendo nossa maior crença: a certeza da morte. Neuroplasticidade também é mudar as regras do sistema nervoso ao incluirmos múltiplas informações em sua sistemática. Então que venha 2018 e suas reais mudanças de toda sorte. Nós precisamos ressurgir da onda gigante de confusões e negações a que fomos submersos para sobreviver até 2017.
Como a palavra ADAPTAR, mudar pressupõe a palavra SOBREVIVER como nossa maior definição, todos os dias. Só que mudar como ação de qualidade exige observação e escuta. Mudar age como eliminador de sombras. Nada de reafirmar as sombras da caverna de Platão ainda que mudar seja assombroso mesmo. É o fora da caixinha; é saída da zona de conforto; é maturação lenta e gradual; é um ambiente sem garantias; é a contemplação das incertezas; é a sensação de insegurança; é o medo e a ansiedade; mas também é CRESCIMENTO.
A conexão humana é um fluxo de saltos ao crescimento às vezes de forma inconsciente e, em diferentes momentos, obriga-nos a mudar. E mudar precisa de motivos e objetivos: quais serão eles para 2018? Como bem sabe um compositor musical, mudar exige SUA PROPRIA musicalidade, cadência, rima e harmonia; e nada vem antes do tempo. Não podemos ter medo de nada, mas devemos entender que mudar é um DESAFIO (terreno pantanoso onde vivenciamos nosso imaginário e desejos) com atitude e mínimos bloqueios. É guerra!
Mesmo sem guerra vivemos em preparação para ela: mudar é aceitar outros movimentos que nos mantenham preparados para o que der e vier. Com treinos constantes, é GUERRA mesmo! E, em 2018, outra guerra nos espera já que somos homens questionadores e vivemos sempre junto a elementos da juventude como CURIOSIDADE, CRIATIVIDADE, VONTADE, ATITUDE e RISCOS. Estes elementos nos aproximam de precipícios, mas, de acordo com Shakespeare "a prudência é a melhor parte da ousadia". Eis os dois ‘Ps’ da contradição humana: precipício e prudência.
Mudar é ser prudente e mesmo assim invadir o desconhecido com estratégia. E como fazê-lo com poucos percalços? Entremos em paralelo com o OUTRO e, mesmo de esguelha, observemos comportamentos, atitudes, ideias, escolhas, relações, estudos e formas de felicidade. Livros, revistas, artigos, cursos, palestras, internet, também são importantes e boas moedas de troca; mas o OUTRO + formas de aplicação (experiência) são fundamentais para mudar, mudar e mudar.
Humanos entre humanos criam tendências, aderências, abrangências, ambiência, antecedência, audiência, benevolência, cadência e ciência de ser GENTE sendo gente, mesmo se a verdade não for obtida. Mudar então é busca e nessa busca não há controle, limites; apenas precisamos correr, de novo, na frente de nosso prejuízo nato: reconhecimento da morte. Sendo assim:
ð  Abra-se ao mundo. Aceite as diferenças. Reconheça outras verdades. Viva nossos ângulos e respirações. Experimente novas cores. Busque oportunidades. Dê linha em sua pipa de responsabilidades. Reformule suas vontades e objetivos. Estude muito. Relacione-se sem medo. Faça silêncios momentâneos. Planeje passos e prazos reais. Tenha atenção ao seu coração e intuição. Movimente-se. Reflita. Crie. Perca rumos. Conforte-se e desconforte-se sem culpa ou justificativa. Seja corajoso.

2018 é promessa, logo um pacto, um compromisso, uma obrigação cuja força à mudança desejada vem com o tempo, nas boas vibrações e a partir da nossa fé. A fé move montanhas? Não sei... Mas tenho certeza que ajuda a mover o corpo, lidar com os outros e criar mais emoções positivas de vida.
Que venha mesmo 2018!

Profa Claudia Nunes


Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...