quinta-feira, 7 de abril de 2016

206 'DEUS não joga dados com o universo'


Quando vivemos nossos sonhos precisamos ter muitos cuidados, principalmente em nossas relações. Nunca devemos ignorar a simplicidade de duas palavras: gratidão e humildade. Mesmo com rios de dinheiro ou holofotes de celebridade não podemos perder a noção de humildade. Nós voltaremos ao pó, mas vivemos a vida esperando não conviver em pó: sozinho, fluido, vagando e sem base afetiva. Precisamos da humildade. O sentido da gratidão é reflexo de nossa humildade sempre. Será que perdemos isso? Será que ficamos tão duros ao ponto de aceitar a soberba ao invés da humildade? Os tempos estão difíceis e confusos. Mas viveremos com os outros, e onde estará a amizade? Sem humildade, difícil ser amigo. Mesmo se alcançarmos todos os degraus dos desejos, os outros sempre serão a participação especial nesse processo. Precisamos ser humildes mesmo! E assumir a responsabilidade de, apesar de conquistadores, manter um olhar em nossos pés (casa, amigos, afetos) sem as prepotências dos ganhos obtidos. Sejamos humildes! Ninguém é melhor ou pior que ninguém. Dignidade, respeito e honestidade, por exemplo, são ganhos de homens de bem em todos os setores da sociedade. Fama, sucesso, dinheiro são importantes? Sim, lógico, mas há algo a se lembrar sempre: somos limitados, temos limitações, não somos perfeitos. E a modéstia, nossa melhor amiga e fonte de atitudes positivas, sempre nos possibilitará elevação espiritual, tão importante ao futuro quando fama, dinheiro e sucesso estiverem em outras mãos. Tenhamos humildade quanto ao modo de vida; às posses; ao jeito de agir e falar; às escolhas; às decisões; às formas de afeto das outras pessoas; afinal as experiências são diferentes e merecem nosso melhor sorriso, cuidado e respeito sempre. Humildade abre um leque para empatia e simpatia, e constrói uma vida quase isenta de solidões e mal-entendidos. Sim, os pouco humildes sofrem demais, afinal suas fraquezas estão disfarçadas com a chamada personalidade. Há uma capa fina os protegendo das invasões e das perdas. Os ‘sem humildade’ não sabem perder e por isso tem um manto de invisibilidade: são duros, marrentos e arrogantes. Perderam a noção do amor e da delicadeza com o próximo. E se desculpam porque a vida não lhes deu trégua até serem o que são. Pena! Triste! Sem humildade, as pessoas são encaradas como perigosas, invasivas, inúteis, descartáveis. Sem humildade, a tal personalidade se sente superior e, como um trator, passa por cima das pessoas, mesmo as que mais ama, sem lembrar que o amanha existe. Eles acreditam sinceramente que são melhores e não mais se lembram da virtude de um abraço simples, de um silencio respeitador, de um sorriso aberto ou de um papo livre de senões ou certezas absolutas. Sem humildade, a vida é uma tensão constante e cheia de orgulhos bestas. Por favor, sejamos humildes! Em meio ao sucesso, sejamos cordiais, hábeis e simples. Não há glória na solidão, nas inimizades, nos desencontros, nas perdas que a falta de humildade oferece. Todos somos iguais, apenas alguns souberam aproveitar as oportunidades da vida e alcançaram outros patamares de aprendizagem. Há de haver humildade para saber escutar, falar, sentir, rir, esperar, se desculpar, se abrir ao novo, ignorar pensamentos ruins, esvaziar-se de preconceitos e ser feliz junto, nunca separado. Humildade é a virtude central da vida em vida e para vida. Ela é testada todos os dias talvez para confirmarmos ou não nosso merecimento a partir de nossas atitudes e ações. Humildes, mas com atitude. Humildade, mas com elegância. Humildade, mas com limites e delicadezas. Não há rebaixamento nisso, é o reconhecimento humanizado e real de nossas falhas. Fertilizamos nossa vida através da humildade sem pieguice. Não neguemos esse sentimento. Não ignoremos sua força. Não descartemos sua enorme energia transformadora. Nossos sonhos podem ser realizados, mas exigem disciplina e simplicidade para construi-los objetivamente. A humildade se compromete, realiza, alcança, conquista, compartilha e nos disponibiliza para saber mais e melhor junto com os outros. Humildade é junto; o orgulho é separado e estagnado. Não há movimento no orgulho. Sofremos da aparência do movimento porque nos orgulhamos de quem somos e do que conquistamos; quando deveríamos aprender e agradecer o tempo de luta até reconhecermos quem somos e o que conquistamos. Sejam sociais e menos possessivos. Nada é seu; tudo pode favorecer a todos. Não desejemos grilhões; desejemos portas abertas e um livre trânsito de emoções e pessoas que possam nos ajudar a continuar crescendo: isto é humildade! Se o mar quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado. Sócrates já dizia ‘só sei que nada sei’. Este é o ponto da humildade. Esta é nossa busca eterna: sonhar, agir, aprender e conquistar sem escravidões orgulhosas. Humildade é um valor, não uma condição: e é para vida toda. Àqueles com humildade sabem que nada sabem e procuram aprender sempre; sabem dar valor a quem lhes ajuda ou ajudou; sabem conviver com as diferenças sem exigir que provem quaisquer coisas ou que o outro seja o que não é. Pessoas, sejamos humildes e, com certeza, nosso mundo entrará em uma rotação mais positiva e feliz com a Naturezal. Aproveitem, afinal, como afirma Einstein, ‘Deus não joga dados com o universo!’.  Claudia Nunes

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