Quando vivemos nossos sonhos
precisamos ter muitos cuidados, principalmente em nossas relações. Nunca
devemos ignorar a simplicidade de duas palavras: gratidão e humildade. Mesmo
com rios de dinheiro ou holofotes de celebridade não podemos perder a noção de
humildade. Nós voltaremos ao pó, mas vivemos a vida esperando não conviver em
pó: sozinho, fluido, vagando e sem base afetiva. Precisamos da humildade. O
sentido da gratidão é reflexo de nossa humildade sempre. Será que perdemos
isso? Será que ficamos tão duros ao ponto de aceitar a soberba ao invés da
humildade? Os tempos estão difíceis e confusos. Mas viveremos com os outros, e
onde estará a amizade? Sem humildade, difícil ser amigo. Mesmo se alcançarmos
todos os degraus dos desejos, os outros sempre serão a participação especial
nesse processo. Precisamos ser humildes mesmo! E assumir a responsabilidade de,
apesar de conquistadores, manter um olhar em nossos pés (casa, amigos, afetos)
sem as prepotências dos ganhos obtidos. Sejamos humildes! Ninguém é melhor ou
pior que ninguém. Dignidade, respeito e honestidade, por exemplo, são ganhos de
homens de bem em todos os setores da sociedade. Fama, sucesso, dinheiro são
importantes? Sim, lógico, mas há algo a se lembrar sempre: somos limitados,
temos limitações, não somos perfeitos. E a modéstia, nossa melhor amiga e fonte
de atitudes positivas, sempre nos possibilitará elevação espiritual, tão
importante ao futuro quando fama, dinheiro e sucesso estiverem em outras mãos.
Tenhamos humildade quanto ao modo de vida; às posses; ao jeito de agir e falar;
às escolhas; às decisões; às formas de afeto das outras pessoas; afinal as experiências
são diferentes e merecem nosso melhor sorriso, cuidado e respeito sempre.
Humildade abre um leque para empatia e simpatia, e constrói uma vida quase
isenta de solidões e mal-entendidos. Sim, os pouco humildes sofrem demais,
afinal suas fraquezas estão disfarçadas com a chamada personalidade. Há uma
capa fina os protegendo das invasões e das perdas. Os ‘sem humildade’ não sabem
perder e por isso tem um manto de invisibilidade: são duros, marrentos e
arrogantes. Perderam a noção do amor e da delicadeza com o próximo. E se
desculpam porque a vida não lhes deu trégua até serem o que são. Pena! Triste!
Sem humildade, as pessoas são encaradas como perigosas, invasivas, inúteis,
descartáveis. Sem humildade, a tal personalidade se sente superior e, como um trator,
passa por cima das pessoas, mesmo as que mais ama, sem lembrar que o amanha
existe. Eles acreditam sinceramente que são melhores e não mais se lembram da
virtude de um abraço simples, de um silencio respeitador, de um sorriso aberto
ou de um papo livre de senões ou certezas absolutas. Sem humildade, a vida é
uma tensão constante e cheia de orgulhos bestas. Por favor, sejamos humildes!
Em meio ao sucesso, sejamos cordiais, hábeis e simples. Não há glória na
solidão, nas inimizades, nos desencontros, nas perdas que a falta de humildade
oferece. Todos somos iguais, apenas alguns souberam aproveitar as oportunidades
da vida e alcançaram outros patamares de aprendizagem. Há de haver humildade
para saber escutar, falar, sentir, rir, esperar, se desculpar, se abrir ao
novo, ignorar pensamentos ruins, esvaziar-se de preconceitos e ser feliz junto,
nunca separado. Humildade é a virtude central da vida em vida e para vida. Ela
é testada todos os dias talvez para confirmarmos ou não nosso merecimento a
partir de nossas atitudes e ações. Humildes, mas com atitude. Humildade, mas
com elegância. Humildade, mas com limites e delicadezas. Não há rebaixamento
nisso, é o reconhecimento humanizado e real de nossas falhas. Fertilizamos
nossa vida através da humildade sem pieguice. Não neguemos esse sentimento. Não
ignoremos sua força. Não descartemos sua enorme energia transformadora. Nossos
sonhos podem ser realizados, mas exigem disciplina e simplicidade para
construi-los objetivamente. A humildade se compromete, realiza, alcança,
conquista, compartilha e nos disponibiliza para saber mais e melhor junto com
os outros. Humildade é junto; o orgulho é separado e estagnado. Não há
movimento no orgulho. Sofremos da aparência do movimento porque nos orgulhamos
de quem somos e do que conquistamos; quando deveríamos aprender e agradecer o
tempo de luta até reconhecermos quem somos e o que conquistamos. Sejam sociais
e menos possessivos. Nada é seu; tudo pode favorecer a todos. Não desejemos
grilhões; desejemos portas abertas e um livre trânsito de emoções e pessoas que
possam nos ajudar a continuar crescendo: isto é humildade! Se o mar quisesse
ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria
uma ilha. E certamente estaria isolado. Sócrates já dizia ‘só sei que nada
sei’. Este é o ponto da humildade. Esta é nossa busca eterna: sonhar, agir,
aprender e conquistar sem escravidões orgulhosas. Humildade é um valor, não uma
condição: e é para vida toda. Àqueles com humildade sabem que nada sabem e
procuram aprender sempre; sabem dar valor a quem lhes ajuda ou ajudou; sabem conviver
com as diferenças sem exigir que provem quaisquer coisas ou que o outro seja o
que não é. Pessoas, sejamos humildes e, com certeza, nosso mundo entrará em uma
rotação mais positiva e feliz com a Naturezal. Aproveitem, afinal, como afirma
Einstein, ‘Deus não joga dados com o universo!’. Claudia
Nunes
O mundo é desconhecido e estou desbravando a mim mesma para aceitar o mundo como ele é. Como professora (Estado), Tutora em cursos de EAD, Revisora de Material Didático e MESTRE em Educação (UNIRIO), estou seguindo a vida fazendo o que gosto, como gosto e com quem gosto muito. Escrevo e publico textos para me esvaziar de mim e poder aceitar o Outro como vier. De resto meu vicio é o mundo virtual, ainda que eu nao seja dissimulada. Mutante? Isso! Eu gosto de ser mutante!
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