quinta-feira, 7 de abril de 2016

POESIAS 188, 192, 194, 195, 203

188 (11.01.16) Deus dará
Um dia precisamos dizer adeus
Não há aprendizado para isso.
A vida se apresenta firme
E tudo o que doeu
Precisa dizer adeus.
De uma hora para outra
Acabam manhas e manias;
Chatices e bobices;
Senões e fantasias;
Amores e dinastias.
A lei é dizer adeus.
A esperança passou,
O medo sumiu,
Na frente dos olhos
Apenas a necessidade de dizer adeus
Com choro ou desejos
Pendências ou cortejos
Lamentos e apreços.

Quando se diz adeus
A Deus
Dará.
Claudia Nunes

192 (12.01.16) Alma
Olhares que se encontram
Quando a dor desencanta
São sentidos desembaraçados
Pela vida mercante que canta
Se no caminho se chocam
Melhor o silencio andante
O respeito ululante
E os abraços refrescantes
É preciso recompor os amantes
Pra uma luta incessante
E uma sobrevivência rompante
A maturidade é isso
Olhares que se encontram
Com promessas veladas
A vida baseada,
Assim dizem
Revivem
Transgridem
Progridem

Animem
Animas
Alma
Claudia Nunes

194 (12.01.16) Hall de Hospital
Encontros e choros
Choros e amizades
Amizades e imagens
Imagens e memória
Memória e medo
Medo e ansiedade
Ansiedade e vazio
Vazio e silencio
Silencio e ruído
Ruído e dor
Respiração
Morte
Morte?
Outra vida
Sempre vida
Claudia Nunes


195 (12.01.16) De fé
A magia se fez
Quando o coração se refez
Não há primeiros nem últimos
Há os presentes
Presentes de vida,
De sorrir e de chorar.
Nada é tão importante
Do que as presenças
E os eternos presentes
Impossível resistir
Fingir ou iludir:
Os presentes são a moda
E nossa responsabilidade.
Diante de portas fechadas
Mentes e presentes
De sempre
De frente
Enfrente
Frente
Entes
De fé
E a pé.
Claudia Nunes

203 (29.01.16) SURPRESAS

Sem destino certo
Encontrei um mundo no lixo
Um lixo de sombras e alegrias
Sujeiras, risos e esperanças.

A surpresa derreteu a negação
E pude simplesmente olhar e viver.
Esse é o lugar das oportunidades!
Crianças brincavam na lama;
Crianças, bolas de gude e bolas de meia;
Crianças, piqueta e pega-pega;
Crianças, amizades e muito calor;
Eram pequenas e grandes;
Felizes, sujas e sortudas.

A surpresa travou minha fuga
E o impulso ‘falou’ mais alto.
Eu corri ao encontro da alegria e dos sonhos!
Impossível iludir os sentidos
Quando a força da verdade nos sufoca.
Os gritos mudaram meu coração
E eu não pude fugir

A surpresa desesperou meu cotidiano
Trouxe inverno às minhas certezas e rotinas
E gelou tudo o que era ‘de sempre’ e correto.
Sem blefes, manchas ou fumaças,
Juntei abraços e encontrei beijos.
Assumi o entusiasmo das pernas alegres
E ocupei meus dias de grandes abraços.

O vento não deixou de soprar
E ninguém parou de sofrer
Mas sem as surpresas da vida
Não há evolução e nem viver.

Claudia Nunes

Nenhum comentário:

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...