segunda-feira, 2 de julho de 2018

Comunicação Veloz

COMUNICAÇÃO VELOZ
O Homo sapiens conquistou o mundo, acima de tudo, graças à sua linguagem única, e dominaram o resto do planeta (por terra e pela água). A partir de 70 mil anos atrás, segundo Harari (2015), o Homo sapiens começou a fazer coisas muito especiais: invenção dos barcos, lâmpadas a óleo, arcos e flechas, e agulhas (essenciais para costurar roupas quentes); além dos primeiros indícios incontestáveis de religião, comércio e estratificação social. Desta forma, a maioria dos pesquisadores acredita que essas conquistas sem precedentes foram produto de uma revolução nas habilidades cognitivas dos sapiens.
Em muitos casos, de acordo com Harari (2015), “mutações genéticas acidentais mudaram as conexões internas do cérebro dos sapiens, possibilitando que pensassem de uma maneira sem precedentes e se comunicassem usando um tipo de linguagem totalmente novo. Poderíamos chamá-las de mutações da árvore do conhecimento”.
Saltando milhares de anos. Eis a Revolução Industrial. Máquina a vapor reinventando tecnologias, principalmente nos meios de comunicação e de transporte. Reconfiguração de dois conceitos: VELOCIDADE e TEMPO. Nós diminuímos as distancias e estabelecemos novo padrão de tempo. A percepção de realidade e a vivência cotidiana ganharam velocidade. Foi mágico! E nós nos encantamos! De novo, como num espelho, nós nos orgulhamos de nossas próprias invenções e as incluímos rapidamente em nosso cotidiano. Nome disso? EVOLUÇÃO!
Nós, seres vivos humanos, criamos outros ambientes de convivência e representação em que nos vemos, espelhamos, descartamos e crescemos. Mas, diante da velocidade (e o encurtamento das distâncias), hoje, percebemos que nosso espelho tem dois lados, às vezes côncavos, às vezes convexos; e isso redimensiona aspectos contraditórios desta evolução: há um desejo de melhorar, de obter qualidade das relações, muitas vezes, visando o futuro; mas também há uma profunda desconexão humana (emocional e física) cujo resultado é um constante desafio à construção das relações, aprendizagens, formas de comunicação e de interação.
Ainda assim, ainda que as contradições existam, de acordo com Harari (2015), “o Homo sapiens é, antes de mais nada, um animal social”. Ou seja, antes de quaisquer aceitações (ou estranhamentos) na/com a vida, para sobreviver, nós precisamos do Outro. Nós precisamos saber “quem em seu bando odeia quem, quem está dormindo com quem, quem é honesto e quem é trapaceiro” etc. Nós nos comunicamos e precisamos saber quais emoções geram informações para que o convívio se mantenha e certas estratégias sejam pensadas e repensadas para aprender e continuar vivendo.
Sobreviver surge como uma questão de adaptação social.
Somos sofisticados e versáteis justamente por causa de nossa natureza sobrevivente.
Profª Claudia Nunes

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