terça-feira, 15 de março de 2022

SANCHA, a vida e sua maturidade

             Toc toc, é a vida. Sem aviso, a vida bate e entra em casa. Não há preparação. Não precisa de convite. Ela entra, muda tudo de lugar e vai embora. Ela não se interessa pelas pessoas. Ela é parceira do tempo. E temos que aceitar que vez por outra ela vai voltar para sacudir a rotina. Na garagem de casa, dentro do seu carro, Sancha escuta música. Está cansada de tentar ser forte. Muito cansada. A música lhe acalma. A música ajuda a pensar. Mais do que força, ela precisa de maturidade. A vida é assim: apenas exige. Ou você sobrevive ou se deprime. Não há meio termo. Enquanto crescemos, maturidade é a palavra de ordem. Maturidade já ajustes que fazemos por dentro de nós todas as vezes que a vida atravessa nosso caminho de maneira abusada e sem pedir licença. Alguns chamarão equilíbrio emocional. Sancha gosta de maturidade apenas, sem adjetivações. Chega de limites. Respirando profundamente, ela aceita: maturidade não se refere à idade; ela se refere às estratégias aos quais nos acessamos para lidar com a sociopatia da vida. E de pronto, ela também aceita: estratégia só podem ser pensadas se nossas emoções são entendidas. Maturidade e autoconhecimento. Interessante. No tempo, nós crescemos, nos desenvolvemos e amadurecemos. A sociopatia da vida também ajuda nisso. Ela é provocadora. Toda hora temos que reconhecer: não há sentimento maior do que o amor próprio. Nem caminho mais real do que o ‘em frente’. Só que a ausência de emoção da vida provoca surpresas às rotinas e estas surpresas exigem trabalho, esforço, profundas respirações e autoconhecimento para a realização do próximo passo.  Não é fácil. A vida é sociopata e histérica. Suas ações exigem resposta a seguinte pergunta: como você vai encarar a nova realidade agora? Ou: quais recursos emocionais você para encarar a nova realidade e sobreviver? No amor ou na dor, a vida vai lhe obrigar a encarar encruzilhadas assustadoras e dolorosas. Então, no radio, Sancha escuta: “antes de tomar um rabo de arraia em seus hábitos”:

- Aprenda a dizer adeus;

- Reveja seus medos e erros;

- Estabeleça limites no geral;

- Tenha espaços de liberdade;

- Agradeça ao passado sempre;

- Aprenda a fechar ciclos;

- Afaste-se de quaisquer toxicidades;

- Sabia respirar antes de decidir;

- Conheça verdadeiramente suas emoções;

- Pare de reclamar;

- Envolva-se mais com sentimentos empáticos;

- Observe melhor as pessoas ao seu redor;

- Reconheça seus limites;

- Alimente sorrisos e abraços;

- Assuma o controle de sua vida

           

Sancha sorri, desliga a música e vai limpar sua casa. Da casa ao coração, a vida tem que aprender que humanos sabem sobreviver aos seus abusos.

 

Prof.ª Claudia Nunes (07.04.2021)

 

 

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