Em tempo: decisões. Em tempo: antes de decisões, indecisões. Antes de tudo: o que falar? Para quem falar? Como falar? E paciência para ver o tempo passar. Resultado: ou arrependimento, ou conquista. Sancha se sentia numa encruzilhada: para decidir, controle emocional. Ela já tivera aula disso: autocontrole, apesar dos riscos desconhecidos de uma decisão. Andando na beira da praia, ela pensar em como dar os próximos passos. Ela precisava aproveitar a viagem de cruzeiro em que sua vida e pessoas estavam. Não adiantaria irritação, autoridade ou rigidez. Quando algumas pessoas participam de sua vida, maleabilidade emocional é fundamental. Como aprendera no curso de meditação holística, respiração dá qualidade aos investimentos emocionais e facilitam a tomada de decisão. Por dias, ela procrastinou; não moveu palhas ou alfinetes; pensando em perfeição. Sim, ela tinha mania de perfeição, inclusive para gerir sua vida. Só que agora, decisões determinariam três vidas e ela precisaria ser paciente, humilde e boa ‘escutadora’. Na praia, ela se organizava emocionalmente. Sempre fora assim. Quando situações tensas se apresentavam, ela fugia para praia ou livraria. Não haveria possibilidade de ser impulsiva. Hora da escuta sensível e da flexibilidade cognitiva. “Nossa que bonito pensar assim, mas na vida real...” – sorria ela. Heureka! Heurística! Eis a solução. Atalho mental para se decidir de forma lúcida e rápida. Ainda assim atenção às emoções, principalmente a surpresa, sentimento, que ligado a outro, responde por comportamentos errôneos ou inadequados, e uma vida cheia de desculpas. Na praia, ela quer a consciência e certezas. Heurística encurta as decisões e ainda assim ‘todo cuidado é pouco’. Três pessoas com experiências e interesses diferentes. Três pessoas inseguros e pensando em várias propostas. Sancha sabe: tomar uma decisão exige um esforço absurdo à memória. A busca por informação correta é árdua e cansativa; mas vale a pena. Toda tomada de decisão reajusta nossas formas de aprendizado e qualificam nosso pensamento estratégico. Então heurística e praia: levantamento mental e emocional dos riscos e benefícios; dos sentimentos bons ou nem tanto; da possibilidade de um futuro em paz. Sancha sempre foi menos coração, porém, agora, ser positiva e subestimar riscos não vai dar certo. Ela precisava pensar nas três pessoas sem perder sua razão ou autonomia. Na volta da praia, ela já tinha feito um apanhando sobre as personalidades e temperamentos das duas pessoas. Respiração acelerada e tantas lembranças estranhas. Muitas desvantagens. Muitos riscos. Muitas dúvidas. Mais do que as decisões, ela precisaria pensar no ‘depois’. Ela não agradaria, mas a possibilidade de sentir-se bem era uma certeza maior. Mais do que decidir, havia o risco de viver o ‘pós-decisão’. Sancha estava inclinada a ser ela sem ansiedade. Ela precisa ter respeito a si mesma. Seja como for, as pessoas estão longe de serem a máquina racional que alguns aspiram ser. Queiramos ou não, nossa mente está preparada e predisposta a tomar a decisões de maneira rápida e utilizando apenas uma parte da informação. Então tudo bem. “Alô? Lucas? Liga da Ivandra e venham tomar café. Tomei uma decisão e quero que pensem sobre isso. Nossa mãe não gostaria que brigássemos”.
Prof.ª
Claudia Nunes (08.04.2021)
Nenhum comentário:
Postar um comentário