terça-feira, 15 de março de 2022

Tempo dos ‘caras fechadas’: cuidado!

           ‘Eu não sei vocês, mas estou num tempo de pequenas negatividades estranhas a mim. Nunca passei por isso, mas agora entendo inclusive quem passa pela depressão ou síndrome do pânico. Sempre estive ao largo de pessoas que tendem a ver sempre o copo vazio. Nunca entendi o porquê desses jeitos, mas essas pessoas existem em profusão. Estar perto dessas pessoas agonia, cansa, desmotiva. Eu não sei vocês, mas hoje a vontade de fugir de mim é real. Sei que o sentimento é normal, acontece e passa. Só que é estranho”. Sancha está no supermercado e ao ver pessoas de caras fechadas, tem um lampejo: “eu estou assim”. Que loucura! O sorriso está perdido. As reclamações tomam café com as famílias. O medo é parceiro do vírus. Caras fechadas! Um desserviço às almas ao redor. Caras fechadas são contagiosas. Caras fechadas geram doenças. No meio do setor dos queijos e leites, Sancha observa as pessoas e a si mesma: muitas caras fechadas.

Em sua maioria, as pessoas são boas, afetuosas, sorridentes e estão ali resolvendo a própria vida, mas suas experiências de vida e de morte criaram memórias dolorosas, estigmatizadas, descrentes. Caras fechadas e as experiências, dupla de ligação direta.  “Logico que reconheço que a vida não é perfeita, mas será que, em nenhum momento, houve um desejo mais forte de torna-la melhor?” – Sancha caminha pensando e sem pegar nada.

Caras fechadas e a incapacidade de sentir luz no fim do túnel ou sol dentro de uma caverna. Sempre são as sombras que fortalecem seus sentimentos e suas ações. É quase um vício. Caras fechadas e tempestades, escuridão, seriedade, revolta, descrença, tempo nublado, indelicadezas, desrespeito. O que fazer para ajudar ou mudar? Talvez desafiá-las a mudar olhares sobre alguns pontos da vida; motivá-las a lidar consigo mesmas de outra forma; incentivá-las a compreender a força do coletivo; etc. Estas são opções em que os vínculos de qualidade com a vida podem se estabelecer. E, no supermercado, essas pessoas estão ainda mais solitárias. Elas não se tocam ou se olham. Ali não há empatia; apenas apatia e consumismo; e Sancha se sente triste. “Eu não quero ser isso!”. Portanto atenção:

- Não se preocupe com bobagens;

- Não sejam dramáticos;

- Não alimente amarguras;

- Não despreze as pessoas;

- Não ignore pequenas situações positivas;

- Não se concentre no pior;

- Aceite elogios, ajudas, abraços;

- Não aceite autossabotagem;

         - Interesse-se pelos sentimentos alheios;

         - Experimente aventuras: arrisque-se;

         - Aprende coisas novas;

         - tenha mais paciência consigo mesmo;

 

Sancha não sabe bem o que fazer, mas sabe que uma decisão positiva deve ser mantida por tempo indeterminado para que cérebro e mente possam aceita-la como rotina. É a diferença entre se manter em preto e branco ou colorir o tempo sem tempo para curtir dissabores, principalmente, do passado.

Na fila, duas senhoras tinham dois pacotes em mãos. Sancha as chama e cede o lugar. Os caras fechadas reclamam, mas Sancha olha, abre os braços e sorri. Em tempo de dias cinza, precisamos de milhares de razões para agradecer; por isso, acalme seu coração e agradeça a quem quer que seja, mesmo os caras fechadas.

 

Prof. Claudia Nunes (07.04.2021)

 

 

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