terça-feira, 15 de março de 2022

Será que temos mesmo a capacidade de nos curar?

              Em isolamento social, Sancha pensa nisso. Sozinhos, encavernados, limitados, nosso corpo está em desequilíbrio; nossa mente navega em pensamentos sinistros; nossas vontades não tem para onde ir. Em tempo de vírus descontrolado, desequilíbrio é a palavra-chave. De novo, Sancha toma seu café sozinha e pensa no que fazer pelas próximas horas. De novo tenta controlar sua vontade de nada pelo dia. Na literatura surgem temas como positividade, resiliência, empatia, controle emocional. Temos a certeza de que Descartes estava errado: corpo e mente não são realidades separadas ou opostas. Somos o que sentimos e o que sentimos tem fundamento na sinergia entre corpo e mente. E nesse momento, a luta é feroz. Nós perdemos o controle. Nossa saúde mental é uma peneira e nosso inconsciente tem sido atingido brutalmente por estímulos que geram alteração nas emoções. Sancha reconhece que o tempo trouxe males estranhos. Ou, ao menos, a sensação de descontrole neuroquímico, psíquico e físico gerando males estranhos. E o corpo fala, grita, berra. O corpo não aguenta mais. Humanos não gostam mais de cavernas. Humanos não ficam em esconderijos, mesmo os mais seguros. Humanos experimentam, arriscam, desejam. E a panela de pressão do isolamento está a ponto de explodir. Sancha e psicossomática. Sancha e o cérebro primitivo (reptiliano). Sancha e mais um café. O café liberta sua alma e descansa suas ânsias. Será que temos mesmo a capacidade de nos curar para viver o tal ‘novo normal’? Sem resposta! Sancha tem apenas um sorriso de desconfiança. A mente precisa de mais do que remédios, mesmo da medicina alternativa; ela precisa de propósito, perseverança, positividade, investimento e outros estilos de vida. Em tempos pandêmicos, nós estamos desafiados em nossa criatividade e imaginação, e somos provocados a mostrar nosso cerne como diferença entre a vida e a morte, diante de uma penetra abusado: o vírus. Então café, corpo e mente são uma unidade invisível que deve encouraçar nossos pulmões e nos manter convidados nesta ‘festa pobre’ chamada vida terrena. Será que temos mesmo a capacidade de nos curar? Sim! Aproveitemos o isolamento para escutar o corpo; aumentar a ingestão de agua; fazer atividade física; ler e escrever; diminuir os remédios; cantar, dançar, ouvir música; e nos perguntar: para que nossa mente decidiu sentir os dias de hoje por tal jeito?

 

Prof.ª Claudia Nunes (07.04.2021)

 

 

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