sábado, 9 de novembro de 2019

FLUTUAR sem controle é um direito!



Sem querer você se nega. Sem querer e, de repente, você se esconde. De novo e de novo, você não acredita em você, e rola a vida como olha paginas de um livro de forma indiferente e sem gosto. Vagando pelos dias, você ignora os espelhos, as próprias realizações e as palavras de confiança. Você só caminha porque ainda não encontrou onde parar. Você está morta de cansada, pensando em medos e incertezas, e criando distancias aos antigos objetivos. Motivos há de sobra. Para você, motivos há de sobra. O túnel está escuro, mas não dá para parar. Não há como fugir. Não há atalhos ou outro caminho. Não há o desejo de saltar ou mudar o rumo. Você só quer que lhe deixem em paz para caminhar para o nada ou qualquer lugar, ainda que desacreditando em si mesmo ou em bonanças futuras. Você quer flutuar em sua solidão e simplesmente observar. Nada de aprender, apenas observar esse tempo chato, ímpar, incoerente. Será que você não tem esse direito? Você não quer a ignorância da felicidade eterna e controlada. Algo ocorreu. Algo lhe derrubou. Algo se fechou dentro de você. Nada precisa ser feito, além de só seguir, sem perturbações. Há momentos na vida em que os esconderijos são formas de autoconhecimento e de possibilidades, nunca de autossabotagem. Se uma onda gigantesca lhe alcançou, abandone-se e sinta onde você pode chegar sem amarras ou controles. Tudo foi sem querer, mas tudo pode ser querido, apesar da falta de roteiro. Você tem esse direito. Então:

1.      Siga e faça mesmo tudo sozinho sem se importar com a opinião alheia;
2.      Sinta-se certo em suas atitudes e opiniões, afinal atitudes e opiniões são reflexões da sua experiência de vida, nunca do outro;
3.      Pare, pense e deixe coisas para lá: o inacabado é um território possível de se retomar um tempo de mais e maior conforto pessoal. Às vezes ciclos entreabertos são bons portos seguros;
4.      Não tenha medo das conquistas. Sozinho, tenha atenção e medo das pessoas que observam seu caminhar e não se ajustam a sua felicidade;
5.      Vez por outra apresente sua humanidade: grite, berre, chute o balde, xingue, faça-se de vítima, faça drama, ignore o simples e complique mesmo; você precisa dessa paz / liberdade / descanso;
6.      Viva seu tempo de solidão como forma de recomposição emocional sem criar estratégias para se superar, afinal o agressivo, o repulsa, a dor, a impulsividade e a infantilidade também remodelam memórias e comportamentos.

Não escolha sofrer; mas, sofrer é ação independente de sua vontade, encare como um humano de qualidade ou como pista às suas capacidades mais sérias. Este é o verdadeiro autoconhecimento e a intensa aprendizagem de vida. Você tem esse direito!

Profª Claudia Nunes (02.09.2019)

Nenhum comentário:

Nada nunca é igual

  Nada nunca é igual   Enquanto os dias passam, eu reflito: nada nunca é igual. Não existe repetição. Não precisa haver morte ou decepçã...