Vendo de novo o
documentário ‘Quem somos nós’. E, de novo, pensando: ‘quem somos nós’
realmente. Hoje estou diante da Srª. Certeza Ruim e velhas perguntas
existenciais ficaram pululando em minha mente dia todo. Sempre é assim. É uma
febre infecciosa quando me deparo com a Srª Certeza Ruim. Ela atrapalha a vida
do dia. Nada é mais simples. Falta algo / alguém no montante de gente ao meu
redor. A Srª Certeza Ruim é esperada, mas nunca será popular: ela obriga a que
mudemos as regras do jogo porque um jogador está fora. Porém, popular é a
crença e a fé na Srª. Possibilidade Boa. Sem um jogador, todos se unem e a
força é: “ninguém larga a mão de ninguém”. Mas fiquei pensando: quem somos nós
quando a agradecemos a passagem da Srª. Certeza Ruim? Respirando e dirigindo
pela cidade, eu controlei minha autossabotagem e comecei a acreditar que, nesta
visita, novas formas de viver saem da imaginação; há uma força para renovação
de posturas aos dias seguintes; há o processo de crescimento e de evolução; e
há a sensação de que, agora, precisamos ser diferentes, mais leves e encontrar
prazer nas pequenas coisas ou pessoas do afeto, o quanto antes. A questão que
me incomoda e promove curiosidade é o MISTÉRIO. Ao reconhecer que sou dona de
minha própria realidade emocional / energética, em contrapartida à minha
fragilidade física, eu me surpreendo com um infinito oceano de possibilidades
de SER. Dentro do carro, as imagens / as atitudes tem um colorido fortalecedor:
“de agora em diante, vou ser diferente e ignorar aborrecimentos inúteis”.
Pronto! Está decidido! Viver apenas uma dimensão de realidade não me satisfaz.
Mas toda decisão precisa de movimento real a mudança. É energia. É quântico. É
de dentro de mim que a realidade se cria e permanece. Minha parceira é sempre a
Srª. Possibilidade boa. Sou processo, logo, vez por outra, preciso de certos
desligamentos temporários ou para sempre, para interagir e conviver com mais
positividade ou compreensão. Verdades plenas são discutíveis na passagem do
tempo e, por isso, decidir novos passos ou novas conexões, além de romper
rotinas, me extravia um pouco mais da Srª. Certeza Ruim. Hoje, no carro, pela
cidade, eu pensei muito sobre ‘quem somos nós’, neste jogo de tabuleiro,
chamado ‘processo de vida’ em que sempre, demorando ou não, nós perdemos a
partida. Talvez haja modelos demais; gente demais; estímulos demais; informação
demais; e tempo de menos: o MISTÉRIO maior. Daí o embrolio da realidade:
reações emocionais confusas de todos nós. Nós reagimos com parte do todo que
vemos já que, nesse ‘mais de tudo’, trabalhamos com parte de tudo. Ufa! Que
confusão! Ser ser vivo humano não é fácil! Hoje, quando mais um ser vivo humano
perdeu a partida para a Srª. Certeza Ruim, eu penso que, mais do que nunca, nós
precisamos saber filtrar o que vemos; ajustar o que sentimos; equilibrar nossos
atos e pensamentos; organizar comportamentos; fazer mais silêncios de nós
mesmos; romper mais vezes com rotinas e vícios; estabelecer novos encontros e
reencontros; buscar outros lugares para criar conexões; enxergar mais
profundamente nosso iceberg emocional; e, ai, realmente tomar conhecimento de
‘quem somos nós’ para ‘vivermos um grande amor’: um amor de possibilidades mais
positivas / menos doentias. Um amor assim delicado e misterioso a quem nunca
negaremos. Que as Moiras sejam mais distraídas, por favor, amém!
Profª Claudia Nunes (04/08/2019)
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