sábado, 9 de novembro de 2019

Um mundo de homens destrutivos



Nossas mentes e amígdalas cerebrais estão em alerta constante, atualmente. O mundo parece ser uma casa assombrada cujos fantasmas não param de fazer ruídos que nos impedem de dormir / descansar /relaxar. Será que estamos vivenciando o ‘lado negro da força’? Como chegamos a viver com tanta destruição de nós mesmos?
Primeiro, nós não somos os ‘mocinhos da história’. Aliás, quase todos os ‘mocinhos’ são chatos demais. Nós somos ‘tudo ao mesmo tempo agora’: somos bons e maus, de acordo com o momento ou a necessidade. A capacidade de fazer o bem ou o mal parece existir em todas as pessoas e sociedades. A capacidade de matar é parte da natureza humana, e todos nós podemos agir assim, em determinadas situações.
Em nossas mentes, emoções primárias como surpresa, raiva, alegria, nojo, medo e tristeza estão sempre misturadas e criam outros sentimentos e posturas, as vezes ruins, quando estimulados / influenciados, por exemplo, por pessoas ou situações tóxicas, constantemente. O problema não são esses sentimentos; nem sua toxicidade; o problema são esses sentimentos exatamente sendo vividos constantemente.
Ambição, orgulho, insegurança, vingança, por exemplo, são sentimentos que mais aparecem na mente intoxicada negativamente e, por isso, tornam-se naturalizados quando convocados e evocados pela memória, nos comportamentos e nas relações com / para os outros. Essa naturalização gera necessidades de proteção pessoal através do poder / de um poder destrutivo; logo, inflingir dor, em quaisquer níveis, em quaisquer pessoas, torna-se senha de acesso e sucesso para conquistar o que desejar.
Seres destrutivos e cruéis o são, pelo tempo de exposição ao próprio mal durante seu desenvolvimento mental. Em muitos casos, é uma psicose cujas estratégias são: retaliação acintosa, mentiras articuladas, criação de salvadores ‘bodes expiatórios’ e grandes / enormes conhecimentos em tipos de manipulação. Pessoas desconhecidas tornam-se cobaias dos seres humanos mais destrutivos, ou porque não sabem se defender, ou porque não podem. Aos seres destrutivos parece que há uma incapacidade orgânica de sentir compaixão ou empatia.
Hoje, nós precisamos observar em detalhes, os contextos sociais /afetivos, as historias de vida e a biologia dos sujeitos para entender seus graus de destruição do outro. O sucateamento da Educação, da Saúde e da Segurança criaram inseguranças emocionais, menos acesso aos valores sociais e, por isso, mais anti-empatia. O mal nunca deve ser encarado como natural; ele é sim engatilhado e exacerbado durante o desenvolvimento humano por maus exemplos. Exemplos que organizam e adequam o sistema sensorial de um sujeito de maneira disfuncional. Daí, em grande proporção, imitar seus pares ou suas vivências é o caminho mais fácil e seguro.
Hoje precisamos de mudanças estruturais em nossas políticas públicas e em nossos comportamentos, ‘vibrando’ energias mais empáticas, principalmente, no coletivo. Ainda que o mal seja fascinante: nós sobrevivemos por mais acessos aos recursos fisionômicos, financeiros e profissionais; e, pela ação de ‘matar’ nossos rivais, tirando-lhes a chance de reprodução. Estas são sobrevivências para manutenção do tempo de vida ativa e para adequação das adaptações para manutenção do tempo vida ativa. Somos os mocinhos e também grandes vilões de nós mesmos, e estamos perdendo o poder de consciência do próprio valor humano.
Nos dias atuais, seres destrutivos só o são porque nós aceitamos / demos liberdade às nossas fragilidades e medos. Quando acreditamos que o mal é uma escolha, acreditamos que, neste tempo, podemos mudar a parabólica da vida e escolher o bem em nossos corações.

Lembre-se: nem Darth Vader, nem Malévola foram maus o tempo todo!

Profª Claudia Nunes (08.11.2019)

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