A
bola de neve começa a rolar quando um líder se dispõe a ficar vulnerável diante
de seus subordinados. Uma atitude considerada corajosa pelos membros da equipe
e estimula os outros a seguir o mesmo caminho. (BROWN, 2016). Não se pode ter um
estilo centralizador sempre. Isso impede a criatividade e a proatividade. Hoje
em dia precisamos de pessoas com iniciativa. Certa exposição de fragilidades
mudam o comportamento das pessoas ao redor. Reconhecimento de erros muda a
dinâmica das atitudes. Quando nós nos mostramos humanos, há uma transformação
em espiral de todos mais próximos ou nem tanto. Não precisamos de ponto de força
únicos, precisamos de uma árvore de contatos possíveis em cujos ramos há
aberturas às inovações, curiosidades e superações diversas. Não é possível ter
medo de mostrar vulnerabilidade em determinados momentos. Nós descobrimos então
que aprender a se entregar ao desconforto
da incerteza, do risco e da exposição emocional era, de fato, um processo
doloroso, mas algo que fortalece diferentes tipos de vínculos, além de
criar relações de respeito. Não falamos de amizade; falamos sobre confiança e
segurança, apesar das diferenças, inclusive de pensamento. E para isso devemos
entender claramente a palavra CONTROLE. Nós desejamos o controle de tudo para
nos sentir confortáveis e isentos de problemas; mas a vida sempre nos apresenta
a certeza de que não temos o controle de nada. Controle total é inútil e perda
de energia; representa insegurança e medo; é uma falsa proteção; é uma couraça
porosa e imperfeita. Em isolamento, nós reconhecemos que, ao sermos apenas
humanos entre humanos, podemos receber mais apoio e amor. Haverá consequências,
mas é bom, em alguns momentos, viver na corda bamba e experimentar o
desequilíbrio; é bom aprender a estabelecer novos limites e a dizer “não”,
mesmo quando, por exemplo, estamos com medo de deixar alguém magoado, recusamos
alguns convites, ignoramos determinadas tensões (no trabalho ou em família). É
a certeza que, em algumas situações, nós iremos lamentar resultados e
consequências; mas, entre ter paz e ter razão, a paz é um bom remédio, amigo ou
amante. E a bola de neve continua rolando carregando novas experiências,
objetos e pessoas.
Prof.ª
Ms. Claudia Nunes (10.05.20)
Referência:
BROWN, Brenè. A coragem de ser imperfeito: como aceitar a própria
vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é. Rio de Janeiro:
Sextante, 2016.
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