domingo, 10 de maio de 2020

A metáfora da bola de neve


A bola de neve começa a rolar quando um líder se dispõe a ficar vulnerável diante de seus subordinados. Uma atitude considerada corajosa pelos membros da equipe e estimula os outros a seguir o mesmo caminho. (BROWN, 2016). Não se pode ter um estilo centralizador sempre. Isso impede a criatividade e a proatividade. Hoje em dia precisamos de pessoas com iniciativa. Certa exposição de fragilidades mudam o comportamento das pessoas ao redor. Reconhecimento de erros muda a dinâmica das atitudes. Quando nós nos mostramos humanos, há uma transformação em espiral de todos mais próximos ou nem tanto. Não precisamos de ponto de força únicos, precisamos de uma árvore de contatos possíveis em cujos ramos há aberturas às inovações, curiosidades e superações diversas. Não é possível ter medo de mostrar vulnerabilidade em determinados momentos. Nós descobrimos então que aprender a se entregar ao desconforto da incerteza, do risco e da exposição emocional era, de fato, um processo doloroso, mas algo que fortalece diferentes tipos de vínculos, além de criar relações de respeito. Não falamos de amizade; falamos sobre confiança e segurança, apesar das diferenças, inclusive de pensamento. E para isso devemos entender claramente a palavra CONTROLE. Nós desejamos o controle de tudo para nos sentir confortáveis e isentos de problemas; mas a vida sempre nos apresenta a certeza de que não temos o controle de nada. Controle total é inútil e perda de energia; representa insegurança e medo; é uma falsa proteção; é uma couraça porosa e imperfeita. Em isolamento, nós reconhecemos que, ao sermos apenas humanos entre humanos, podemos receber mais apoio e amor. Haverá consequências, mas é bom, em alguns momentos, viver na corda bamba e experimentar o desequilíbrio; é bom aprender a estabelecer novos limites e a dizer “não”, mesmo quando, por exemplo, estamos com medo de deixar alguém magoado, recusamos alguns convites, ignoramos determinadas tensões (no trabalho ou em família). É a certeza que, em algumas situações, nós iremos lamentar resultados e consequências; mas, entre ter paz e ter razão, a paz é um bom remédio, amigo ou amante. E a bola de neve continua rolando carregando novas experiências, objetos e pessoas.

Prof.ª Ms. Claudia Nunes (10.05.20)

Referência:
BROWN, Brenè. A coragem de ser imperfeito: como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.



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